“Em 5 anos, MT cresceu absurdamente e Cuiabá ficou para trás”
O deputado estadual e vice-líder do governo na Assembleia Legislativa de Mato Grosso, Beto Dois a Um (PSB), afirmou que Cuiabá ficou para trás em relação a Mato Grosso nos últimos anos. E culpa, segundo ele, foi da gestão do prefeito Emanuel Pinheiro (MDB).
“Não tenho prazer algum em dizer que os últimos anos foram péssimos para Cuiabá, que perdeu o brilho e estampou manchetes de forma negativa”, afirmou em entrevista ao MidiaNews. “Cuiabá sempre foi o orgulho dos mato-grossenses, uma capital que sempre foi pujante e conhecida no Brasil pela hospitalidade de seu povo, mas deixou de ocupar manchetes com coisas boas. Penso que esse é um período para esquecer”.
Na entrevista, Beto ainda falou sobre eleição em Cuiabá, Mesa da Assembleia Legislativa e dos setores da Cultura e do Esporte no Estado e na Capital.
O Estado cresceu absurdamente nos últimos cinco anos e Cuiabá ficou para trás
Veja os principais trecos da entrevista:
MidiaNews – O que falta para o esporte, especialmente ao futebol, ter mais força em Mato Grosso?
Beto Dois a Um – É uma resposta mais complexa do que só o futebol. Eu propus a Câmara Setorial do Esporte porque esse segmento, por muito tempo, ficou às margens da discussão política. Sempre foi “puxadinho”. Colocavam um secretário para acomodar alguém, sem pensar na transformação da vida das pessoas.
A Câmara Setorial do Esporte é para que a façamos um amplo debate no local adequado, onde as leis e caminhos são criados. O esporte era sinônimo de atleta em sinaleiro pedindo Pix para viajar, federações com pires na mão. A base dos esportes estava se desfazendo, então a capacidade de gerar novos atletas estava comprometida.
Nos últimos cinco anos, houve uma transformação nesse aspecto. O governador Mauro Mendes acreditou no esporte como transformação na vida das pessoas, assim como na cultura. O governo é protagonista de pautas nacionais. O Projeto Olympys, que é o projeto de bolsas, é considerado o mais eficaz do Brasil no auxílio aos atletas para que se mantenham firme na trajetória esportiva desde o infantil até a participação e conquista da medalha olímpica. Não existe um projeto tão completo quanto o Olympus.
Hoje cada uma das modalidades tem na SECEL (Secretaria Estadual de Esportes e Lazer) o seu porto-seguro. Poucas são as federações que não têm convênio, só as que não estão regularizadas. Como exemplo cito o ciclismo, que hoje é um dos esportes que mais cresce no Estado. Por mais de vinte anos, o ciclismo não recebeu recursos do poder público porque não estava apto. Quando a federação entendeu a força da Secel, ela se regularizou e fez 16 provas no ano passado com recursos em parceria. Isso vale para cada uma das modalidades esportivas. Desconheço uma que não tenha com a secretaria sua parceria para construir relações.
MidiaNews – O apoio ao esporte e à cultura tem sido deficiente no Município. Quais são os reflexos deste abandono?
Beto Dois a Um – O Município vem vivendo um momento muito complexo. Recentemente, nós abordamos o Dutrinha, por exemplo, e, sinceramente, a política não pode ficar acima do segmento. A cultura e o esporte são sagrados. Eu acredito neles para gerar oportunidade e renda ao povo.
Falo com muito pesar quando a cultura e o esporte falham, porque me fiz em cima deles, mas a falta de uma ação mais específica e de investimento por parte do prefeito [Emanuel Pinheiro] é uma falha que levaremos muito tempo para recuperar. Os miniestádios encontram-se em uma situação caótica e precisam de atenção, bem como a relação com as federações.
Neste ano, o Festival de Siriri e Cururu e o Carnaval tiveram que ser realizados pelo Estado. Na grande maioria das vezes, elas são capitaneadas pelo Município. Essas relações estão perdendo conexão com Cuiabá e a Secretaria de Estado de Cultura e Esporte está virando a secretaria municipal, fazendo o papel das duas. Tem algo errado.
Ações precisam ser feitas para que a gente reacenda essa chama, que é uma importante mola propulsora para o financeiro da Capital.
Assessoria
Beto destacou a importância que o esporte e a cultura têm para gerar oportunidades e movimentar o financeiro da capital
MidiaNews – No ano passado a Assembleia aprovou um projeto que limita os gastos dos municípios com shows. O objetivo é fazer o controle do erário, mas os gestores não podem ficar coibidos de contratar atrações?
