A era da harmonização está acabando; o natural está em alta
Uma das principais referências na área da Dermatologia em Mato Grosso, a médica Natasha Crepaldi, de 43 anos avalia que chegou ao fim a era dos exageros em procedimentos estéticos.
Em um cenário em que os padrões de beleza estão em constante transformação, ela decreta: “As pessoas estão cada vez mais buscando uma beleza natural, com menos intervenções invasivas”, afirma.
O bonito não é tirar todas as rugas, não é ficar 100% sem sinais, porque algumas coisas a gente precisa aceitar. O bonito é você estar bem cuidada
“Hoje, está em alta uma beleza natural. Uma beleza de pele limpa, de pele linda e saudável, sem muita produção. Acho que está acabando a era da harmonização facial, graças a Deus!”, afirma.
Com 14 anos de atuação em Mato Grosso, Natasha falou sobre as tendências na área, os riscos do “calorão” cuiabano para a saúde da pele e das principais tendências para o mercado.
Confira os principais trechos da entrevista:
Midia News – Como a senhora avalia as pessoas que perdem a mão nos procedimentos estéticos? Quando chega um paciente assim, qual é a sua orientação?
Natasha Crepaldi – É uma situação muito difícil. A gente tem muito contato com essas pessoas, elas chegam já com essa busca por algo que não está na aparência. É um problema realmente de origem psicológica. É um problema, é uma busca por algo. Busca uma perfeição que não se encontra ali na aparência.
Como eu tenho bem clara a minha visão sobre beleza, isso para mim é um pouco fácil de lidar. Porque primeiro que a gente já até repele às vezes esse tipo de busca. E quando eu vejo que está passando do ponto, tenho uma conversa sincera. E às vezes eu perco o paciente, mas eu não posso concordar ou ser omissa nessas situações.
Realmente, esses distúrbios são uma coisa cada vez mais frequente. Hoje já tem até um nome, que é o transtorno dismórfico corporal, em que a pessoa vê algo no espelho que não condiz com a realidade. E ao mesmo tempo não aceita o envelhecimento. O bonito não é tirar todas as rugas, não é ficar 100% sem sinais, porque algumas coisas a gente precisa aceitar. O bonito é você estar bem cuidada.
Eu sempre falo que gosto de tirar aquela imagem negativa que às vezes o rosto passa. Como uma olheira muito funda, que as pessoas olham e falam: “Nossa, mas está cansada, você está abatida”. Ou aquelas rugas de bravo, que a pessoa está sempre ali brava. Aquelas rugas de marionete, que deixam a pessoa também entristecida. [Tento] Trazer ela primeiro para uma naturalidade, para uma neutralidade. Não olhar pra ela e ver uma expressão diferente da que ela está sentindo, e fazer algo que mantenha essa pele bem cuidada. Mas sem essa busca de uma idade anterior.
Acho que a conscientização, a educação, essa coisa de se aceitar com as suas perfeições e imperfeições… A individualidade é bonita. Às vezes, uma sobrancelha mais alta que a outra é um charme. Não precisa ficar exatamente igual. A gente sempre busca atender o pedido, mas quando vejo que aquela busca é excessiva, procuro ter essa conversa de deixar a pessoa melhorar a autoestima de outra forma também. Porque às vezes essa baixa autoestima vem de alguns traumas, de crenças limitantes… E ela busca melhorar isso só na imagem; e aí a coisa não acontece.
Midia News – E como a senhora avalia os profissionais sem formação em Medicina fazendo procedimentos, como, por exemplo, o peeling de fenol? São procedimentos que devem ser feitos por médicos, não?
Natasha Crepaldi – Vejo isso com muita tristeza. Porque acho que a sociedade como um todo perde, por exemplo, a gente perdeu a possibilidade de fazer o fenol (que foi proibido pela Anvisa), um tratamento que tem mais de 30 anos no mercado, excelente para alguns tipos de pele, mas com seus riscos, assim como uma cirurgia, como outras coisas. E com a entrada de profissionais desqualificados e uma certa conivência de autoridades, a gente começou a ver mortes, começou a ver deformidades.
Acho que há uma extrema irresponsabilidade tanto de profissionais quanto de autoridades. E acho que é uma desinformação dos pacientes, porque eles se confundem e se iludem com sucesso em mídia social, com convencimento da mídia. Porque às vezes a pessoa tem bastante seguidor, é muito convincente, são bons vendedores, mas não têm o mínimo necessário. O caso desse paciente que faleceu de fenol era uma clínica que não tinha autorização, a profissional não tinha formação. Foi um conjunto de irresponsabilidade. E que a gente possa parar de ter esses problemas, porque quem sofre mesmo é a população, é a sociedade. É muito triste!
