Justiça cassa registro de prefeita reeleita e ordena nova eleição

A Justiça cassou o registro da candidatura da prefeita reeleita de Barra do Bugres, Maria Azenilda Pereira (Republicanos), e de seu vice Arthur José Pereira por compra de votos.

Resta configurada, portanto, a prática de captação ilícita de sufrágio pelo representado Carlos Luiz Pereira Neto

 

A decisão foi assinada pelo juiz Arom Olímpio Pereira, da 13ª Zona Eleitoral, que determinou a realização de novas eleições em janeiro de 2025. A ação foi proposta pela Coligação Renovação com Experiência, que era encabeçada pelo candidato derrotado Luiz Sansão (Novo).

 

Além da cassação do registro, o juiz também determinou que Maria Azenilda e seu vice estão inelegíveis pelo prazo de oito anos.

 

Conforme a decisão, no dia 20 de setembro, o filho da prefeita, Carlos Luiz Pereira Neto, que é secretário municipal de Finanças, ofereceu R$ 2 mil a uma eleitora em troca de voto e apoio político para sua mãe. Ele, no entanto, teria entregado apenas R$ 700.

 

Outras pessoas próximas à candidata ainda teriam oferecido serviços à eleitora, como a construção de um muro em sua residência e um emprego melhor.

 

“Ele pegou, e chegou até o carro dele e disse: ‘Fecha comigo, eu dou o que você quiser, fecha comigo! Eu disse, mas o que você faz? Eu mudo na sua casa, faço tudo lá (…)”, consta no depoimento da testemunha.

 

Em outro ponto ela diz que Carlos, que é conhecido como “Cacá”, prometeu R$ 2 mil e entregou-lhe um envelope dizendo que continha R$ 1 mil em seu interior.

 

Mas ele disse: “Olha, mil reais e depois eu venho trazer mais pra você, só que fecha com a gente”. Aí quando eu fui olhar o tal do dinheiro, né (…), eu mandei uma mensagem para ele: “Corrigindo, tem setecentos reais”, relatou. Porque, também, ele já queria me fazer de otária também, né”.

 

Conforme a testemunha, Cacá disse que ela não precisava se preocupar porque depois ele mandaria o resto.

 

Dias depois, segundo a testemunha, Cacá teria lhe procurado durante uma reunião política. Neste momento, ela conta que ele a chamou para outro lugar, onde teria dito: “Bora lá pra dentro, eu trouxe o que você quer”.

 

“Mas ali naquele momento eu já sabia o que eu ia fazer. Eu não “tava” à venda. ‘O senhor não me compra nem por um milhão de reais’”, relatou.

 

Para o magistrado, não resta dúvida de que houve compra de votos.

 

“Resta configurada, portanto, a prática de captação ilícita de sufrágio pelo representado Carlos Luiz Pereira Neto, representando, ainda, inequívoco abuso de poder econômico e político, eis que o representado Carlos Luiz Pereira Neto exerce o cargo de secretário municipal de Finanças e que o oferecimento de dinheiro em troca do aliciamento de eleitores e de votos caracteriza também abuso de poder econômico”, escreveu o juiz.

 

 

 



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