Assassino alega armação e diz que “ninguém morre de graça”
O réu Edgar Ricardo de Oliveira, um dos autores da chacina em um bar de Sinop no ano passado, negou que tenha cometido o crime após perder dinheiro em apostas de sinuca.
Ele e seu comparsa Ezequias Souza Ribeiro mataram sete pessoas, incluindo uma menor de idade, no dia 21 de fevereiro do ano passado durante uma disputa de sinuca.
Edgar alegou que Maciel Bruno, dono do bar, vivia armando contra ele e, inclusive, estaria planejando roubá-lo. No dia dos fatos, disse que Maciel Bruno e as vítimas Getúlio Rodrigues Frasão Júnior, Orisberto Pereira Sousa, Josué Ramos Tenório e Elizeu Santos da Silva fizeram provocações e ameaças contra ele durante as partidas.
Já sobre a vítima Adriano Balbinote, alegou que se tivesse ficado sentada não teria morrido.
E afirmou que o disparo contra a filha de Getúlio, de 12 anos – que também morreu -, foi acidental.
As declarações foram dadas durante seu julgamento nesta terça-feira (15) por meio de videoconferência. Ele está preso na Penitenciária Central de Mato Grosso (PCE), em Cuiabá.
Edgar começou seu depoimento afirmando que os fatos narrados pelas testemunhas não eram verdadeiros.
“Nada desses fatos que dizem aí, que foi por causa de jogo que saí matando todo mundo, não é verdade. Ninguém morre de graça, não. Eu nunca me importei com dinheiro de jogo, o jogo para mim era um hobby, assim como prática de tiro. Eu não vivia de jogo, eu era empresário”, disse.
Edgar prosseguiu seu depoimento afirmando que só foi jogar no bar de Maciel Bruno naquele dia a pedido de Ezequias Souza Ribeiro, que morreu em confronto com policiais do Batalhão de Operações Especiais (Bope) um dia após a chacina.
Disse que até meio-dia havia perdido R$ 2 mil para as vítimas e decidiu ir embora por conta dos “insultos” delas. Alegou que retornou à tarde após muita insistência de Ezequias e que as armas estavam na sua caminhonete porque tinha a intenção de ir para sua chácara.
Segundo ele, à tarde os “insultos” ficaram mais pesados e, em determinado momento, já irritado, pensou em ir embora, mas Ezequias teria lhe oferecido cocaína e ele aceitou. Depois que retornou, alegou que não se lembra mais de nada.
“Eu só fui cair em mim quando estava em um sítio lá na Gleba Mercerdes, onde joguei a minha pistola. Foi um apíce da explosão, quando eu vi já tinha acontecido. Vocês acham mesmo que eu ia jogar a minha vida foram por conta de uma partida de sinuca de R$ 2 mil? Olha o constrangimento que estou passando”, afirmou.
Por fim, Egar pediu que a” Justiça seja feita, mas em cima da verdade”.
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