Beto Dois a Um – Por muito tempo, o poder público não participava de nada disso, o que é um erro. Em alguns casos, gastava-se R$ 1 milhão para contratar um show. Por mais que haja esse intercâmbio de um artista nacional com a realidade local, nós não estamos prestigiando nossa cadeia produtiva.
O intuito desta lei foi para que conseguíssemos fazer a manutenção desse viver cultural com os municípios, para que cada cidadão tenha direito a participar de um evento.
Limitamos a R$ 600 mil o gasto de recursos públicos estaduais, seja por emenda ou próprio. Desse valor, que seja gasto até 50% com artistas e, deste valor, 30% com artistas locais. Garantimos que tudo que for necessário para o evento acontecer esteja prestigiando o trabalhador e o empresário mato-grossense. Cada um dos municípios terá oportunidade de oferecer seu serviço.
Com o valor determinado, podemos trazer artistas nacionais muito bons e, ao mesmo tempo, abrir um leque de oportunidades para os artistas locais que estejam aptos e que eles possam faturar. Foi um ano de muito avanço em relação a isso. Os objetivos foram atingidos e vimos a pulverização desses eventos.
É o jeito mais inteligente e interessante do Estado de Mato Grosso incentivar o fomento à utilização da nossa mão de obra, dos empresários e produtos que estão aqui. Automaticamente, aumentamos a contrapartida dos municípios quando se fala em eventos.
MidiaNews – O senhor acredita que a cultura em Cuiabá vive o seu pior momento?
Beto Dois a Um – Ela está muito desconectada da sociedade. Vou isentar os servidores de culpa, porque é uma questão de liderança do prefeito Emanuel Pinheiro, que não vê a cultura e o esporte como prioridades. Não tem como a secretaria fazer milagres.
Se o governador Mauro Mendes não entendesse a importância da cultura e do esporte e colocasse recursos, não tem como fazer mágica. A Pasta vive um momento muito crítico.
MidiaNews – Qual a avaliação do senhor sobre a negociação que está ocorrendo entre Governo do Estado e o STF a respeito da Lei do Transporte Zero. O Supremo foi receptivo às ideias do Estado?
Beto Dois a Um – Analiso com muita serenidade o processo, porque o Governo do Estado tem clareza da necessidade dessa pausa para que a gente possa recuperar os nossos rios. Não tem como negar de que você vai pescar e, muitas vezes, volta de mãos abanando.
Ninguém está vindo mais pescar porque não tem mais peixes. Entendo a preocupação com pescadores ribeirinhos, mas precisamos debater esse assunto por mais espinhoso que seja.
O Supremo está fazendo sua parte, está tentando entender. Nós iremos dialogando. O Governo deu uma clara demonstração de que está apto a ouvir ao fazer uma mudança no projeto, liberando uma grande quantidade de peixes. Ou seja, não existe radicalismo, mas sim a vontade de fazer o que é certo. Vamos perder aqui e ganhar ali, mas está ok, porque queremos a mesma coisa.
Todo mundo quer o melhor. Só que as vezes os pensamentos são divergentes e dá um pouco de tumulto, mas acredito que está todo mundo com o mesmo objetivo de achar uma solução para isso.
MidiaNews – Como o senhor vai se posicionar nas eleições da mesa diretora da Assembleia, que ocorrem neste ano?
Beto Dois a Um – Tenho clareza da minha posição e faço questão de externá-la. Assim como Eduardo Botelho [União] foi um grande presidente da Assembleia, o Max Russi [PSB] está pronto para dar continuidade.
A Assembleia teve baixíssima renovação de deputados. Isso tem conexão com a boa gestão da Casa e da comunicação dela com a sociedade, que se sente conectada. Isso se deve ao trabalho que Botelho e Max vêm fazendo.
Deixo claro que votarei no deputado Max para presidente; ele está pronto. O período que ele passou à frente da Assembleia foi muito curto, mas demonstrou firmeza e clareza. Foi coerente em todas as ações. Sinto ele preparado para que a Assembleia acompanhe o crescimento que o Estado de Mato Grosso vem fazendo e dar continuidade ao bom trabalho do presidente Botelho.
MidiaNews – A deputada Janaina não seria um bom nome para assumir a presidência da Assembleia? Inclusive pela representatividade feminina.
