Blairo Maggi: aviões de brinquedo não apagam incêndios

O ex-ministro, ex-governador e ex-senador Blairo Maggi afirmou que “aviões de brinquedo” não apagam os incêndios florestais que assolam o país, se referindo às aeronaves utilizadas pelos Estados. Maggi também defendeu que o Brasil mude a tática para lidar com incêndios provocados pelas mudanças climáticas.

Blairo isenta a atuação do governo do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) nos incêndios do Pantanal e Amazônia, em 2020. Ele também não culpou o governo do presidente Lula (PT) pelas queimadas desenfreadas.

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“Isso mostra e demonstra que não são os governos que fazem as coisas, é a natureza, são as pessoas que estão na economia. Ali atrás nos falamos: “o culpado pelas queimadas é o Bolsonaro”. Agora nós temos o Lula no governo, temos a Marina de volta. A Marina então é culpada pelos incêndios que estão acontecendo? Eu falo que não. Não posso apontar o dedo. Claro que tem toda uma política geral no Brasil que tem uma política de combate e controle a incêndio muito fraca”, falou Blairo em entrevista à CNN Brasil na sexta-feira, 13 de setembro.

Maggi não citou ineficiência de nenhum Estado, mas disse que a estrutura dos Bombeiros é precária e citou os aviões utilizados para controlar os incêndios, boa parte utilizados em lavouras para aplicação de defensivos agrícolas.

“Nós não temos estrutura de Bombeiros, os territórios são muito grandes, os acessos são muito difíceis, muito poucos aviões preparados para atacar incêndios. Os aviões que estão sendo utilizados são helicópteros e usados no dia a dia, são aviões agrícolas utilizados para fazer pulverização aérea. Não são equipamentos próprios […] o Brasil é um país muito grande, não se consegue apagar os incêndios com os aviões de brinquedos que nós temos aqui”, disse.

Como os incêndios florestais são reflexos das mudanças climáticas que já é uma realidade, o ex-ministro disse que os governos precisam se adaptar à nova realidade.

“As mudanças climáticas estão acontecendo, são quase que definitivas e o Brasil precisa mudar o seu jeito com as coisas. Ao contrário, vai sair o governo Lula, vai entrar outro governo e a gente vai olhar para trás e dizer: “o ministro A, o ministro B, o presidente A, o presidente B é responsável? Não! O responsável são as mudanças que estão acontecendo e tem que ter uma mudança de consciência nas pessoas envolvidas nessa coisa”, finalizou.



Estadão MT