Senadora critica Abílio e pede “discussão responsável” sobre PL

A senadora de Mato Grosso Margareth Buzetti (PSD) criticou, nesta sexta-feira (14), a declaração do deputado federal Abílio Brunini (PL), que disse mulheres fazem aborto para “curtir e viver a vida”.

 

A declaração de Abílio foi feita em discurso na Câmara Federal enquanto ele defendia o Projeto de Lei 1904, que equipara o aborto de gestação acima de 22 semanas a homicídio, mesmo em caso de estupro. Abílio é coautor do projeto, bem como a deputada federal de MT Coronel Fernanda (PL).

 

Buzetti afirmou que é preciso tratar a discussão sobre o projeto e sobre o aborto no Brasil com “responsabilidade”.

 

Você falando dessa forma julga todas as mulheres como se fossem irresponsáveis, como se tivessem matando uma vida. Vamos ser responsáveis na discussão

“Meu filho, vai caçar o que fazer! Eu tive dois abortos espontâneos e sei dizer: não é fácil! Agora, você falando dessa forma julga todas as mulheres como se fossem irresponsáveis, como se tivessem matando uma vida. Vamos ser responsáveis na discussão. E é isso que espero do Senado federal quando esse projeto chegar lá”, afirmou a senadora.

 

A declaração foi feita em vídeo publicado na sua conta no Instagram. Buzetti afirmou que o projeto tem por objetivo “criminalizar uma vítima de estupro” e “não pode ser considerado algo normal”.

 

“Mais uma vez o Congresso analisa uma proposta feita por homens que diz respeito à mulher! Um absurdo”, disse.

 

O PL, que tramita com urgência na Câmara Federal, propõe que as vítimas que fizeram aborto após as 22 semanas de gestação devem responder por homicídio perante a Justiça, podendo pegar pena máxima de 20 anos. Enquanto isso, a pena para estupro é de 6 a 10 anos de prisão; já a de estupro de vulnerável é de 8 a 15 anos.

 

O projeto tramita em regime de urgência e pode ser votado diretamente no Plenário, sem passar antes pelas comissões da Câmara.

 

Desde que foi aprovada a urgência, na quarta-feira (12), o texto tem sido criticado fortemente nas redes sociais. O presidente da Câmara Arthur Lira (PP-AL) disse a interlocutores que não deve colocar a proposta para ser analisada tão breve, e deve “deixar a poeira baixar”.

 

Veja vídeo:

 

 

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