Beto Dois a Um – Até hoje, só ouvi relatos do Max ser candidato. Já fiz um compromisso com ele. A Janaina é uma grande deputada, a mais votada, e isso demonstra claramente a representatividade e a importância. Ela está apta a ocupar qualquer cargo, assim como qualquer deputado que está aqui [na Assembleia].
Mas já empenhei meu apoio ao deputado Max e deixo claro que estarei oficialmente ao lado dele nessa próxima batalha.
Assessoria
O deputado afirmou que neste ano apoiará o colega parlamentar e presidente do PSB, Max Russi, nas eleições para diretor da Assembleia
MidiaNews – Nesta semana o prefeito Emanuel Pinheiro foi afastado e retornou ao Alencastro. Qual a sua avaliação sobre os anos de gestão do prefeito Emanuel Pinheiro?
Beto Dois a Um – Considero que os últimos sete anos foram onde Cuiabá esteve mais distante do crescimento, se distanciando do protagonismo. O Estado cresceu absurdamente nos últimos cinco anos e Cuiabá ficou para trás.
Hoje recebi três prefeitos e, sem ninguém tocar no assunto, eles disseram: “Meu Deus, Cuiabá está abandonada”. É nítido, não precisamos forçar nenhum tipo de barra. Se eu te perguntar se você cruzou com um buraco na rua hoje, você dirá que sim, porque é uma realidade.
É impossível fechar os olhos para uma gestão com 19 operações policiais. Eu até perdi as contas do número de operações. É uma gestão onde o Ministério Público propôs uma intervenção na Saúde e o Tribunal de Justiça julgou necessária e determinou a prorrogação.
Contra fatos não há argumentos. Não tenho prazer algum em dizer que os últimos anos foram péssimos para Cuiabá, que perdeu o brilho e estampou manchetes de forma negativa. Cuiabá sempre foi o orgulho dos mato-grossenses, uma capital que sempre foi pujante e conhecida no Brasil pela hospitalidade de seu povo, mas deixou de ocupar manchetes com coisas boas. Penso que esse é um período para esquecer.
MidiaNews – A grande quantidade de operações policiais nos mandatos de Emanuel e os dois afastamentos dele não fazem com que a população desacredite na classe política?
Beto Dois a Um – Acho que não. Temos um exemplo tão próximo da população como o governador Mauro Mendes, que pegou um Estado destruído e hoje é uma das molas propulsoras do Brasil. Isso mostra a diferença do bom gestor e do mal.
MidiaNews – Apesar de Emanuel ter sido afastado da Prefeitura, a Justiça determinou três dias depois que ele voltasse ao cargo. Não há certa contradição na análise do Poder Judiciário?
Beto Dois a Um – Não vejo assim. Vejo que as interpretações foram diferentes. Nos próximos dias teremos uma avaliação mais completa, mas é uma coisa natural que acontece na Justiça em diversas ocasiões e a todo o tempo.
Tem que respeitar a decisão, é para ser cumprida. A cidade precisa de um novo formato de gestão.
MidiaNews – O Emanuel ainda tem uma base de apoio, especialmente na Câmara. O senhor considera que apoiá-lo está insustentável?
Beto Dois a Um – Tem muitos fatos ocorrendo, desde a reprovação de contas pelos órgãos de controle até a quantidade de operações policiais nesse oceano de bagunça que é a Prefeitura de Cuiabá. Fica cada vez mais complexo alguém, seja em qual entidade estiver, apoiar a atual gestão.
MidiaNews – A Câmara vai julgar as contas de Cuiabá relativas a 2022, nas quais o Tribunal de Contas constatou uma dívida de R$ 1,2 bilhão. O senhor avalia que os vereadores têm argumentos de sobra para cassar o mandato do prefeito?
Beto Dois a Um – A questão é mais lógica do que imaginamos. Os órgãos de controle fizeram a reprovação oficial das contas, então a partir deste momento é natural que os entes políticos hajam em consonância aos órgãos de controle. Não consigo imaginar um cenário em que as contas serão aprovadas [pela Câmara], sendo que já foram reprovadas pelo Tribunal de Contas. Seria algo muito diferente.
A Câmara tem que proteger a população cuiabana. Os órgãos de controle não concordam como o dinheiro de Cuiabá foi gasto e decidiram pela reprovação.
MidiaNews – Emanuel Pinheiro está no último ano de seu mandato. O que o futuro prefeito terá que fazer para colocar ordem na casa?
