“Há resistência ao PT; eu preciso ter maturidade e dialogar”

Uma das principais lideranças do PT em Mato Grosso, o candidato a prefeito de Cuiabá Lúdio Cabral voltou a admitiu que o partido sofre resistência por parte do eleitorado cuiabano – e que ele faz campanha para tentar dialogar e conquistar o voto até dos críticos da sigla.

 

“Existe resistência de uma parcela da população ao PT e eu tenho que ter a humildade e a maturidade de reconhecer issso. Quando esse eleitor diz: ‘Lúdio, não gosto do PT, mas voto em você’, aumenta a minha responsabilidade, porque é um voto crítico do eleitor que escolhe o Lúdio”, afirmou, em entrevista exclusiva ao MidiaNews.

 

O candidato, que tem se distanciado dos símbolos característicos do PT nas peças publicitárias, como estrela e a cor vermelha, disse que tenta agregar a todos e mostrar como vai representar cada eleitor caso seja eleito.

 

Lúdio ainda minimizou o resultado da última pesquisa Quaest, que apontou um aumento na rejeição ao seu nome.

  

Ao longo da entrevista, o candidato também falou sobre a relação com o governador Mauro Mendes (União), fez críticas aos adversários e mostrou seu plano para transformar a Saúde de Cuiabá na “melhor do país”.

  

Confira os principais trechos da entrevista:

 

MidiaNews – Os indicadores da última pesquisa Quaest apontaram o senhor com 20% das intenções de voto, em terceiro lugar, e aumento expressivo de 10 ponto na rejeição, que chegou a 48%. Como analisa isso? É a famosa rejeição ao PT em Cuiabá e Mato Grosso?

 

Lúdio Cabral – Nós estamos procurando olhar para todas as pesquisas, amostras, para a forma como as questões são feitas para a população e, a partir disso, construir um cenário eleitoral e da tendência. A avaliação que temos é muito positiva no conjunto de todas as pesquisas.

 

Os demais candidatos estão estagnados numa mesma posição. Eu, desde que a campanha começou, especialmente depois dos debates e dos programas e inserções de rádio e TV, tenho crescido de forma consistente.

 

MidiaNews – Não nessa pesquisa que citamos…

 

Lúdio Cabral – Essa pesquisa mostrou um quadro estável, nenhum candidato teve alteração fora da margem de erro. Essa é a grande verdade. Todas as demais pesquisas me colocam com uma rejeição muito baixa e estamos animados com esse cenário. Há levantamentos que me colocam matematicamente em segundo lugar, embora eles não estão sendo divulgados, porque as outras campanhas é que fazem.

 

E é importante destacar que há medo em determinadas campanhas em disputar o segundo turno com o Lúdio. Então, nossa leitura é positiva sobre o crescimento que temos sustentado, consistente. Chegaremos ao segundo turno das eleições.

 

MidiaNews –  Ainda que tenha essa leitura positiva, não é muito baixo o crescimento que o senhor apresenta? Estamos a quase 15 dias das eleições…

 

Lúdio Cabral – Mas é agora que a população começa a formar opinião. O dado do levantamento espontâneo, que é o que define o voto mais consolidado, mostra que mais da metade da população ainda não escolheu em quem vai votar. E mesmo quem já na estimulada aponta um nome, essa decisão pode mudar em uma parcela do eleitorado dependendo do candidato.

 

A decisão da população vai se formando gradativamente ao longo do tempo e acontece nas últimas semanas da campanha, quando a população presta atenção nos programas, acompanha, assiste aos debates.

 

Estamos crescendo no ritmo certo e no tempo certo. Eu sempre disse: eleição é uma maratona. E precisamos medir os nossos passos para crescer de forma sustentável e na hora certa. Não adianta crescer antes do tempo e depois cair, que é o que esta acontecendo com Botelho.

 

O Botelho está em queda matemática e fora da margem de erro. Eles estão desesperados.

 

Eu estou em crescimento sustentado, que aponta para daqui a15 dias um cenário que poucos imaginam que pudesse existir que é o cenário do Lúdio em primeiro lugar, no segundo turno. O Abílio está estagnado ou em queda dependendo do instituto de pesquisa que o analisa.

 

Viram o Abílio completamente agressivo nas entrevistas que deu? Isso é um sinal que o levantamento interno das campanhas mostram que o Lúdio está matematicamente em segundo lugar.

 

 

 

MidiaNews – O que a campanha do senhor pretende fazer para dar essa turbinada e garantir a vaga no segundo turno das eleições?

