Assassino diz que não tem como pagar pensão à mãe de vítima

A defesa do empresário Carlos Alberto Gomes Bezerra, de 57 anos, voltou a recorrer da decisão judicial que o obriga a pagar pensão alimentícia de R$ 4,4 mil para Denise Jorge Machado, mãe de Thays Machado, assassinada por ele a tiros em janeiro do ano passado.

 

O recurso, chamado embargos de declaração, foi encaminhado para Segunda Câmara de Direito Privado, do Tribunal de Justiça, na última segunda-feira (5).

 

Carlos Alberto, que é filho do ex-deputado federal Carlos Bezerra (MDB), também matou o namorado de Thays, William César Moreno. Ele é réu confesso pelos crimes. 

 

Esse já é o segundo recurso que o empresário ingressa no caso. O primeiro, no fim de janeiro, ele contestou a uma liminar concedida em primeira instância, que concedeu a pensão à mãe da vítima, e perdeu o recurso.

 

A defesa do empresário, patrocinada pelo advogado Francisco Faiad, insiste no argumento de que por ele estar em prisão domiciliar, Carlinhos não tem como trabalhar e pagar a pensão estipulada pela Justiça.

 

“O embargante está preso, sem renda, sem condições de pagar pensão… Ora, se está preso (ainda que em domicílio – em razão de doença grave), sem poder trabalhar, como poderá pagar a pensão arbitrada?”, questiona a defesa.

 

“É certo que pensão indenizatória, como é o caso, não leva a prisão, mas o juiz de piso fixou pena pecuniária altíssima, por dia, de descumprimento da ordem de pagamento de pensão. Como poderá o embargante cumprir com tal determinação se está preso? Assim, excelência, um dos itens da pensão “possibilidade – necessidade” está ausente no caso concreto. Não há possibilidade do embargante pagar pensão, por estar preso”, completou.

 

A obrigação em pagar a pensão à idosa ocorreu após a Justiça entender que Thays é quem custeava parte das despesas da mãe.

 

Segundo os advogados da idosa, ela está recebendo apenas a aposentadoria de R$ 1,1 mil, que não cobriria 1/3 dos gastos mensais.

 

Os assassinatos

 

O crime aconteceu no dia 18 de janeiro do ano passado, quando Thays e William saíam do apartamento da mãe dela, no Bairro Consil.

 

Os dois foram surpreendidos pelo empresário, que os esperava do lado de fora e fez os disparos fatais.

 

Leia mais sobre o assunto:

 

TJ nega pedido de empresário e mantém pensão à mãe da vítima

 

Mídia News