Faccionados que mataram homem carbonizado em Cuiabá são condenados a 39 anos

Autores do homicídio da vítima Pedro Paulo Pereira da Sila, ocorrido há três anos em Cuiabá, foram condenados pelo tribunal do júri, realizado nesta quinta-feira (09.05), na capital. As condenações somadas chegaram a 39 anos de reclusão em regime fechado.

A investigação conduzida pela Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa identificou como autores diretos do homicídio, Jorge Augusto Rodrigues Costa Heverton Luan Alves Corrêa. Jorge recebeu condenação de 17 anos e três meses e Heverton foi apenado com 21 anos e nove meses de reclusão.

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No inquérito da DHPP foram indiciados três autores pelos crimes de homicídio qualificado, ocultação de cadáver, fraude processual e integração de organização criminosa.

“O resultado do tribunal do júri e da condenação imposta representam a importância do trabalho técnico desenvolvido no Inquérito Policial”, pontuou o delegado Caio Fernando Albuquerque, que conduziu a investigação à época.

Execução e ocultação de cadáver

Pedro Paulo, 31 anos, foi encontrado morto em 15 de abril de 2021 e não foi identificado inicialmente. O corpo foi localizado em uma rua não-pavimentada na ocupação denominada Jardim Humaitá, parcialmente carbonizado e enrolado em um cobertor. A vítima apresentava diversas lesões na cabeça.

A partir da investigação instaurada na DHPP, a equipe policial reuniu diversas informações sobre a vítima, que possibilitaram à Polícia Civil identificar duas pessoas envolvidas diretamente no homicídio.

A apuração levantou ainda que a vítima foi morta em uma residência no bairro Jardim Presidente 2 e o corpo desovado no Jardim Humaitá. Com a identificação da residência, foram realizadas perícias que indicaram que o local foi lavado, no intuito de apagar os vestígios de sangue da vítima que foram encontrados em diversos pontos da casa, além de objetos. Após a execução do crime, os dois suspeitos não foram mais vistos na região.

Durante as diligências, os investigadores identificaram também uma camionete que teria sido usada para transportar a vítima da casa onde foi morta até o lugar onde o local onde o corpo foi desovado. Em depoimento, o proprietário do veículo declarou que emprestou a camionete, uma S10, a um dos suspeitos do crime, que a devolveu lavada.

As informações reunidas no inquérito indicaram que o crime foi cometido porque, supostamente, a vítima teria cometido crimes no bairro onde residia e teve a morte ‘decretada’ por integrantes de uma facção criminosa em um ‘tribunal do crime’. Pedro Paulo sofreu diversos espancamentos.



Estadão MT