Homem que teve a família morta em chacina pede R$ 40 milhões ao Estado

O viúvo Regivaldo Batista Cardoso, que teve a esposa e as filhas mortas em um estupro seguido de chacina, em novembro do ano passado no município de Sorriso (398 km de Cuiabá), entrou com ação indenizatória de R$ 40 milhões contra o Estado de Mato Grosso por negligência e omissão. A informação foi divulgada pelo advogado Conrado Pavelski Neto no Instagram.

Cleci Alves Cardoso, de 46 anos, foi morta junto com as filhas, Miliane Calvi Cardoso (19 anos), Manuela Calvi Cardoso (12 anos) e Melissa Gabriela Cardoso (10 anos), pelo pedreiro Gilberto Rodrigues dos Santos, de 32 anos. Ele trabalhava em uma obra vizinha à casa das vítimas e monitorava a rotina da família.

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“Nenhum valor será capaz de trazer Cleci, Miliane, Manuela e Melissa à vida, mas, o Estado deve ser responsabilizado para que NUNCA mais uma família sofra o peso de um ato negligente e omisso!”, disse o advogado na publicação.

Gilberto afirmou à polícia que entrou na casa com intenção de roubar dinheiro ou qualquer objeto de valor, mas foi surpreendido pelas vítimas e decidiu matá-las.

Logo após entrar na casa, Gilberto se deparou com Cleci Calvi Cardoso, de 46 anos, que acendeu a luz e o avistou. A mulher teria partido para cima do suspeito e os dois entraram em luta corporal. Os dois caíram no chão, junto com uma gaveta de talheres. Dessa gaveta, Gilberto pegou uma faca e começou a golpear a mulher. Indagado, Gilberto disse não se lembrar de quantos golpes deu em Cleci.

O assassino afirma que logo após matar Cleci, viu a segunda vítima, Miliane, de 19 anos. A jovem também teria partido para cima do suspeito ao ver a cena do crime e também acabou sendo morta.

As crianças menores – Manuela e Melissa – acordaram assustadas e gritando. O assassino foi até o quarto de Manuela e a esfaqueou em cima da cama. Já Melissa foi enforcada até a morte com a ajuda de um travesseiro.

Ao finalizar sua barbárie, Gilberto teria se desesperado com a situação e decidiu fugir do local. Antes disso, porém, resolveu procurar nos armários da casa por algum objeto de valor que pudesse levar, ou por dinheiro. Ele não teria encontrado nada e decidiu sair da casa pelo mesmo caminho que usou para entrar.

Após fugir, o assassino escondeu as roupas usadas no crime em uma sacola, que foi guardada dentro de uma caixa e descartada em um conteiner com outros materiais de obra.

Gilberto foi trabalhar normalmente no dia seguinte e depois. Ele foi preso na manhã de segunda, 27, dois dias após o crime, enquanto trabalhava na obra. O criminoso passou por audiência de custódia e teve sua prisão em flagrante convertida para preventiva.

Ele já acumulava passagens por outros crimes hediondos e está preso atualmente na Penitenciária Osvaldo Florentino Leite, o Ferrugem, em Sinop.



Estadão MT