Botelho diz que PL que equipara aborto a homicídio é “falta de amor cristão”

O presidente da Assembleia Legislativa, Eduardo Botelho (União), afirmou que o Projeto de Lei 1904/24, do deputado Sóstenes Cavalcante (PL-RJ) e outros 32 parlamentares, que equipara ao homicídio o aborto de gestação acima de 22 semanas, é “falta de amor cristão”. Botelho fez a declaração nesta quarta-feira, 19 de junho, e disse que a mulher vítima de estupro tem que decidir por interromper a gravidez o mais rápido possível.

“Criminalizar as mulheres foi um erro gritante, acusar as mulheres foi um erro tremendo. Acho que esse PL nem vai mais para a frente, porque a opinião popular está pesando muito. Essa massificação, as mulheres já são massacradas, as mulheres já são violentadas. Querer criminalizar mais as mulheres, pelo amor de Deus… aí é falta de bom senso, é falta até de amor de cristão, dentro do coração de uma pessoa dessa” afirmou o deputado estadual.

– FIQUE ATUALIZADO: Entre em nosso grupo do WhatsApp e receba informações em tempo real (clique aqui)

– FIQUE ATUALIZADO: Participe do nosso grupo no Telegram e fique sempre informado (clique aqui)

Botelho ainda defendeu que as mulheres vítimas de estupro passem por acompanhamento psicológico antes da realização do aborto.

“A mulher tem esse direito, já está previsto em lei e ela quem vai decidir, ela que sofreu, ela que foi massacrada, ela que foi judiada, ela que está ali, ela que tem que tomar uma decisão. Acho que a mulher tem que tomar a decisão o mais rápido possível. Ela já foi violentada, ela já tem que passar por um psicólogo, tem que receber um treinamento, dar toda assistência pra ela e tomar uma decisão o mais rápido possível”, afirmou Botelho.

Sobre o PL do Estupro

Aprovado em regime de urgência pela Câmara dos Deputados no último dia 12 de junho, o PL 1904/24, popularmente chamado de PL do Estupro, equipara o aborto de gestação acima de 22 semanas ao homicídio. Os projetos com urgência podem ser votados diretamente no Plenário, sem passar antes pelas comissões da Câmara.

O autor do requerimento de urgência e coordenador da Frente Parlamentar Evangélica, deputado Eli Borges (PL-TO), defendeu a aprovação. “Basta buscar a Organização Mundial da Saúde (OMS), [a partir de 22 semanas] é assassinato de criança literalmente, porque esse feto está em plenas condições de viver fora do útero da mãe”, afirmou.

No caso de a proposta ser aprovada, a mulher condenada por realizar o aborto nestas condições seria condenada à prisão por tempo superior ao do homem que cometeu o estupro.



Estadão MT