 

Lúdio Cabral – De um lado eu, como candidato. Porque é assim que faço campanha: nas ruas, o tempo todo, me encontrando com as pessoas para apresentar a nossa proposta de mudar Cuiabá.

 

No diálogo com a população por meio da comunicação, procurarmos apresentar as propostas e falar sobre o principal problema que Cuiabá tem hoje que é a Saúde. E dizer que Cuiabá tem hoje a oportunidade de ter o primeiro prefeito médico da sua história. Um médico que tem uma trajetória de 28 anos na Saúde, que se especializou em gestão e que está pronto para construir um sistema de saúde que atenda nossa população com qualidade, com dignidade. É absolutamente possível isso. Sei o que precisa ser feito e sei como fazer.

 

Já no primeiro dia de governo deixaremos muito claro que a Saúde vai passar a funcionar e atender a população com dignidade.

 

Dizer também que iremos governar para toda a população, para toda Cuiabá, sem divisão, em parceria. Chega de briga política. Briga política prejudicou demais Cuiabá ao longo dos últimos anos e não podemos correr o risco de eleger candidatos que logo depois da eleição vão começar a se desentender, mesmo sendo do mesmo partido daqueles que governam o Estado.

 

Meu propósito é governar com parceria: com o Governo do Estado, com quem tenho uma relação respeitosa e isso é reciproco. Parceria com o Governo Federal, do presidente Lula, que é do meu partido. Importante destacar que os problemas que Cuiabá tem são sérios em várias áreas, eles só serão enfrentados e superados por meio de uma parceria.

 

MidiaNews – Pode citar alguns?

 

Lúdio Cabral – Habitação. Cuiabá tem um déficit habitacional de quase 40 mil moradias. E o único caminho para superarmos esse déficit é por meio de recursos federais. O nosso programa traça uma proposta ousada de construir 20 mil casas populares.

 

Na Saúde, da mesma forma, queremos triplicar o número de equipe da saúde da família que hoje são 110, e tem muita rotatividade, para 312 equipes. Nós vamos buscar no Ministério da Saúde R$ 200 milhões por ano para conseguir assegurar a cobertura total da nossa população.

 

Na infraestrutura, a malha viária precisa de recurso federal e eu já construí esse diálogo com o ministro-chefe da Casa Civil, Rui Costa, que é responsável pelo programa de aceleração do crescimento. Nós precisamos de obras novas de infraestrutura para lidar com os gargalos que tem no nosso transito.

 

A minha trajetória na política me permite hoje a maturidade, a serenidade e a firmeza para buscar esse diálogo e essa parceria com o Governo do Estado e com o Governo Federal.

 

Midia News – Na propaganda eleitoral o senhor tem adotado uma tática de distanciamento do PT, da imagem “estrela vermelha” e tem colocado pessoas que dizem ser bolsonaristas, mas votam no senhor “apesar de ser do PT”. Isso, de certa forma, não demonstra uma personificação da política? Um antipartidarismo?

 

Lúdio Cabral – Eu sou filiado ao PT desde a minha juventude, é o único partido ao qual fui filiado ao longo de toda minha trajetória política. Os mandatos que exerci foram pelo PT, sempre com o compromisso de lutar pelos direitos da nossa população. As pessoas sabem disso.

 

Agora, sou candidato a prefeito de toda Cuiabá e é meu dever dialogar com toda a população de Cuiabá e é lógico que existe uma resistência de uma parcela da população ao PT e eu tenho que ter a humildade e a maturidade de reconhecer isso e de construir diálogo com esse eleitor que é crítico do PT.

 

Quando esse eleitor diz: “Lúdio, não gosto do PT, mas voto em você”, aumenta a minha responsabilidade, porque é um voto crítico do eleitor que escolhe o Lúdio porque ele é o melhor candidato, o mais preparado, com as melhores propostas, apesar da crítica que a pessoa tem ao partido.

 

É meu dever governar para toda a população. Para o eleitor que gosta do PT, que vota no PT e para o eleitor que é crítico ao PT e, mesmo assim, toma a decisão de votar no Lúdio.

 

Isso é muito natural e é resultado de um processo de aprendizado que temos que ter. E o PT está em mim, o Lúdio é aquele que todos vocês conhecem.

 

MidiaNews – Esse distanciamento não pode “incomodar” a militância e a direção do PT nacional?

 

Lúdio Cabral – O melhor exemplo disso são as campanhas vitoriosas do Lula. Ele só se elegeu presidente da República quando entendeu que precisava dialogar com toda a população. Isso é do processo de maturidade e de aprendizado da política.

 

Nós temos na nossa campanha todas as cores e eu, Lúdio, faço campanha de branco para sinalizar, primeiro, que sou médico. O principal problema de Cuiabá é a Saúde e sou médico da Saúde Pública.

