“Qual foi o prazer de ter matado meu filho?”, diz mãe de vítima à PMs presos

 

Revoltada com o assassinato de seu filho, Thiago Rodrigues Lopes, de 37 anos, ocorrido em frente a uma casa de acolhimento em Rondonópolis, na quarta-feira (27), dona Zilda Rodrigues disse que questionaria aos acusados pelo crime se sentiram prazer na matança.

“Eu perguntaria para eles se estão satisfeitos pelo que fizeram. Qual foi o prazer deles, se realizaram o desejo deles. Eu olharia no rosto deles e perguntaria: qual foi o prazer de você ter matado meu filho e o filho da outra família?”, disse ela em entrevista ao Programa do Pop, da TV Cidade Verde.


O crime ocorreu durante a madrugada, quando dois homens passaram pela rua em uma Land Rover e efetuaram diversos disparos contra as pessoas que estavam na calçada do espaço de acolhimento. Dois policiais militares estão presos acusados de participar do crime.

Além de Thiago, também morreu Odinilson Landvoigt de Oliveira, de 41 anos. Ficaram feridos William Pereira de Oliveira Filho, de 25, e Oziel Ferle da Silva, de 35. Ambos receberam alta hospitalar na terça-feira (2), após uma semana internados.

Na entrevista, Zilda revelou que Thiago era dependente químico. Ela contou que morava em Cuiabá e depois de diversas tentativas de internação na Capital, decidiu colocar Thiago em uma clínica em Rondonópolis. O rapaz vivia nas ruas, mas voltava na casa da acolhimento para dormir.

“Ele era um amor de pessoa. Muito carinhoso, era humilde, um menino que nunca fez mal pra ninguém, nunca agrediu ninguém. Único problema do meu filho era a dependência química”.

“Eu acho um absurdo. Polícia foi feita para defender, não para ficar fazendo algazarra e mexer com quem não estava fazendo nada com eles. Os meninos estavam dormindo, outros conversando. Então, não tinha motivo deles fazerem isso”.

Zilda disse ainda que já esperava por um final triste por conta do caminho que Thiago seguia, mas que nunca imaginou que seria dessa forma tão revoltante, por agentes públicos que deveriam defender os cidadãos.

“Claro que quando está nessa vida a gente espera realmente por isso, porque o mundo lá fora não é fácil, mas não da maneira que foi e nem por quem foi. Não me conforta [que eles estejam presos]. Eles têm que ser condenados e tem que pagar pelo que fizeram”.

Prisão

Os policiais militares acusados do crime foram identificados como soldado Cássio Teixeira Brito, de 33 anos, e o cabo do Bope de Cuiabá, Elder José da Silva, de 39.

Cássio foi preso na manhã de sexta-feira (29), quando fazia a troca de turno no Comando Regional de Rondonópolis. Horas depois, Elder se apresentou na DHPP (Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa) do Município.

Desde então, ambos estão presos e aguardando o fim do inquérito sobre o caso.

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