VÍDEO: Homem é flagrado vendendo água desviada de doações e ataca repórter

O Fantástico deste domingo (26) mostrou como golpistas estão usando a tragédia no Rio Grande do Sul para aplicar golpes. Em Canoas, um flagrante mostrou um homem que negociava garrafas e copos d’água, doados às vítimas da enchente. Ele foi identificado como Guilherme Ferreira de Souza, de 47 anos.

A reportagem ligou para o Guilherme e simulou o interesse na compra. No dia e o hora marcados, o repórter Giovani Grizotti foi ao encontro dele. Veja no vídeo acima.

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Repórter: Por que que o senhor tá oferecendo essa água aí para as distribuidoras?
Guilherme: “Eu ofereci para desocupar o negócio se o senhor quiser vamos lá”.
Repórter: O senhor não acha que isso é crime?
Guilherme: “Com certeza”.
Repórter: Admite que isso é um crime?
Guilherme: “Admito que isso é um crime”. 

Ao final da entrevista, Guilherme ataca a equipe de reportagem derrubando e danificando a câmera de gravação. Uma queixa foi feita à polícia contra Guilherme. Horas depois, ele prestou depoimento e foi liberado. A polícia distribuiu o que restou da água em um centro da prefeitura de Canoas.

Vítimas relatam doações

A dona de uma distribuidora de água disse que recebeu a proposta de Guilherme para comprar os donativos e se indignou.

“Eu acho isso muito desonesto, e aí eu comecei a instigar para ter certeza mesmo que era água de doação e até fiquei chocada ali, porque imagina ficar vendendo água de doação?! Que água para ajudar o povo trata o mundo necessitado e, no fim, estão vendendo”, relatou a comerciante.

A doação era de um grupo de comerciantes e produtores rurais da cidade de Piranhas, em Goiás. Era lá que Guilherme morava antes de se mudar pra Canoas, no ano passado.

“Essa água seria totalmente à doação. Inclusive por conhecer o Guilherme a gente enviou pra lá, porque falou ‘essa água estando na mão dele vai ser bem destinada por ele ser aqui de Piranhas’ e a gente imaginou que poderia ser da maneira certa”, disse o empresário Francisco Irisvan de Souza.

“A gente vive um momento de comoção nacional. E isso faz com que o cidadão fique vulnerável. Ele motivado, comovido, e na intenção de ajudar, muitas vezes faz doações indiscriminadamente, de forma rápida sem observar efetivamente a veracidade da ajuda que ele pensa que está prestando”, diz Vanessa Pitrez, diretora de Departamento Estadual de Investigações Criminais.



Estadão MT