 

Segundo, vou governar para todas as pessoas, para todas as cores. E terceiro, quero paz, não quero briga política, não quero guerra, porque a briga política só fez mal para Cuiabá.

  

Um exemplo é minha relação com o governador. Eu faço oposição ao Governo do Estado, temos posições diferentes sobre vários temas, mas isso não me impede de construir uma relação de diálogo, de respeito e de parceria.

 

MidiaNews – Um dos seus programas eleitorais rememorou um elogio do governador Mauro Mendes ao senhor. Usar a imagem de Mendes é uma estratégia para se aproximar desse eleitor de direita?

 

Lúdio Cabral – Primeiro que foi uma audiência pública do Senado da República, que debateu a questão ambiental. Eu participei da audiência, o governador participou, o meu posicionamento na audiência foi, inclusive, crítico à política ambiental do Estado, mas tanto eu quanto o governador destacamos naquela audiência como é a nossa relação e é meu dever dizer isso para a população da cidade.

 

A melhor forma de dizer isso é o próprio governador dizendo em um evento público como será a relação dele com o Lúdio prefeito da Capital. Porque a população de Cuiabá não quer briga política, quer parceria.

 

MidiaNews –  A aproximação da sua imagem com a dele não é “forçada”?

 

Lúdio Cabral – Não se trata de uma aproximação, se trata de constatar um fato. Essa audiência aconteceu em 2023, não é um evento que aconteceu agora. Ao longo de todo meu mandato sempre fui coerente, sempre apontei os problemas e junto com eles a solução. O governador diz isso na audiência pública.

 

A minha posição é critica, é sistemática, é propositiva, aponta o problema e traz a solução. Houve momento nos meus oito anos como deputado que fui muito firme contra propostas do governador. Agora, houve outros momentos em que quem fez a defesa do governador no parlamento fui eu.

 

No tempo da pandemia, quando o governo propunha medidas mais fortes para conter a circulação do vírus, quem fazia a defesa do governador? Era o Lúdio, médico sanitarista que entendia a necessidade daquelas medidas.

 

MidiaNews –  E o senhor vê como importante isso na campanha?

 

Lúdio Cabral – É importante trazer isso para o debate eleitoral, porque a população precisa formar opinião para tomar a decisão mais consciente sobre o destino da nossa cidade. Não podemos errar, essa eleição é muito importante para Cuiabá. 

 

É importante destacar e ser crítico aos outros candidatos também, porque é nosso dever tratar dessa pauta. O Botelho é o candidato do União Brasil. O candidato do Mauro Mendes era o Fábio Garcia. E o Mauro Mendes fez questão de dizer isso em várias ocasiões.

 

As empresas da família do Botelho tem negócios em várias áreas com a Prefeitura de Cuiabá, no transporte público, na limpeza, na iluminação pública, em asfaltamento.

 

O União Brasil tem grupos políticos, o Botelho é do grupo dos Campos. E daqui a pouco eles estão se desentendendo.

 

A primeira confusão foi quando o Botelho inventou uma proposta de asfaltar 100% da cidade. O governador foi questionado sobre isso e disse: “Opa, comigo não, o Botelho responda por ele, não estou fazendo promessa de asfaltar 100% de Cuiabá”.

 

E há um aspecto que é importante. Eu tenho diferenças programáticas com o governador, mas há aspectos da gestão dele que é importante reconhecer e que vou adotar na minha gestão.

 

 

 

MidiaNews – Quais são?

 

Lúdio Cabral – Por exemplo, montar uma equipe, um secretariado sem interferência da política. Ter um secretariado técnico, com qualificação técnica, o Mauro é bom para montar equipes. Eu posso discordar da política que implementa, mas ele é bom para montar equipe.

 

O secretariado dele é estável. Não tem troca-troca e isso é uma coisa positiva, eu já disse para ele.

 

Nós somos de partidos diferentes, somos de posições políticas diferentes em vários temas, mas temos que ter claro que o nosso compromisso é com a população e a nossa relação será uma relação que vai engrandecer a política. Esse é o meu compromisso.

 

Olha o que aconteceu na entrevista com a Camila Piacenti, a gente não pode pular no abismo que a candidatura do Abílio representa. Desagregador, utiliza como instrumento político o deboche, o cinismo, o preconceito, o ataque aos servidores públicos, o ataque às mulheres Piacenti na Rádio Capital. Aquilo não é comportamento de quem pretende ser prefeito de uma cidade. Tratar de maneira desrespeitosa uma mulher que é jornalista e estava apenas cumprindo o dever dela.

