Vítima ligou para candidato pedindo R$ 100 mil para pagar resgate

A candidata a vereadora Rayane Alves Porto (Republicanos), de 25 anos, sequestrada e morta no último sábado (14) junto com sua irmã, Rithiely Alves Porto, de 28, ligou para seu aliado e candidato a prefeito de Porto Esperidião (322 km de Cuiabá), Hérculis da Saúde (PSD), pedindo ajuda para um suposto resgate.

 

A informação foi confirmada por Hérculis ao MidiaNews. Rayane pediu ao candidato a quantia de R$ 100 mil, que seria o valor que um dos líderes da facção criminosa, identificado apenas como “Véio”, teria solicitado para liberar as vítimas.

 

Por videochamada da Penitenciária Central do Estado, ele comandava a sessão de tortura das vítimas, que estavam em cárcere privado em uma casa na região central de Porto Esperidião.

 

O candidato, no entanto, não foi a única pessoa para quem as irmãs ligaram pedindo a quantia em dinheiro. Herculis confirmou que falou com Rayane, que ligou do próprio celular dela, provavelmente obrigada por algum dos sequestradores.

 

Ao MidiaNews, o delegado Higo Rafael Ferreira afirmou que os depoimentos colhidos até o momento confirmam as ligações, mas que não há informação de que a quantia tenha sido paga por alguma das pessoas que receberam a ligação. Para sua segurança e enquanto aguarda a Polícia confirmar a motivação do crime, o candidato evitou dar mais declarações.

 

Até o momento, a principal hipótese é de que elas tenham sido mortas por fazerem um sinal que é tido como símbolo de uma facção rival. Por ordem do líder da facção, as duas foram assassinadas a golpes de faca após serem torturadas.

 

Abalado

 

Hérculis se disse muito triste e abalado com o crime, que acabou chocando e comovendo toda a cidade. Ele diz que não era amigo de Rayane, mas durante a campanha, por serem do mesmo grupo, acabaram trabalhando juntos.

 

Não éramos próximos, mas durante a campanha tivemos bastante contato, por isso estou muito abalado

“A cidade é pequena, então todos meio que se conheciam e a Rayane era circense. Não éramos próximos, mas durante a campanha tivemos bastante contato, por isso estou muito abalado. Vamos seguir na luta em prol do reconhecimento à luta e ao nome da Rayane”, disse.

 

Segundo ele, Rayane era mais próxima do grupo do candidato a vice na chapa, Mandela, mas durante a campanha ela chegou a trabalhar até com sua esposa, pensando em novos projetos para a área cultural. “Era alguém bastante ativa e amigável”, completou.

 

O candidato foi no velório das irmãs neste domingo e cancelou toda a agenda do fim de semana, começando a retomar as atividades aos poucos nesta segunda (16).

 

Agora, ele acompanha o avançar das investigações.

 

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