Polícia detalha funções em grupo investigado por tráfico; veja
As investigações da Polícia Civil conseguiram individualizar a participação de cada um dos alvos presos na Operação Doce Amargo 3 por envolvimento no mega-esquema de tráfico de drogas na Capital.
Ocupou-se em esmiuçar as evidências de elo entre os investigados nas redes sociais (fontes abertas), bem como pela análise dos Relatórios de Inteligência Financeira
Ao todo, foram 43 mandados de prisões preventivas autorizadas pela Justiça, além das ordens de busca e apreensão e bloqueio de contas. A ação foi realizada em Cuiabá, Cáceres, Campo Novo dos Parecis, Santo Antônio do Leverger, Castanheira e Foz do Iguaçu (PR).
O pedido feito pela Delegacia Especializada de Repressão a Entorpecentes (DRE) conta com dezenas de prints de conversas e um organograma que demonstra a ligação entre os suspeitos de integrar o esquema.
A imagem anexada ao documento é de baixa qualidade e não é possível identificar os nomes abaixo das fotos dos alvos. No entanto, é possível dimensionar o tamanho da organização e as ligações entre eles (veja ao fim da matéria).
“Individualizada a conduta de todos os representados, o Relatório Técnico n.º 2024.5.13481 – NI/DRE/PJC/MT ocupou-se em esmiuçar as evidências de elo entre os investigados nas redes sociais (fontes abertas), bem como pela análise dos Relatórios de Inteligência Financeira”, diz trecho do inquérito.
Cabeça do crime
O investigado Arthur Gallio de Oliveira, conhecido pelos codinomes “Atú” ou “Predella”, foi apontado pela Polícia Civil como “um dos líderes”.
Ele foi alvo da segunda fase da operação e, por meio da quebra do sigilo telefônico do seu celular, a Polícia chegou a outros suspeitos.
“Com bastante segurança, demonstrou o condutor das investigações que Atú exerce posição central na associação, remontando os diálogos à prática da narcotraficância no ano de 2023, de maneira intensa”.
Já Gabriel Oliveira de Albuquerque Jorge Bruno seria membro de uma facção e desempenharia papel importante no grupo.
Segundo as investigações, ele auxiliava intelectualmente “Atú” nas estratégias empregadas na associação “visando maior disseminação da droga”.
Fornecedores
Grande parte dos alvos investigados pertencia ao setor de fornecimento dos entorpecentes. Um deles, garante a Polícia, era o assessor jurídico do Tribunal de Justiça Rodrigo Moreira de Figueiredo (leia mais AQUI).
Fabiano Saffe aparece no inquérito sendo apontado como um dos principais traficantes, tendo diversos fornecedores para diferentes tipos de entorpecentes.
A investigação apontou que Jimi Hendrix Alves da Silva fornecia a Fabiano a droga “colômbia” (derivada da maconha, com formatos e concentrações da THC diferentes).
Já Thiago Antunes Couto, diz a Polícia, fornecia a ele entorpecentes dos mais variados tipos, como “dry”, “@arroba”, derivados da maconha e do ecstasy.
Lucas Mendes Rios, segundo a representação, fornecia a Fabiano principalmente as drogas denominadas “kalifas”.
Iura Maciel de Oliveira, Matheus Nacor Carvalhedo de Arruda Narra, Paulo Lucas dos Reis Aguiar, Lucas Capeletto e Yann Carvalho Patatas Botelho de Campos também foram apontados como fornecedores ligados a Fabiano.
O investigado Jorclei da Silva Cabral Junior foi apontado como outro traficante bastante atuante no esquema, com diversos fornecedores.
Kemilly Karisia Soares Magalhães é acusada de fornecer a Jorclei a maconha “braw”.
A Polícia também conseguiu estabelecer o vínculo entre Juan Chaein Costa da Silva, apelidado de “Aristides”, com Jorclei e outro investigado chamado Ledur, apontados como traficantes.
Já Danilo Hendrick Silva Ferreira, conhecido como “DG” também seria fornecedor de Jorclei. Um dos diálogos transcritos revela a tratativa entre eles.
“Tem prensado irmão classe A bagulho louco mesmo, brota, tem tudo, tem pó, tem tudo”, ostenta “DG” na conversa.
Foi encontrado um comprovante de pagamento bancário em nome de Benner Junior Galdino Andrade. Ele foi identificado como integrante da associação, também ligado a Jorclei.