 

Cuiabá vai correr o risco de ter um prefeito que vai jogar pedra no presidente da República? Que vai xingar o presidente da República? Que vai brigar com o governador na primeira oportunidade que tiver? Que é alguém que todo mundo conhece e sabe o perfil desequilibrado que tem?

 

  

 

MidiaNews – No seu plano de Governo, o senhor promete, em quatro anos, construir “o melhor sistema de saúde do Brasil”. Como? Quais seriam os custos?

 

Lúdio Cabral – Por incrível que pareça, Cuiabá já foi referência na Saúde pública do Brasil. Quando Júlio Muller foi secretário de Saúde no primeiro governo do Dante, antes do SUS existir. Ali, ele projetou um sistema de saúde para Cuiabá dentro da concepção do SUS, que não existia ainda, que foi existir em 1990.

 

Então Cuiabá teve na segunda metade dos anos 80 e na primeira metade dos anos 90 um sistema de saúde que era exemplo para o país.

 

Meu propósito é ter o melhor sistema de saúde do Brasil em Cuiabá ao final do nosso mandato. Olhar para trás e nem reconhecer a saúde que tínhamos antes pela qualidade que vamos ter agora.

 

Primeira coisa: Reconhecer que 80% dos problemas na Saúde podem ser resolvidos lá na base, onde as pessoas vivem e trabalham. Então temos que fortalecer a atenção primária na Saúde, que hoje movimenta apenas R$ 80 milhões por ano em um universo de R$ 1,6 bilhão, que é o que a prefeitura aplica na Saúde.

 

A equipe de Saúde da Família tem 110 equipes, mas com muita rotatividade. A equipe de Saúde da Família precisa conviver ao longo do tempo com a população para construir vinculo e o seu trabalho ser resolutivo.

 

Por que as pessoas gostam do Lúdio médico, que trabalhou 12 anos no Osmar Cabral, 8 anos no Tijucal e 5 anos no Itapajé? Porque esse tempo me permitiu construir vinculo com os meus colegas de trabalho da equipe da saúde e com a população que eu atendia. Eu sabia quem era o paciente e você consegue construir um cuidado de mais qualidade.

 

O que vou fazer? Nós vamos no Ministério da Saúde e buscar os recursos para ter em Cuiabá 312 equipes de Saúde da Família até o final do nosso mandato. Cobertura total da população, com algumas unidades, que compartilham duas equipes, funcionando até às 21h.

 

Alcançando essa cobertura a pessoa quando precisar de médico vai encontrar no Posto de Saúde.

 

MidiaNews –  Caso eleito, pretende fazer uma auditoria em todos os contratos estabelecidos na gestão Emanuel?

 

Lúdio Cabral – Nós já temos um problema que está contabilizado no balanço de 2023. No dia 31 de dezembro de 2023 a prefeitura deixou um déficit financeiro de R$ 320 milhões e esse déficit está principalmente na Saúde. Isso provavelmente será maior no final do ano de 2024.

 

Passada a eleição, eleito prefeito, no período de transição, vamos mapear todos os contratos que a prefeitura tem em todas as áreas, principalmente da Saúde onde é o maior volume de natureza financeira.

 

Assumindo a prefeitura, faremos uma auditoria técnica e contábil em todos os contratos. Não para fazer caça às bruxas, mas para poder identificar onde o município está gastando errado, onde tem coisa que vai exigir a atuação dos órgãos de investigação, onde é problema apenas de gestão, de organização, para poder utilizar da melhor forma possível cada real que a prefeitura administra.

 

Não tem sentido consumir milhões com medicamentos, por exemplo, e não ter dipirona, não ter remédio de pressão nos postos de saúde e de vez em quando a gente ter notícia de medicamento vencido.

  

MidiaNews – O senhor tem uma proposta muito parecida com a do candidato Abílio Brunini a respeito do transporte público: a mudança quanto ao pagamento da concessionária, que passaria a ser quilômetro rodado e não mais por passageiro. Há ainda, entre Abílio, Botelho e o senhor, a proposta de criação da guarda municipal. O senhor leu o plano de governos dos rivais? Não acredita que há uma uniformização das propostas entre vocês?

 

Lúdio Cabral – De um lado é importante identificar quais são os problemas reais de Cuiabá. Nós somos uma das três capitais do Brasil que não tem Guarda Municipal, então qualquer pessoa que se propõe a ser prefeito tem que tratar dessa pauta, porque senão vai demonstrar desconhecimento absoluto.