Midia News – O jornal O Globo divulgou uma reportagem sobre a chamada “desarmonização”, ou seja, a reversão das intervenções estéticas. Aparentemente isso está virando uma tendência. Você tem percebido isso?
É uma desinformação dos pacientes, eles se iludem com sucesso em mídia social, com o convencimento. Ás vezes a pessoa tem muito seguidor, são bons vendedores, mas não têm o mínimo necessário
Natasha Crepaldi – Tenho. Como eu disse: acho que essa fase da harmonização facial… A gente estava falando desses profissionais que são mal habilitados. Eles seguem e aí padronizam os rostos. Porque ele ainda não sabe, está na curva de aprendizado. Faz assim e pronto, é assim que ele sabe. E isso veio produzindo muita coisa feia. E na mídia apareceu muita gente. Apareceu Stênio Garcia, Eduardo Costa… Teve a Gretchen, um protótipo desse tipo de pessoa.
Com isso, essas outras influenciadoras que são muito movidas à moda… Essas grandes das mídias sociais são muito movidas ao modismo. “Então, agora moda é harmonização”. E vai lá e faz harmonização. E às vezes [a pessoa] busca esses profissionais que não têm, como a gente, tantas armas na mão para combater o envelhecimento. Porque a gente tem.
Não estou falando eu, Natasha, não. [Falo] Os dermatologistas, os cirurgiões plásticos… Eles têm todas as armas necessárias. Tem tecnologia, tem fio, tem botox, tem o estimulador, tem preenchimento. É diferente de um profissional que está ali, acabou de abrir uma sala, só tem um preenchimento para fazer e vai corrigir tudo que tem com isso.
E aí acho que se chegou ao fim dessa era de fazer tudo com preenchimento. E eu estou achando ótimo que essas pessoas influentes estão retornando suas origens. Estão removendo. Mas não é simples assim tirar exatamente isso. Às vezes o rosto não fica tão linear como era, porque você não consegue tirar exatamente todo o ácido hialurônico que estava ali. Tem riscos, porque é uma medicação potencialmente alergênica. Às vezes destrói um pouquinho de tecido natural da pessoa. E evolui com flacidez.
Num pós-retirada de produto, é igual o abdômen de grávida, que vai e volta. É a mesma coisa no rosto: ele vai e volta. Esse rosto vai ficar mais flácido, igual a pessoa que emagrece muito. Ainda bem que tem como melhorar, mas não é assim: “Ah, vou fazer, se não der certo eu tiro tudo e pronto”. Acho que tudo tem que ser feito com responsabilidade. Com cautela.
Midia News – Ainda nesse tópico de internet, a gente também vê muitos influencers sem o mínimo de informação dando dicas de produtos nas redes sociais. Um creme para o bumbum, para o rosto, um protetor. O que a senhora acha disso?
Natasha Crepaldi – O ideal é sempre ter ou um profissional ou um perfil de apoio de alguém técnico que tenha realmente formação. E o que mais me preocupa é essa moda entre as pré-adolescentes. As menininhas de 10, 12 anos.
Como sempre oriento nas mídias sociais, recebo muito as filhas das minhas pacientes que já estão no TikTok vendo tudo e querem começar a usar. E eu falo: traz [o produto] para eu ver se serve para pele. Porque é uma pele que – principalmente dessas meninas novinhas – é uma pele de transição. E a mesma coisa em adultos, que vão usar às vezes um ácido, mas é uma pele sensível com rosácea, que é uma doença de pele que não tolera qualquer produto. E aí vai ter um monte de consequências. Acho que [é importante] sempre ter ou um profissional de confiança ou um perfil de apoio técnico, tudo para se resguardar.
Midia News – Cuidar da pele é um desafio em Cuiabá por causa do calorão?
O natural nunca sai de moda. Sabe por quê? Porque o belo é muito indistinguível do saudável. Você acha uma pessoa bela, quando você olha pra ela e ela está saudável, o cabelo brilha, o olho brilha
Natasha Crepladi – Viver aqui é um grande desafio, porque a gente tem o calor extremo, tem variação de temperatura, tem quedas muito grandes e um clima extremamente seco. A gente precisa muito usar protetor solar nessa cidade. Às vezes [a pessoa] fala assim: “Mas eu não saio”.
