Deputada defende discussão, mas crê que PEC será engavetada
A deputada federal Gisela Simona (União) defendeu que haja uma ampla discussão sobre o fim da jornada de seis dias de trabalho para cada dia de folga no Congresso Nacional.
Jamais vai vir para discussão agora dentro da Câmara dos deputados, isso vai ficar na gaveta
A congressista assinou a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) contra a jornada 6×1 da deputada Erika Hilton (PSol-SP), que já tem nomes necessários para ser protocolada na Câmara dos Deputados.
Ocorre que, mesmo sendo favorável a discussão, Gisela afirmou que a PEC deve ser engavetada. “Nós bastidores, para ser muito transparente com vocês, a gente diz que isso [a PEC] jamais vai vir para discussão agora dentro da Câmara dos deputados, que isso vai ficar na gaveta”, afirmou em entrevista ao Programa Entre Elas.
De acordo com Gisela, o texto apresentado por Erika deve passar por modificações, mas ela acredita ter uma “força popular” que quer a discussão no âmbito político.
“Quando colocado em 4×3 é algo de difícil aplicabilidade no nosso país, mas é uma discussão que tem que ser feita oficialmente. Sair das redes sociais, ir para o parlamento brasileiro que é o local adequado para esse tipo de discussão”, disse.
“Quando conversamos entre nós deputados, existe uma aceitação maior da jornada 5 x 2. É algo mais aceitável no Brasil. Porque se por um lado alguém pode dizer: ‘o trabalhador quer muito descanso’, por outro lado nós temos o empregador dizendo que a produtividade não é boa do brasileiro, até por conta da sobrecarga da jornada”, completou.
Segundo Gisele, a ampla discussão no Congresso nacional abrirá possibilidade de conseguir uma contrapartida tributária dos empresários com o Governo Federal.
“E é claro que se discute também como o Governo ter uma contrapartida para isso funcionar no Brasil. Por que nos países desenvolvidos em que funciona uma jornada menor, temos uma contrapartida tributária”.
“O momento da situação fiscal no Brasil não é boa, nós sabemos disso, mas é uma discussão que não é para entrar em vulgo amanhã, mas começa agora, e entendo que a discussão seja positiva para o Brasil dentro do parlamento”, emendou.
A PEC
A proposta da deputada de São Paulo já tem número necessário de assinaturas (233) e pode ser protocolada junto a Presidência da Câmara Federal para começar a tramitar.
Ocorre que, Erika quer conseguir maior adesão ao texto, para se aproximar do número necessário para a aprovação no plenário, que são de 308 votos. Ainda não há data estimada para que a deputada apresente o texto.