MidiaNews | O Líder

Pedro era um líder e porta-voz dos demais discípulos. O líder deve desempenhar um papel de condução e influência dos seus liderados para atingirem os objetivos acordados.

 

Há controvérsias sobre a questão da liderança, se o líder nasce com esse papel, ou seja, um líder nato ou que possui um dom; ou quem sabe, um líder que desenvolve e aprende a liderança, entendo que as duas formas são passíveis de se fazer um líder.

 

Se você nasceu com um perfil de um líder, ótimo, mas continue se aperfeiçoando. Se você não nasceu assim, é possível desenvolver e se moldar para essa finalidade.

 

O discípulo Pedro tinha as características de um líder, porém foi necessário que Cristo o moldasse para que assim, pudesse aplicar os seus ensinamentos para o mundo.

 

Alguns traços do perfil do líder Pedro:

 

Curiosidade – o líder precisa ser um curioso por natureza, já que não pode conformar com a situação e as circunstâncias em que vive. Sempre terá curiosidades e indagações com vistas a aperfeiçoar a situação existente.

 

É engraçado isso, pois todos nós nascemos curiosos, em processo de aprendizagem. Quando crianças perguntávamos de tudo, os nossos pais tinham que ter paciência para responder a todas elas. As perguntas geram curiosidade e transformam-se em ideias.

 

No livro “Doze homens extraordinariamente comuns”, de John MacArthur, são apontadas as impulsividades e curiosidades de Pedro: “Nos relatos dos Evangelhos, Pedro faz mais perguntas do que todos os outros apóstolos juntos. Normalmente, era Pedro quem pedia para o Senhor explicar suas palavras mais difíceis (Mateus 15:15; Lucas 12:41). Foi Pedro quem perguntou quantas vezes deveria perdoar (Mateus 18:21). Foi Pedro quem perguntou qual seria a recompensa dos discípulos por terem deixado tudo para seguir a Jesus (Mateus 19:27). Foi Pedro quem perguntou sobre a figueira que secou (Marcos 11:21). Foi Pedro quem fez perguntas sobre o Cristo ressuscitado (João 21:20-22)”.

 

Iniciativa – fazer perguntas, ter curiosidades, é válido, mas pensar demais sem ação não vale nada! O líder precisa agir para mudar a situação em que está. O líder deve ser um executor, ou seja, ir para ação. Os problemas e ideias nas mãos de um líder serão sempre resolvidos.

 

Pedro perguntava e já agia (Mateus 16:16): “Simão Pedro respondeu: — O senhor é o Messias, o Filho do Deus vivo”. No momento em que Cristo desejava saber o que o povo pensava sobre Ele, os demais discípulos pensavam e não respondiam.

 

Outro episódio foi quando Jesus foi preso. Pedro ataca o servo do sumo sacerdote Malco (Mateus 26:51): “Mas um dos que estavam ali com Jesus tirou a espada, atacou um empregado do Grande Sacerdote e cortou uma orelha dele”. Mesmo Cristo preso, Pedro estava sempre próximo dEle (João 18:15 e Lucas 22:61).

 

Esse discípulo era um homem de ação! É claro que até esse momento ele ainda precisava ser moldado por Jesus. Como diz um ditado: “É mais fácil acalmar um fanático do que ressuscitar um morto”, no entanto, Deus conhecia o seu coração.

 

Envolvimento – ele se relacionava com todos os discípulos e com o Mestre. Pedro não era um irmão “esquenta banco” de igreja, pelo contrário, ele sempre estava em ação e envolvido nas tarefas.

 

Nós não podemos ser membros de igreja apenas no papel, é necessário ir para ação e nos envolver com os projetos da igreja. Se você, porventura, estiver cansado e com preguiça, o remédio é: ação e envolvimento.

 

Pedro sempre estava à frente dos desafios e cenários em que Cristo estava. Ele ia para batalha. Ele não fugia à luta. Ele indicava o caminho para os seus companheiros. Tudo isso se chama envolvimento!

 

Coragem – o líder precisa enfrentar os desafios da vida. Águas paradas nem sempre combinam com líderes. O líder deve ter coragem! O medroso e fraco dificilmente conquista seguidores para liderar. As pessoas querem se espelhar em alguém que entrega resultados e não quem mira em falácias.

Quando Jesus aparece andando sobre o mar, na madrugada, o único discípulo que teve coragem de subir nas águas foi Pedro (Mateus 14:22-32). Os demais apóstolos estavam com medo. Com a coragem, nós vislumbramos um cenário maravilhoso, como esse milagre. Claro que, a coragem deve ser avaliada junto com a prudência e cautela.