Mas as exposições curtas aqui são muito intensas. E a gente sabe, por exemplo, para o câncer de pele mais grave que existe, que é o melanoma, as exposições intensas, agudas, curtas, mas intensas, são as piores. São as que mais provocam esse tipo, principalmente as causadas em uma idade precoce, em crianças, adolescentes. O uso do protetor solar é essencial. Aqui a gente precisa realmente.
E uma coisa que é frequente aqui: como é muito quente, as pessoas costumam tomar muito banho, usar bucha, e acaba tirando toda a barreira natural da pele. A gente tem uma barreira cutânea na pele que chama barreira hidrolipídica. É uma barreira natural e ela serve para repelir microorganismos, bactérias, fungos… Serve para evitar que qualquer trauma machuque.
Aqui a hidratação acaba se tornando necessária por conta disso, pra gente manter uma barreira cutânea mais saudável por conta desse extremo que a gente vive, tanto de temperatura quanto de umidade. E além disso, a gente sabe que quando a temperatura tem variações para mais ou para menos de 10 graus, essa barreira cutânea também se altera naturalmente. É como se a nossa produção de suor, de água e de gordura ficasse meio doida. E aí tem mais acne, tem mais cravo, tem mais alergia, tem mais tudo. Então é igual o pulmão, né? De quem mora aqui sofre, a pele também tem essas características.
MidiaNews – Para cuidados diários você considera necessário um protetor e um hidratante?
Natasha Crepaldi – E um produtinho de limpeza. Porque hoje, na cidade, principalmente na área urbana, a gente tem contato com muitos poluentes, resíduos, seca de fumaça. E isso fica na pele. Além disso, quem usa os produtos, protetor solar, precisa realmente de uma limpeza da pele, se ela é mista, se ela é oleosa. Quanto mais seca a pele, a gente indica um produto mais pesado: um creme, uma pomada, algo mais pesado.
E quanto mais oleosa, a gente indica um veículo mais leve. Um líquido, um sérum. E o protetor solar também. Ele deve seguir tanto o tipo de pele – se é mista, se é oleose, se é seca – quanto a cor da pele. Quanto mais clara, um fator mais alto. E levar em conta também problemas de pele. Se é uma pele mais sensível, que tem algum problema relacionado a luz solar, por exemplo…
Uma pessoa com lúpus não pode pegar Sol. Porque o Sol reativa a doença sistêmica, inclusive. Essa pessoa precisa de um protetor solar mais eficiente. Pessoa que tem mancha de pele, melasma, precisa de um protetor solar com cor, de um fator mais alto. Aí a escolha do produto vai depender dessas características.
Midia News – A exposição ao Sol em Cuiabá eleva o risco de câncer de pele? Quais são as medidas de prevenção que você sugere, além do protetor?
Natasha Crepaldi – É super importante essa preocupação, até porque o câncer de pele é o câncer mais comum no mundo, e no Brasil a incidência é alta. E no nosso Estado também porque a gente tem uma grande população de pessoas de pele clara que vieram do Sul e que trabalham no agronegócio, estão muitas vezes expostas mesmo ao Sol. Na clínica a gente recebe muitas lesões pré-câncer, câncer de pele, a gente trata muito isso. E além da proteção solar, recomendamos muito aquelas proteções que a gente chama de proteção física. Mas as vezes a pessoa fala assim: “Mas é só usar um chapéu, uma blusa”.
O ideal são roupas protetoras que são realmente caracterizadas como protetoras. Elas são vendidas com um selo que vem ali escrito que tem fator de proteção, porque é uma trama que é entremeada por essa proteção solar, uma trama de tecido diferente. E o chapéu a mesma coisa. O chapéu, para realmente proteger, tem que ser de abas e a aba tem que ter pelo menos 7 centímetros. Porque muita gente fala assim: “Ah eu vou para o parque correr e eu vou de boné”. Mas se você pensar que o boné está aqui na frente, na lateral, se o Sol tiver de lado, você vai ficar exposta. O ideal é que para essas exposições maiores, que seja chapéu ou uma viseira de proteção lateral. O óculos é importante também. A gente também tem lesões até de melanoma mesmo, porque o olho tem pigmento.
Se a mancha realmente for estranha, se ela coçar, sangrar, crescer e tiver sintomas, temos que ficar sempre atento.