Beto Dois a Um – Será algo muito parecido com o que o governador Mauro Mendes fez quando assumiu. Terá que fazer enfrentamentos claros, cortar a própria carne, diminuir a máquina, fechar as torneiras e reprogramar.
Será necessário um choque de gestão. Tenho falado muito isso com nosso presidente da Assembleia, Eduardo Botelho, que será o candidato do nosso grupo. Não há outra solução para Cuiabá se não o contrário do que está sendo feito. Sempre me posicionei que estaria dentro de um projeto contrário ao atual e, antes de qualquer definição de apoio, tive uma conversa muito clara com o Botelho. Ele concorda. Não existe possibilidade de tocar Cuiabá nesse formato.
Não tem um fornecedor nesse Estado que não tenha recurso a receber [da Prefeitura]. Não tem nenhum cidadão de Cuiabá que não tenha sofrido com a saúde, com a educação, com o trânsito, com a assistência. Não vejo o protagonismo de Cuiabá em nenhum segmento.
MidiaNews – Será necessário fazer uma auditoria nas contas da Prefeitura?
Beto Dois a Um – Isso já está sendo feito. O Ministério Público vem fazendo, os relatórios do Tribunal de Contas. Recentemente, tivemos contas reprovadas. É nítido que, do jeito que está, não funciona. Todo tipo de apuração precisa ser feita, mas os órgãos de controle já apontaram que está errado, não tem o que procurar.
O Tribunal de Contas reprovou as contas do prefeito e, agora, temos que perguntar para a Câmara. Eles vão aprovar as contas reprovadas? Com tantas irregularidades e sinais claros? Esses questionamentos precisam ser feitos à Câmara. Confio que tem gente muito boa lá e que fará um bom trabalho.
MidiaNews – O governador tem um histórico de vitórias em relação a projetos de lei aprovados na Assembleia. A oposição a ele não existe na Casa ou, ao menos, está sem força?
Beto Dois a Um – Sinceramente, não coloco como vitória. O Governo não coloca um projeto para ficar na posição de “ganhar”, nem a oposição enfrenta um projeto para “derrotar”.
Os 24 deputados são comprometidos com a população de Mato Grosso. O que pode ocorrer são divergências, posicionamentos que se destoam. Quem ganha ou perde não é o Governo e a base, mas a população.
Torço todos os dias para que a gente consiga achar a melhor solução para nosso povo, seja o projeto do governo ou oposição. Se trouxer melhoria, estarei lado a lado. Cansei de votar favorável a projetos de colegas que não fazem parte da base, mas que entendo que há clareza.
MidiaNews – Como o senhor acha que Mendes entregará o Estado para o próximo governador, em 2026?
Beto Dois a Um – Muito melhor do que ele pegou em 2019. Esse é o objetivo dos mandatos: entregar melhor do que recebeu, fazendo mudança na vida das pessoas. Ele fez um grande primeiro mandato, com um primeiro ano de calamidade financeira, dois anos de pandemia e o último ano de entregas e conquistas.
É o único Estado da federação que vem entregando seis hospitais de grande porte, quatro regionais. Temos atitudes corajosas como a estadualização da BR-163 que, se pegar o manual da política, diz que não é problema do governador. Ele viu que quem estava sofrendo era a população, por mais que não fosse obrigação dele.
A mola propulsora do nosso Estado é o agro e ali é um corredor de escoamento da nossa produção, que estava sofrendo. O governador teve coragem de enfrentar o problema. E não conheço um gestor que faria isso para encontrar a solução. Vejo um governo comprometido, com Mendes atento e em cima da secretarias para que a gente faça uma grande revolução. O melhor ainda está por vir.
Assessoria
Beto foi convidado a se filiar ao União Brasil, mas espera a liberação do PSB, que é seu atual partido
MidiaNews – O senhor acaba de anunciar que deixará o PSB para se filiar ao União. O PSB tende a apoiar Botelho nas eleições ou vai lançar um nome próprio à disputa?
Beto Dois a Um – O presidente Max se posicionou dizendo que, neste momento, o PSB não lançaria candidatos, mas discutiria o melhor caminho para Cuiabá.
Quando estávamos no dilema entre Botelho e Fábio, eu tinha deixado claro meu encaminhamento [apoio] ao Fábio e ele disse que essa era a minha posição, mas que o PSB ia dialogar em conjunto. O PSB ainda não se reuniu, mas o partido tem grandes chances de caminhar com o projeto de Botelho pela identificação.