Outros supostos fornecedores do investigado foram identificados como Maicon Douglas Guimarães da Silva, Rafaella Mattos do Nascimento Lopes e Janesleia da Silva Pereira.
Já Claudio Felipe Barbacovi, apelidado de “Hard”, é acusado de comercializar maconha e drogas sintéticas “MD”, associado a Arthur. Ele teria oferecido as drogas sintéticas como “novo produto” para ampliar os lucros do grupo.
A Polícia identificou André Eduardo de Andrade Silva como responsável pelo fornecimento de base de maconha e Anderson Rodrigo Goes de Oliveira também como fornecedores.
Rateio
Os investigados Joilton Dias Duarte Junior e Yghor Alves Maiolino faziam parte, segundo a Polícia, do rateio no esquema.
A ex-assessora da Assembleia Legislativa Maria Eduarda Aquino da Costa Marques também ocupava a mesma função, conforme as investigações.
A Polícia Civil diz que ela não apenas comprava drogas para uso pessoal, mas também para terceiros . “Captando ‘clientes’, intermediando o comércio ilícito de drogas e negociando o ‘rateio’ para ampliar as vendas”.
A jovem é acusada de repassar “gold” (maconha de melhor qualidade) e intermediava a venda de “tangie” (mistura da maconha Califórnia Orange e uma Híbrida Skunk). (Leia mais AQUI).
Compra e venda
Felipe Matheus Celestino Silva Ayres, conhecido como “Preto” ou “Black Princis”, foi alvo da Operação Doce Amargo II.
Ele foi grampeado conversando com “Atú” sobre a comercialização da droga, a qualidade do entorpecentes, clientes e fornecedores. Ficando clara, para os investigadores, a participação dele no esquema.
Outro investigado na segunda fase da Operação, que teve o seu envolvimento apontado pela Polícia, foi Fabiano Antonio Alves Saffe de Moraes Júnior.
“As novas diligências demonstraram atuação intensa supostamente voltada a narcotraficância, com diversos alvos em nítida tratativa de compra e venda de drogas, possuindo, em tese, fornecedores, sendo ele um revendedor aos usuários”, diz trecho.
A investigada Patrícia Toniazzo, apelidada de “Loira”, é outra que aparece nas investigações. “Tratativas de Patrícia, envolvendo quantias de drogas adquiridas e sua comercialização aos usuários”, diz trecho.
Com ela foram encontrados maconha, LSD e MD.
Outros investigados possivelmente ligados ao setor de comercialização foram: Marcos Alberto Bertoldo Filho, Joel Roberto da Costa Junior, Carlos Henrique Ribeiro Teixeira, Fadel Zogaib Filho, Gustavo Borges de Arruda Ofugi e Renata Laila Silva, Gabriela Ledur Gomes e Geovane Arantes Albino, de Foz do Iguaçu (PR).
Faz tudo
André Luiz Cordeiro de Souza, mais conhecido como “André Gordinho”, desempenha, segundo a Polícia Civil, várias tarefas no grupo.
“Além de negociar diretamente com Arthur o entorpecente conhecido vulgarmente como “loló” ou “lança-perfume”, ao que tudo indica, compra a matéria prima para produzir/fabricar e entregar a droga aos usuários”, diz trecho.
Armazenamento
No relatório, Felipe Sartori seria o responsável por armazenar as drogas para a associação e realizar a pesagem dela.
A esposa de Felipe, Rakelly Maria Ferreira de Lima, também foi um dos alvos. Ela foi apontada como associada ao tráfico junto com os demais representados.
O investigado Danrley Willyam Soares Moreira teria ligação no esquema por meio de Patrícia Toniazzo. “Sua função é a guarda do ‘mocó’, esconderijo de entorpecentes”.
Entregadores
Ao menos três alvos teriam participação ou a função estabelecida de efetuar a entrega das drogas.
São eles: Everton de Oliveira Silva (Torinho Fiel), José Almerio Queiroz da Mata e Mauro Roberto de Souza Espinosa. O contato de Mauro foi registrado por Jorclei como “Gordinho Entrega”.
Donos do Pix
Gianlucca Augusto Faria e Evily Eduarda da Silva Souza são suspeitos de receber os valores da droga comercializada.
Em conversas entre Gabriel Oliveira de Albuquerque Jorge Bruno e “Atú”, o primeiro passa as chaves pix de Gianlucca e Evily, para que “Atú” realize pagamentos.
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