PF detalha funções de empresário e vereador em esquema

A Força Integrada de Combate ao Crime Organizado (Ficco/MT) montou um organograma com a função de parte dos alvos da Operação Ragnatela, deflagrada nesta segunda-feira (5), contra um esquema de lavagem de dinheiro de uma facção criminosa, em Cuiabá.

 

O grupo investigado adquiriu casas noturnas e lavava o dinheiro por meio da realização de shows nacionais de MCs ligados à facção.

 

Conforme a tabela anexada na decisão que ordenou as prisões e buscas, o esquema era liderado por Joadir Alves Gonçalves, vulgo Jogador.

 

De acordo com a investigação, o dinheiro que ele investia na aquisição de casas noturnas e realização de shows saía do recolhimento da venda de drogas, que era feito por Joanilson de Lima Oliveira, conhecido como Japão, e João Lennon Arruda de Souza.

 

Posteriormente, os valores eram repassados para Willian Aparecido da Costa Pereira, o Gordão, que era proprietário do antigo Dallas Bar e Strick Pub. Ele, então, transferia os valores para os promotores de eventos Rodrigo Leal e Jardel Pires, com objetivo de custear parte dos shows no Dallas e outras casas noturnas.

 

A investigação identificou que para a realização de determinados shows, Rodrigo e Jardel também contavam com o investimento de um grupo de promoters denominado G12 Eventos.

 

Veja fac-símile: 

 Após a realização dos eventos, conforme a investigação, os lucros eram repartidos por Rodrigo Leal e Kamilla Beretta Bertoni, proporcionalmente, ainda aos membros do G12 e com integrantes da facção criminosa.

 

Conforme a investigação, os valores eram repassados por depósitos fracionados para evitar as identificações dos depositantes e a origem ilícita dos valores distribuídos.

 

Foi apurado que eles utilizavam empresas de fachada para ocultar as transações.

 

Veja fac-símile: 

 

Participação de vereador

 

O organograma ainda detalha a função do vereador por Cuiabá, Paulo Henrique (MDB), do secretário-adjunto de Ordem Pública e Defesa Civil, Benedito Alfredo Granja Fontes, e do agente de regulação e fiscalização da Pasta, Rodrigo Anderson de Arruda Rosa.

 

Segundo a investigação, eles flexibilizavam a concessão de licenças e alvarás para a realização dos eventos, recebendo, em contrapartida, benefícios financeiros de forma direta e indireta. 

 

Veja fac-símile: 

 

Prisões e buscas

 

Dos citados na reportagem, foram alvos de mandado de prisão o suposto chefe do esquema, Joadir Gonçalves, Joanilson Oliveira, João Lennon, Willian Aparecido, Rodrigo Leal, Jardel Pires e Kamilla Beretta. 

 

Já o vereador Paulo Henrique e o servidor Rodrigo Anderson de Arruda foram alvos de mandado de busca e apreensão. O secretário-adjunto Benedito Fontes não foi alvo de nenhum mandado. 

 

No total, a operação cumpriu oito mandados de prisão preventiva e 36 de busca e apreensão em Mato Grosso e Rio de Janeiro, além do sequestro de imóveis e veículos, bloqueio de contas bancárias, afastamento de servidores de cargos públicos e suspensão de atividades comerciais.

 

As ordens judiciais foram expedidas pelo Núcleo de Inquéritos Policiais da Comarca de Cuiabá.

 

Leia mais:

 

Preso em operação era lotado no gabinete de vereador em Cuiabá

 

Empresário da noite e DJ são alvos de operação contra lavagem

 

PF apreende carrões; Justiça bloqueia R$ 5 mi de cada alvo; vídeo

 

Lista de alvos da PF tem ex-jogador de futebol e blogueira; veja



Mídia News