 

Pedro passou por experiências, muitas vezes duras, mas que moldaram o caráter desse grande líder de Jesus. Ele oscilou bastante, errou e falhou muitas vezes, porém, obteve aprendizado e resultados. Ele conduziu os demais discípulos na pregação do Evangelho.

 

Caráter – Haverá seguidores se houver um líder que tenha um bom caráter. Ninguém quer seguir um corrupto ou aquele que faz as coisas erradas. Vejo que a única forma de termos esse bom caráter é por intermédio de Jesus Cristo, pois a nossa natureza é falha e sem valor.

 

Vamos buscar uma liderança sustentável, ou seja, mirando os objetivos divinos, tendo um bom caráter, para gerar respeito e confiança, e, enfim, grandes resultados para glória de Deus.

 

Humildade e submissão – Seja simples e humilde assim como Cristo foi e nos deixou esse exemplo. Mas para isso, é necessário quebrantar e submeter o nosso “eu” à vontade de Deus.

 

O líder desempenha um papel, e isso não pode nos tornar melhor do que ninguém. Cada um tem o seu papel dentro de uma igreja, como também dentro de uma sociedade.

 

Pedro teve que quebrar o seu orgulho para ser submisso a Jesus. Nós não sabemos de tudo e não somos perfeitos em tudo. Só Deus pode nos guiar para que assim possamos guiar os nossos liderados.

 

O apóstolo Paulo resumiu o espírito do verdadeiro líder quando escreveu (1 Coríntios 11:1): “Sigam o meu exemplo como eu sigo o exemplo de Cristo”.

Domínio próprio – Pedro para ser um líder de sucesso espiritual precisou dominar os seus impulsos emocionais, o seu “eu”. Necessitou controlar mais a sua vida, teve que gerenciar melhor a sua raiva. Como liderar uma igreja sem paciência? Não há como.

 

Amor – nos amar e amar ao próximo. O líder precisa desse atributo. Quando fazemos com amor, o que fazemos não se torna penoso e cansativo, pelo contrário, será prazeroso e teremos vontade de repetir outras vezes. O líder precisa amar e isso é demonstrado pelo serviço.

 

Jesus disse: “Se alguém quer ser o primeiro, será o último e servo de todos” (Marcos 9:35). Jesus serviu a todos!

 

Pedro aprendeu a amar, assim também devemos nos esforçar para seguir essa instrução, mesmo que o mundo seja “frio” e cheio de problemas (1 Pedro 4:8): “Acima de tudo, amem sinceramente uns aos outros, pois o amor perdoa muitos pecados”.

 

O livro supracitado conclui sobre a nobre missão vencedora de Pedro, após a sua preparação e transformação por Jesus: “Ele pregou em Pentecostes e três mil pessoas foram salvas (Atos 2:14-41). Ele e João curaram um homem coxo (Atos 3:1-10). Era tão poderoso que pessoas foram curadas em sua sombra (Atos 5:15-16). Ressuscitou a Dorcas dentre os mortos (Atos 9:36-42). Apresentou o evangelho aos gentios (Atos 10). E escreveu duas epístolas, 1 e 2 Pedro, nas quais colocou algumas das mesmas lições que havia aprendido do Senhor sobre um caráter verdadeiro”.

 

O discípulo Pedro solidificou a sua missão de líder. Aprendeu com Jesus. Ajudou e curou muitos doentes. Conduziu os seus irmãos para o Ministério e nos ensinou uma grande lição de que é possível ser um líder de Jesus, independentemente de uma escolha formal.

 

Pedro se tornou “rocha”, o grande líder da igreja primitiva.

 

O livro “Caminho a Cristo” nos deixa a mensagem do novo líder: “Pedro exortava os irmãos a crescer “na graça e conhecimento de nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo”. 2 Pedro 3:18. Quando o povo de Deus está crescendo na graça, vai constantemente obtendo uma compreensão mais clara de Sua Palavra. Descobrirão nova luz e beleza em suas sagradas verdades. Isto se tem verificado na história da igreja em todos os séculos, e assim há de continuar, até o fim. “Mas a vereda dos justos é como a luz da aurora, que vai brilhando mais e mais até ser dia perfeito.” Provérbios 4:18. Pela fé, podemos olhar o porvir, e apegar-nos à promessa de Deus quanto ao desenvolvimento intelectual, unindo as faculdades humanas às divinas, e pondo toda capacidade da alma em direto contato com a Fonte da luz”.

 

Francisney Liberato é auditor do Tribunal de Contas. 



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