Gastos com roupas e hotel levaram Polícia aos autores do crime

Quatro suspeitos de participação no assassinato da candidata a vereadora Rayane Alves Porto, de 25 anos, e de sua irmã Rithiely Alves Porto, 28, se hospedaram em um hotel e fizeram compras de R$ 6 mil em roupas em Cáceres (220 km de Cuiabá), logo após fugirem de Porto Esperidião (322 km de Cuiabá), onde o crime aconteceu.

Eles gastaram no dinheiro e no débito. Esse é um ponto a esclarecer: de onde veio esse dinheiro?

 

As despesas dos criminosos ajudaram a inteligência da Polícia Civil a chegar até eles e realizar a prisão. A informação é do delegado Higo Rafael Ferreira, em entrevista à rádio CBN nesta terça (17).

  

“Esses quatro foram localizados após chegarem em Cáceres, se hospedarem em um hotel, irem em diversas lojas caras e comprar roupas e perfumes. Eles compraram quase R$ 6 mil em roupas no débito, pagaram taxista um valor alto no pix, o hotel no pix… Eles estavam com uma boa quantia em dinheiro”, disse.

 

Para Higo, o próximo passo agora é investigar de onde veio todo esse dinheiro utilizado pelos criminosos, o que para ele prova que há mais pessoas envolvidas indiretamente no crime.

 

“Eles gastaram no dinheiro e no débito. Esse é um ponto a esclarecer: de onde veio esse dinheiro? Ainda tem pessoas que participaram indiretamente, e no decorrer do inquérito vão ser responsabilizadas”, garantiu.

 

O crime foi ordenado por um dos líderes de uma facção criminosa que está preso na PCE (Penitenciária Central do Estado). Até o momento, doze pessoas já foram presas.

 

Noite de terror

 

Além de sequestrar as irmãs, os bandidos ainda levaram outros dois rapazes, sendo que um deles foi torturado. 

 

O delegado Higo também detalhou o estado em que um dos rapazes foi encontrado e como a quarta vítima conseguiu fugir do cativeiro.

 

Como noticiado pelo MidiaNews nesta segunda (16), os criminosos obrigaram as irmãs a fazerem ligações para várias pessoas pedindo a quantia de R$ 100 mil para que fossem libertadas.

 

“Depois de torturarem as vítimas, eles tiveram a ideia de ligar para algumas pessoas, algumas atenderam outras não. As que atenderam disseram que não tinham aquela quantia de dinheiro e ouviram uma pessoa do outro lado da linha dizer: ‘Já que não tem dinheiro mata todo mundo’”.

 

Segundo o delegado, foi nesse momento que um dos rapazes conseguiu fugir. De joelhos, ele se assustou com a frase e teria saído empurrando os criminosos e pulou o muro da casa, seguindo pulando muros até chegar no Batalhão da PM e pedir ajuda.

 

Depois da fuga da vítima, os suspeitos se espalharam para se esconder ou saíram da cidade, caso dos quatro que foram presos em Cáceres. Quando os policiais chegaram na casa, na região central de Porto Esperidião, já acharam as duas irmãs mortas e um rapaz desacordado, com vários ferimentos.

 

“A terceira vítima estava desacordada porque tinha tido a orelha arrancada, dois dedos [arrancados] e teve uma facada no pescoço, momento que ele desmaiou”, detalhou.

 

O rapaz, que não teve a identidade divulgada, ainda está internado, mas não corre mais risco de morte.

 

A Polícia Civil segue investigando o caso.

 

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