 

De outro lado, é preciso identificar quem tem capacidade de tornar realidade cada uma das propostas que está defendendo. Eu sei onde vou buscar recursos para implementar a Guarda Municipal. Será que os outros candidatos sabem? Ou é apenas promessa?

 

Nós vamos no Ministério da Justiça, conversar com o ministro da Justiça, Ricardo Lewandowski, buscar um programa que se chama Pronasci para a gente adquirir veículos, equipamentos câmeras, fardas, armamentos, para buscar especialistas para capacitar, treinar a Guarda Municipal, que vai ser uma guarda cidadã, exemplar, de primeiro mundo.

 

Quem coordenou o meu programa de governo na Segurança Pública foi o superintendente da Polícia Rodoviária Federal de Mato Grosso, Arthur Nogueira, que é um policial que tem uma história de dedicação com a segurança pública.

  

Sobre o transporte público, que bom que o Abílio assistiu as entrevistas que venho dando desde o começo do ano e acolheu a proposta que fiz, que é de, ao invés das empresas serem remuneradas por passageiro que seja por quilômetro, que favorece a empresa a tirar ônibus de circulação e superlotar o transporte para ter mais lucro, vamos mudar a lógica.

 

Está no programa do Botelho essa proposta, que é irmão do dono da empresa do ônibus? Essa eu tenho certeza que não está e é uma mudança que precisa acontecer.

 

Agora, quem tem mais preparo emocional, equilíbrio, para colocar em prática essa proposta de mudar a fórmula do cálculo da tarifa?

 

 

 

MidiaNews – O Abílio não teria condições?

 

Lúdio Cabral – Lembra do debate do BRT? Tanto eu quanto o Abílio tratamos dele. Como o Abílio tratou? Fazendo vídeo para a internet, postando Power Point e ganhando curtida, sem consequência nenhuma? Não produziu resultado nenhum.

 

O que eu fiz? Fui pesquisar, fui investigar, localizei um contrato que já havia sido assinado pelo Estado com a empresa do irmão do Botelho, elaborei um projeto de lei fundamentado, consistente, propus licitação na lei do BRT, propus tarifa a R$ 1 com os recursos da venda dos vagões do VLT. Ou seja, uma ação que produziu resultado, porque se dependesse dos vídeos do Abílio, o irmão do Botelho ia ganhar o BRT de presente para operar até 2037 lucrando uma mega-sena por ano.

 

O Abílio faz barulho, ganha curtida na internet, mas não produz resultado naquilo que ele faz. Ele diz que fiscaliza, mas não fiscaliza, só explora o sofrimento das pessoas e mais nada. Vai para a UPA, rola no chão, faz vídeos com as pessoas sofrendo, mas não vai ajudar. Ele desliga o celular e vai para a próxima UPA fazer outro vídeo e ganhar a curtida dele. Não é assim que se governa uma cidade, tem que ter equilíbrio emocional, tem que ter propósito.

 

A minha ação do BRT fez com que o governador dois dias depois determinasse o cancelamento. Acabou, o irmão do Botelho não vai mais operar o BRT, vai haver um licitação com uma empresa nova. Essa é outra forma de ver a diferença entre os postulantes a prefeito de Cuiabá.

 

Porque fazer promessa é fácil. Esses políticos antigos, da velhíssima política, fazem promessa e fazem coisas mirabolantes. Essa promessa de que o Botelho vai asfaltar 100% de Cuiabá… 

 

 

 

 

  

 

MidiaNews – O PT jamais venceu uma eleição para a Prefeitura de Cuiabá, nem mesmo quando Lula tinha alta aprovação entre os brasileiros. Por que acha que, agora, que ele tem uma grande rejeição, será diferente?

 

Lúdio Cabral – Tudo tem uma primeira vez e Deus sabe a hora de tudo. O presidente Lula disputou quatro eleições para se eleger presidente, o governador Mauro Mendes disputou três eleições para se eleger prefeito e depois se eleger governador. Tudo tem a primeira vez e Deus sabe a hora de tudo na vida da gente.

 

Essa é a confiança que tenho e a confiança na capacidade, na inteligência e na sabedoria da população que vai saber identificar quem está melhor preparado para enfrentar os problemas da nossa cidade.

 

É essa segurança, essa maturidade e essa humildade, ao mesmo tempo firmeza, que trago para a disputa dessas eleições. Estou muito animado.

 

Vocês sabem a dificuldade que tive para ser candidato, tem gente que está fazendo campanha desde sempre. Só comecei depois que a campanha começou e desde que comecei estou crescendo de forma sustentada, no ritmo certo para a gente chegar onde queremos chegar, com a graça de Deus, que é a vitória.

 

Assista a entrevista na íntegra: