Chacina em boca de fumo pode fazer cidade de MT quebrar recorde de mortes de 2022
Sorriso, que ficou conhecida em 2022 por ser a sexta cidade mais violenta do Brasil e a mais violenta do Centro-Oeste brasileiro, pode ter quebrado o seu recorde de mortes violentas com a chacina que vitimou quatro pessoas em uma boca de fumo do bairro Benjamim Raiser na noite desta segunda-feira (18).
As informações foram reveladas pelo delegado Bruno França, da Polícia Civil de Sorriso, em uma entrevista à imprensa local horas depois da chacina. Segundo Bruno, o número só vai se confirmar caso uma mulher, sobrevivente da chacina, morra no hospital.
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A cidade, que está localizada a 396 km de Cuiabá, terminou o ano passado com uma taxa de morte de 70,5 a cada 100 mil moradores, um número que ultrapassou capitais como São Paulo e Rio de Janeiro.
O crime
Durante a noite desta segunda-feira, criminosos armados invadiram a casa e executaram três usuários de drogas no local que servia de boca de fumo para vários dependentes químicos da cidade. Até o momento, não há informações do porquê as pessoas foram executadas, ou quem pode ter realizado o crime.
Segundo o delegado Bruno, dois dos três mortos chegaram a correr no momento que os bandidos invadiram. Contudo, apesar da tentativa de salvar a própria vida, os usuários foram encurralados e executados, sem chance de defesa.
No local, várias marcas de disparos calibre.380 foram encontradas.
O caso segue sendo investigado.
Luta árdua
Ainda em entrevista à imprensa local, Bruno falou do trabalho que a Polícia Civil desempenhou para coibir o avanço das mortes violentas. O delegado mencionou que com o trabalho da Polícia, Sorriso chegou a ficar dois meses sem registrar um único homicídio. Apesar do trabalho, o município chegou a altos números de crimes violentos neste ano de 2023.
“Ainda sim, o número de homicídios conseguiu ser maior que o ano passado, principalmente pelos números de janeiro a março, que foram horrorosos e pelos números após a operação, que é claramente uma retaliação do crime organizado contra o trabalho das forças de segurança”, declarou Bruno.
A operação mencionada pelo delegado se trata da Operação Recovery, que foi dividida em três fases e que se consolidou como a maior operação de Sorriso e uma das maiores do estado contra o crime organizado das facções. À época das fases da operação, alvos da Polícia chegaram a ser presos no Rio de Janeiro e em Cabo Frio.
Em abril, a Polícia Civil concluiu o inquérito da primeira fase e indiciou 42 criminosos por tráfico de drogas, associação para o tráfico e lavagem de dinheiro.
“A gente não pode deixar de trabalhar porque vagabundo vai achar ruim. Só resta pra gente investigar os crimes que eles vão cometer, é o trabalho da Polícia Civil e nós já estamos em campo para descobrir o que aconteceu aí”, finalizou o delegado.