MidiaNews – E como identificar precocemente o câncer de pele?
Natasha Crepaldi – De maneira geral, se conhecer, conhecer o corpo. Sempre fazer uma análise na frente do espelho. Notou alguma lesão diferente, procurar um dermatologista e observar as lesões que já existem. A gente tem uma regrinha, que é a regra do ABCD, e agora acrescentaram o E, que é a característica de uma manchinha. Quando essa manchinha é muito assimétrica, por exemplo, a parte de cima é muito diferente da de baixo…
Quando as bordas são muito irregulares, tem uma mancha toda ali feiosa, parecendo um mapa. Quando tem várias cores, mais de três cores, tem uma possibilidade alta para câncer de pele. Se ela tem marrom claro, marrom escuro, vermelho, preto, enfim. Aí o D é o de diâmetro. Quando a gente tem ela maior do que uma cabecinha de [lápis de] borracha, que é um limite para uma mancha ok. E a evolução. É uma mancha esquisita.
Hoje é até engraçado, mas a maioria, mais de 70% dos cânceres de pele, a pessoa vai no médico desconfiada da mancha. Ela tem algum sintoma estranho. É como se ela sentisse que aquela mancha é estranha. A gente tem que dar atenção pra isso e ficar de olho. Se a mancha realmente for estranha, se ela coçar, sangrar, tiver sintomas, enfim, tem que estar atento a isso. Ficar sempre atento.
Midia News- Quais são os mitos mais comuns que você escuta sobre os cuidados com a pele, especialmente em Cuiabá? As pessoas estão mais conscientes sobre esses mitos?
Se pensarmos que nem 10% da população frequenta clínicas de dermatologia, estética ou faz procedimentos, é um mundo de pessoas que estão fora da nossa bolha. Temos muita informação para passar ainda
Natasha Crepaldi – Às vezes a gente até acha que estão mais conscientes, mas aí de repente a gente escuta umas coisas, né? Fiquei chocada quando recebi várias mensagens de gente falando: “Ah, eu lavo a cabeça com detergente”; “eu uso leite de rosa como desodorante”. A gente ainda escuta bastante essas coisas. Então se a gente pensar que nem 10% da população frequenta clínicas de dermatologia, estética ou fez procedimentos estéticos, é um mundo de pessoas que estão fora da nossa bolha. Mas eu acho que a gente ainda tem muita informação para passar, tem muito trabalho ainda para fazer nesse sentido de educação, sentido de pele, de beleza, de cosméticos, de procedimentos, cabelo, unha, enfim. Tudo.
Midia News – Eu gostaria que você me falasse um pouco sobre o progresso que houve desde quando entrou na área até agora. Como você avalia a evolução da Dermatologia?
Natasha Crepaldi – Eu falo que o natural nunca sai de moda. Sabe por quê? Porque o belo é muito indistinguível do saudável. Você acha uma pessoa bela, bonita quando você olha pra ela e ela está saudável, está bonita, o cabelo brilha, o olho brilha. E isso nunca sai de moda. A minha mãe sempre se cuidou da maneira que podia, com o creminho da Avon, da Natura. Eu lembro que quando comecei a fazer botox nela, ela falou: “Ai minha filha, não precisa contar pra ninguém que eu faço”. “Mãe, mas você tem que ser meu modelo”. “Ai minha filha, mas finge que eu não faço nada”. Então não sei se por conta dessa criação, eu sempre achei o belo, o natural, o saudável mais bonito. E notei que isso nunca saiu de moda, mesmo com esses altos e baixos, de harmonização.
E eu vejo que estamos caminhando muito nesse sentido, tanto que hoje os equipamentos coreanos, que é onde mais se desenvolve estética, e aparelhos de estética estão tão em voga. Até saiu essa semana uma reportagem de um cirurgião plástico (Prem Tripathi) que está bem famoso na Califórnia. Ele falou da Cristina Aguilera e desse filme novo que saiu também (“A Substância”), falando sobre a era do indetectável. É o que a gente já vem fazendo: associação de tratamentos em pequenas doses, mas contínuos, como uma manutenção. E isso é muito óbvio. Não é o que a gente faz com o nosso corpo? Exercício, todo dia, alimentação correta todos os dias, aquela coisa de quem tem espiritualidade é todo dia. É o básico contínuo que dá certo. Acho que a gente caminha para essa evolução.
