AGU manda identificar ‘rede de desinformação’ sobre caso Marajó
O ministro da AGU (Advocacia-Geral da União), Jorge Messias, disse neste sábado (24) que determinou a identificação de supostas “redes de desinformação” que atuaram para espalhar fake news sobre a situação de crianças na Ilha de Marajó (PA).
Segundo Messias, redes criaram ‘desordem informacional’ sobre Marajó. O ministro da AGU defendeu que a população marajoara deve ser respeitada e receber um “tratamento digno” de todo o poder público.
Governo está empenhado em apurar ‘denúncias sérias’, disse AGU. O esforço para desarticular redes de tráfico humano e exploração sexual e infantil é feito “em todo o território nacional”, ainda de acordo com Messias.
Ministério dos Direitos Humanos já havia feito alerta sobre fake news. Em nota divulgada na sexta (23), a pasta citou o Programa Cidadania Marajó, criado em maio de 2023 e voltado ao combate à violência de crianças e adolescentes, promoção de direitos humanos e acesso a políticas públicas.
“Os marajoaras merecem respeito e um tratamento digno de todo o poder público. O governo federal está empenhado em apurar denúncias sérias para desarticular redes de tráfico humano e exploração sexual e infantil em todo o território nacional. Protejamos as nossas crianças sem a propulsão de notícias falsas!”, disse Jorge Messias.
Entenda o caso
Música levou assunto às manchetes. “Evangelho de Fariseus”, da cantora gospel Aymeê, fala sobre problemas vivenciados na Amazônia e se tornou um hit nas redes sociais. A letra da canção cita o Arquipélago do Marajó, localizado no norte do estado do Pará.
Com repercussão, assunto virou tema de posts de influenciadores. Personalidades como Rafa Kalimann e a atriz Thaila Ayala fizeram publicações no Instagram sobre os supostos casos de exploração sexual infantil na região.
‘O Marajó pede socorro’, escreveu a ex-ministra Damares Alves. Em publicação no X (antigo Twitter), Damares afirmou ter tentado resolver o “problema” durante sua passagem pelo governo de Jair Bolsonaro (PL), mas que a priorização do combate à pandemia impediu um resultado melhor.
Para ONGs, afirmações querem desarticular trabalho feito na região. Organizações como o Observatório do Marajó e a Cojovem (Cooperação da Juventude Amazônida para o Desenvolvimento Sustentável) disseram que a associação do arquipélago à exploração sexual infantil é uma estratégia adotada por grupos que hoje não estão presentes por lá e que têm outros interesses.
MPF ajuizou uma ação civil pública contra Damares em 2023. O motivo foram declarações falsas feitas pela ex-ministra da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos no dia 8 de outubro de 2022, durante um culto evangélico em Goiânia — justamente sobre supostos casos de exploração sexual infantil em Marajó.