MidiaNews | Bons votos

 

Bons ventos! É assim que os velejadores se saúdam.

 

Bons estudos! É assim que concluo as mensagens que envio aos meus alunos.

 

Bons votos! É o que podemos desejar a nossos concidadãos hoje, dia de eleições municipais.

 

Bons votos são votos conscientes, lúcidos, limpos. Votos digitados (antigamente eram depositados na urna…) com amor e esperança.

 

Sempre me emociono ao votar.

 

Relembro as lutas da juventude para conquistar esse direito, quando a minha geração ajudou a derrubar a ditadura. Noites pichando muros, madrugadas panfletando.

 

Apanhamos algumas vezes, cheguei a ser preso e mais de uma vez ameaçado por telefonemas de madrugada ou mensagens anônimas embaixo da porta.

 

Recordo as primeiras eleições democráticas, os grandes debates e comícios, a intensidade e densidade das campanhas. Algumas vitórias históricas, algumas derrotas sofridas. Muitas lições aprendidas.

 

Nunca deixei de votar, nem pretendo fazê-lo. Enquanto puder, jamais serei alheio ao destino da minha cidade, do meu estado e do meu país. Não sou indiferente, não sou omisso e não sou neutro. Como cidadão e eleitor, sempre tentarei somar com aquela que considerar a melhor opção diante das circunstâncias.

 

Evidente que já tomei decisões que tempos depois lamentei. Nunca fui enganado, mas já me enganei com algumas pessoas ou propostas. Faz parte, não somos infalíveis. O importante é que nunca tomei decisões pelos motivos ou sentimentos errados.

 

O medo desperta o que há de pior no ser humano. O ódio incita o preconceito e a violência. A raiva nunca foi boa conselheira. A vingança não pacifica o espírito. O voto é uma conquista sublime da civilização e deve ser exercido sem medo, sem ódio, sem vingança e sem raiva. Na história humana, os povos que sucumbiram a essas tentações provocaram e sofreram grandes tragédias.

 

Sempre levo os meus filhos para votar comigo. Quero que compreendam a importância desse momento para a vida democrática. Uma escolha coletiva em que cada um participa. Tento ensinar-lhes a entender o voto como uma demonstração de amor, de compaixão e de esperança. Não por essa ou aquela liderança ou agrupamento partidário. Mas por nós mesmos e pelo nosso futuro, com justiça, equidade, liberdade, solidariedade e sustentabilidade.

 

Bons votos! Viva o Brasil! Longa vida à nossa democracia!

Luiz Henrique Lima é Conselheiro independente certificado e professor.

 



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