Midia News – Que dicas a senhora daria para quem deseja se preparar para a temporada de verão em termos de cuidado com a pele? Quais são os procedimentos do verão? O que usar, o que não usar?
Natasha Crepaldi – Quando a gente fala na questão de preparo do corpo, do rosto, de procedimentos, a dica que eu dou é começar o quanto antes. Agora seria uma ótima fase porque alguns procedimentos a gente leva de dois a três meses para chegar num ótimo resultado. Alguns aparelhos precisam de mais sessões… O quanto antes começar, melhor. Chega-se lá com mais cuidado. Claro que dermatologista não manda se bronzear. Mas a gente dá a dica do uso de autobronzeadores. Os autobronzeadores são totalmente saudáveis. Ele funciona como se fosse uma tinta que pega nessa camada superficial da pele. A gente consegue um resultado bem legal sem precisar de exagero.
Midia News – A senhora pode nos citar alguns procedimentos que vem mais em alta para o verão?
Natasha Crepaldi – A gente está com um protocolo lá na clínica bombando, que é o nosso protocolo de emagrecimento. A gente faz uma associação da Dermatologia com a Nutrologia. E é um protocolo de acompanhamento com uma medicação nova, que se chama Mounjaro, que é uma uma orientação espetacular para emagrecimento. Eu perdi 10 quilos. Mas é importante dizer que precisa de acompanhamento. Porque precisa de uma orientação alimentar, como a gente estava falando, de uma quantidade de proteína, de uma quantidade… Então, a dose tem que ser correta para não ter efeitos colaterais, não ter problemas.
E orientação dos exames e associação dos procedimentos para não ter esse emagrecimento com flacidez. A gente faz um tratamento multidisciplinar em que a gente usa, por exemplo, o Onda (Waves) para o shape corporal, para a gente conseguir dar o contorno. A gente tem um protocolo facial que se chama Summer Lift, que faz um lifting facial, trabalha a flacidez no emagrecimento para o verão, sem pós nenhum. É superinteressante também. Acho que o que está em alta é isso. São procedimentos, tratamentos para o corpo, um emagrecimento saudável e tratando a flacidez.
O que a gente vê de futuro chegando são os testes genéticos. Conseguir prever o padrão de envelhecimento. Outra tendência é a inteligência artificial conseguindo fazer uma leitura da pele e adequar os cremes
Midia News- O botox e o ácido hialurônico são atemporais?
Natasha Crepaldi – São atemporais. Acho que, para algumas correções, por exemplo, para uma rinomodelação, o nariz que tem um ossinho, o ácido hialurônico é o rei, não tem como tirar. Um desenho de um lábio, um contorno, um volumezinho, é ácido hialurônico. Botox não tem como viver sem. É insubstituível. Então esses aí são atemporais e são, desde sempre foram, carro-chefe meu e da clínica. São os procedimentos mais feitos desde sempre na minha clínica.
Midia News – Quais tendências você prevê, na Dermatologia e na estética, que podem impactar nos cuidados da pele, rejuvenescer a pele?
Natasha Crepaldi – O que a gente tem de futuro chegando aí são os testes genéticos. Conseguir prever o padrão de envelhecimento, conseguir prever o creme que mais vai responder àquela pele. Outra tendência é a inteligência artificial conseguindo fazer uma leitura da pele e adequar os cremes. Isso já tem na Coreia. Você vai na loja e já consegue manipular ali uma base da cor da sua pele, com os ativos que a sua pele precisa. Tudo isso com a tecnologia e a inteligência artificial ajudando.
As tecnologias também, até o próprio diagnóstico do câncer de pele, a gente já tem alguns aparelhos que já fazem essa avaliação com inteligência artificial, já mostrando sinais que a gente tem que dar mais atenção. A leitura de manchas para aplicação dos lasers também. Então como se o laser já conseguisse adaptar àquelas peles. A tecnologia, a inteligência artificial e a genética são o rumo das novas tendências na Dermatologia.
Midia News- Gostaria que você me contasse um pouquinho da sua trajetória. Me conte um pouco do começo, por favor.
Natasha Crepaldi – Como sou paulista, de família paulista, vim para Cuiabá muito nova, com apenas 3 anos. E nessa trajetória minha mãe ficou viúva comigo criança. Então foi uma grande felicidade a gente vir para Mato Grosso, que é um Estado próspero, que propiciou para a gente conseguir estudar, trabalhar… E aí, nesse meio do caminho, meu irmão mais velho fez Medicina na UFMT. E eu segui esse caminho dele na Universidade Federal.