O presidente Max já trabalhou lado a lado com Botelho, sendo primeiro-secretário. Ele sabe do potencial do Botelho para fazer ajustes que Cuiabá precisa.
MidiaNews – Caso Botelho ganhe a eleição, o senhor estaria disposto a sair da Assembleia para ocupar uma secretaria?
Beto Dois a Um – Nunca pensei nesta hipótese, mas falo de antemão que sou muito grato por estar na Assembleia. Me preparei para estar aqui e desejei. Sou o primeiro que chega e o último que sai. Então gostaria muito de terminar o mandato para o qual fui eleito. Não tenho a menor pretensão em sair para nenhum outro lugar.
MidiaNews – Qual é a maior ameaça para Botelho na eleição: Lúdio ou Abílio?
Beto Dois a Um – Não tenho uma opinião a respeito disso, pois muitos nomes ainda não estão postos. Quando soubermos exatamente quem são, teremos melhor essa dimensão.
Não existe adversário melhor ou pior; a população deseja mudança. Aquele que melhor se conectar com um modelo de gestão eficiente irá avançar, por isso acredito na candidatura do Botelho, porque ele é o candidato do Governo do Estado e tem condições de fazer mudanças.
Nesse momento, as pesquisas quantitativas não são tão relevantes. As pesquisas qualitativas é que são relevantes, pois elas mostram que a população quer mudança, um formato de gestão parecido com o do Governo do Estado. Quem mais se parecer com esse enfrentamento corajoso, responsável, pensando nas pessoas, mas sem medo de tomar decisões amargas, terá o perfil pronto para ser candidato a prefeito.
MidiaNews – Botelho é acusado pela oposição de ser a continuidade de Emanuel Pinheiro, especialmente pelos contratos que a empresa da família dele tem com a Prefeitura. Como rebater essa acusação?
Beto Dois a Um – Se o Botelho tivesse qualquer tipo de relação com Emanuel Pinheiro, eu não estaria nesse projeto com o governador Mauro Mendes. Deixamos claro que estaremos em um projeto totalmente oposto ao do Emanuel Pinheiro.
Não existe ilusão criada que o associe a algo que não seja real.
MidiaNews – Antes de Mendes escolher Botelho como candidato a prefeito de Cuiabá, o União Brasil ficou dividido. O senhor acredita que, daqui pra frente, o partido andará junto novamente?
Beto Dois a Um – Sinto o partido totalmente unido pelo projeto de mudança. O governador Mauro Mendes, talvez, seja o maior crítico à gestão de Cuiabá e ele decidiu que o melhor projeto de mudança é o de Botelho. Então não tenho dúvidas de que o grupo estará unido.
O União é um partido de grandes líderes da política, que fizeram grandes mudanças. É natural que haja divergências. Se falarmos de pré-candidatos, todos enfrentam problemas dentro do partido, mas o União é o grande assunto pela grandeza de seus personagens. Essa discussão é muito natural, mas é página virada.
MidiaNews – O chefe da Casa Civil, Fábio Garcia, também queria ser candidato, mas não foi. Acredita que ele “vestirá a camisa” da campanha de Botelho ou permanecerá distante?
Beto Dois a Um – O que une os pensamentos são os objetivos. O Fábio se colocou à disposição para ser pré-candidato, mas não era para vencer o Botelho. Ele se sentia pronto e preparado para fazer a mudança que Cuiabá precisa e o Botelho também.
A partir do momento que o grupo decidiu pelo Botelho, é natural que todo mundo caminhe na mesma direção, porque esse é o caminho natural das pessoas que pensam parecido.
MidiaNews – Sua experiência ao lado de Botelho na Assembleia o faz confiar nele para resolver as problemas de Cuiabá?
Beto Dois a Um – Não tenho dúvida. O Botelho, ao lado do governador Mauro Mendes, será a única solução das que estão postas à mesa para tirar Cuiabá do fundo do poço.
MidiaNews – O senhor não considera que o posicionamento do Botelho contra Emanuel Pinheiro está “morno” perto ao que o União Brasil espera dele?
Beto Dois a Um – A partir de agora, o Botelho vai tratar ponto a ponto. Então é natural que as falas fiquem mais evidentes. Cada político tem um perfil e, agora, o Botelho vivenciará 24 horas por dia os problemas de Cuiabá, então é natural que ele evidencie cada vez mais o seu descontentamento.
Vamos deixar muito claro que ele não seria candidato se não entendesse que a atual gestão de Cuiabá não funciona.