Governo oficializa exoneração de Neri Geller após escândalo do arroz
Neri Geller foi exonerado do cargo de secretário de Política Agrícola, do Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa). A exoneração consta no Diário Oficial da União desta quarta-feira, 12 de junho, em meio a denúncias sobre fraudes no leilão emergencial para a compra de arroz importado para abastecer o mercado brasileiro, depois das tragédias das enchentes no Rio Grande do Sul.
Nessa terça-feira, 11, o ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, disse que Neri tinha pedido demissão. Entretanto, Geller negou essa versão e disse que só ficou sabendo da demissão pela imprensa. Geller também afirmou ao Globo Rural que não tinha mais “clima” para continuar no cargo, que lhe servia também na interlocução do agronegócio com o Palácio do Planalto.
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Geller foi ‘a ponte com o agronegócio’ para Lula durante a campanha presidencial de 2022. À época, ele foi declarado inelegível e ficou impedido de concorrer ao cargo de senador. Porém, ele reverteu a condenação em 2023 e foi nomeado para a Secretaria de Política Agrícola.
O leilão de arroz teve os lotes arrematados por empresas que não têm histórico de atuação na área. A situação causou revolta em Lula (PT), que tinha planejado o leilão como uma medida positiva, mas acabou se vendo com uma ‘bomba’ nas mãos’. No Congresso, deputados já estão recolhendo assinaturas para a criação da CPI do Arroz, impulsionada pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).
A situação de Geller piorou com a revelação de que a FOCO Corretora de Grãos, participante do leilão, pertence a Robson Almeida de França, ex-assessor parlamentar de Geller na Câmara e sócio do filho do secretário, Marcello Geller, em outras empresas.