Perito detalha dinâmica; mãe teria lutado e sido a primeira vítima; criança de 10 anos teria sido a última a morrer

 

O perito Gledson Emiliano, que atua no caso do assassinato de mãe e três filhas em Sorriso, detalhou a dinâmica descoberta a partir das análises preliminares da cena do crime.

Houve luta corporal, ao que tudo indica, com a mãe das crianças na região da cozinha

Cleci Calvi Cardoso, de 46 anos, teria lutado com o autor e sido a primeira vítima assassinada. Suas filhas, Miliane Calvi Cardoso, de 19 anos, e a menor de 13, teriam sido a segunda e terceira vítimas mortas.

A partir dos indícios, a última a ser assassinada foi a criança de 10 anos, morta por asfixia, possivelmente com a ajuda de um travesseiro.

A mãe e as duas filhas mais velhas tinham lesões compatíveis com defesa nas mãos e braços.

O pedreiro Gilberto Rodrigues dos Anjos, de 32 anos, foi preso na segunda-feira (27), pouco depois de os corpos terem sido encontrados. Ele confessou a autoria e entregou à Polícia as roupas íntimas das vítimas, levadas por ele da cena do crime.

Segundo o perito, os indícios apontam que Gilberto entrou na casa por uma janela. “Houve luta corporal, ao que tudo indica, com a mãe das crianças na região da cozinha. Temos indícios que indicam quebramento de móveis e marcas de sangue que mostram isso”, disse.

“Tem também a questão da faca que estava junto ao corpo da mãe, ela está bem relacionada com as lesões que encontramos nos corpos”, completou.

Segundo Gledson, depois de matar Cleci, o pedreiro teria seguido em direção ao quarto das filhas dela, e matado Miliane e a irmã de 13 anos.

“Tudo indica que ele foi em direção ao quarto. Têm sinais, marcas de contato na porta do quarto que indicam ele forçando, têm marcas que são compatíveis com as marcas de chinelo que nós encontramos junto ao piso da casa”, afirmou.

As três primeiras vítimas tiveram suas gargantas cortadas, golpe do tipo esgorjamento. A menina mais nova foi a única a ser asfixiada.

Tudo indica que a mãe foi a primeira vítima, as duas filhas mais velhas foram a segunda e a terceira vítima, e a criança é indicativo de que ela foi a última vítima

“O que conseguimos constatar no perinecroscópico é a esganadura, o enforcamento dela. Temos indícios de que foi usado um dos travesseiros, têm marcas compatíveis com o mesmo decalque de chinelo na região do quarto, e essa criança não tem lesão de arma branca”.

Segundo o perito, ainda não é possível mensurar o lapso temporal entre uma morte e outra, ou se o assassino voltou depois de já ter matado as vítimas. A morte delas teria acontecido entre a noite de sexta-feira (24) e a madrugada de sábado (25).

“Tudo indica que a mãe foi a primeira vítima, as duas filhas mais velhas foram a segunda e a terceira vítima, e a criança é indicativo de que ela foi a última vítima”, disse.

Os peritos não encontram, a princípio, nenhuma prova que aponte o envolvimento de outra pessoa no crime, mas a hipótese ainda não está descartada.

“Tem que se fazer uma análise um pouco mais minuciosa sobre as medidas que nós encontramos nos decalques, tantos das marcas de pés descalços como de chinelos, fazer essa análise de compatibilidade com as vítimas e a da marca do chinelo”, afirmou.

Para o perito, em 10 anos atuando no Município essa foi a situação mais bárbara com a qual já lidou.

“Sem dúvida nenhuma, a minha experiência, praticamente 10 anos aqui em Sorriso, é a situação mais bárbara que eu encontrei, por enquanto”.

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