Sempre gostei muito de trabalhar, de ter a minha própria independência. Desde muito nova, durante a faculdade, sempre trabalhei, porque vi no trabalho uma possibilidade de progresso, de crescimento. E assim foi o início da minha vida na área da Medicina. Quando me formei, eu buscava por uma área que pudesse, além de poder fazer procedimentos, conversar com pacientes. Queria algo que englobasse um pouco de tudo. Que eu atendesse, mas ao mesmo tempo colocasse a mão na massa. Sempre tive essa coisa manual.
Durante a faculdade, que não dava para trabalhar fora, eu fazia crochê para vizinha. Eu gostava de costurar. Sempre gostei dessa coisa de colocar a mão na massa. Então procurava uma área que tivesse um pouco das duas coisas, porque também sempre gostei muito de conversar, de ouvir histórias, sempre fui meio delegada assim daquela coisa de tentar descobrir o que que tem, o que que sabe, de ir a fundo nas histórias.
Com isso tudo, acabei indo para o lado da Dermatologia, que abraçava tudo isso. Na Dermatologia a minha busca era por entregar o melhor para o paciente. Eu falava assim: “Gente, vou oferecer isso, mas sei que tem algo melhor, sei que tem mais”. E eu buscava trazer mais, e não tinha como fazer sem empreender. Porque, apesar de ter excelentes dermatologistas aqui no Estado, a gente não tinha tanta inovação em tecnologia, não tinha tanta inovação em serviço. Sempre gostei de oferecer um serviço de qualidade, de oferecer um local aconchegante. Apesar da minha primeira clínica ter sido um ovinho e a segunda um ovinho um pouquinho maior, era um lugar aconchegante, era um lugar bonito, era um lugar cheiroso, tinha uma música agradável, um ar agradável. Eu procurava servir algo que agradasse. Sempre busquei por isso. E a forma era empreendendo. E, graças a Deus, consegui hoje trazer a Dermatologia de ponta para Mato Grosso.
As principais tecnologias, as tecnologias mais novas, tudo que tem de ponta na Dermatologia e na estética, consegui trazer. Mas eu ainda tinha uma dor, que era atender o público mais carente, porque fui concursada da Dermatologia da Universidade Federal por alguns anos. E ali eu tinha contato com esse povo, mas acabei precisando sair por conta da clínica, porque a demanda aumentou. E aí falei: “Acho que tem mais pessoas que precisam dessa Dermatologia de qualidade”. E e aí surgiram as outras clínicas, que é a clínica de laser, principalmente de depilação a laser, com um custo mais acessível, mas mantendo a qualidade do tratamento, do serviço. Foi assim, resumidamente.
MidiaNews – Já são quantos anos de carreira?
Natasha Crepaldi – Eu me formei em 2004. São 14 anos de trajetória.
Midia News- E quanto tempo tem a Clínica Crepaldi?
Natasha Crepaldi- A Clínica Crepaldi começou em 2008, finalzinho de 2008. Comecei com um consultório bem pequenininho, dividia com um primo, chamava até Clínica Crepaldi. Começou quando a gente dividia, ele ficava com uma sala, eu ficava com a outra. E aí depois ele acabou saindo e eu fiquei com a clínica. Peguei o fundo, peguei em cima e assim foi aumentando.
Midia News – Tem algum equipamento novo, alguma novidade especial da clínica que está em alta?
Natasha Crepaldi – Nós estamos cheios de novidade nesse mês. Estão chegando duas tecnologias novas. Uma delas está super em alta na Coreia, que é chamada Volnewmer. Ele deixa a pele linda como a das coreanas. É para melhorar a densidade da pele, melhorar a qualidade. É como se ficasse aquela pele mais densa, mais rica em ácido hialurônico e colágeno. Mas de forma natural. Esse é um aparelho que é feito uma vez por ano. É uma radiofrequência de alta tecnologia. Por isso é feita em sessão única e totalmente indolor. Esse aí é o nosso queridinho do momento. E sem pós, que casa com o verão. É um procedimento que se você fizer agora, vai estar pronta para as festas de fim de ano. Outro que chegou se chama Onda (Waves), que é uma tecnologia para gordura localizada e lipedema, que é um problema que também a gente tem cada vez mais diagnóstico, que é aquele inchaço nas pernas e celulite. Essas são as duas grandes novidades.
Confira a entrevista na íntegra: