Marido de empresária investigada é preso por contrabando

Wander Aguilera Almeida, atual marido da empresária Taiza Tosatt Eleoterio da Silva, foi preso em flagrante pelo crime de contrabando e posse e comercialização de armas de fogo e munição.

 

A prisão foi efetuada durante o cumprimento de mandado de busca e apreensão na casa do casal, em Sinop, referente à Operação Cleópatra, que teve Taiza como principal alvo. A empresária é acusada de esquema de pirâmide financeira. Ela também foi autuada em flagrante por posse e comercialização de armas de fogo e munição.

 

Na residência do casal, os policiais apreenderam produtos anabolizantes de origem estrangeira, com venda proibida no Brasil, o que caracteriza crime de contrabando. Na ocasião, Wander confirmou que os produtos eram dele.

 

Os agentes ainda apreenderam diversas munições de arma de fogo de calibre restrito (.357) no quarto do casal. Em um primeiro momento, Taiza afirmou que as munições eram de Wander. Mas depois mudou a versão, alegando que seriam do seu ex-marido, o ex-policial federal Ricardo Mancinelli Souto Ratola.

 

Nesta sexta-feira (1), a juíza Débora Roberta Pain Caldas, 2ª Vara Criminal de Sinop, determinou o envio dos autos com relação aos crimes de contrabando e posse e comercialização de armas de fogo e munição para a Justiça Federal.

 

A magistrada explicou que o Superior Tribunal de Justiça (STJ) vem firmando entendimento de que a competência para análise e julgamento do crime de contrabando é da Justiça Federal, independentemente da transnacionalidade da conduta.

 

“Dessa forma, declino a competência e determino a remessa dos autos à Subseção Judiciária da Justiça Federal de Mato Grosso instalada nesta Comarca, competente para análise e julgamento do crime de contrabando e dos delitos conexos, bem como para a realização da audiência de custódia”, decidiu.

 

Já com relação o mandado de prisão contra Taiza na Operação Cleópatra, a magistrada validou a ordem de prisão e redistruiu os autos para Núcleo de Inquéritos Policiais (Nipo).  

 

A Operação Cleópatra

 

Taiza é proprietária da empresa DT Investimentos e apontada como líder do esquema de pirâmide financeira, que causou prejuízo a dezenas de vítimas em Mato Grosso.

 

Pirâmide financeira é um esquema criminoso baseado no recrutamento de participantes com a promessa de retornos elevados e relativamente fáceis.

 

Também foram alvos o ex-marido da empresária, o ex-policial federal Ricardo Mancinelli Souto Ratola, e o cirurgião geral Diego Rodrigues Flores.

 

Os mandados contra eles foram de busca e apreensão e resultaram na apreensão de uma caminhonete Ford Ranger e de diversos documentos que serão analisados na continuidade das investigações. 

 

De acordo com a investigação, a empresária usava as redes sociais para atrair as vítimas, se mostrando uma pessoa jovem, bonita, bem-sucedida, articulada e especialista em investimentos financeiros.

 

Com argumentos envolventes e com promessas de lucros de 2% a 6% por dia, dependendo do valor investido, a empresária convencia as vítimas a fazerem investimentos de altos valores, superiores a R$ 100 mil iniciais, em ações, entrando em um verdadeiro esquema de pirâmide financeira.

 

As vítimas recebiam o retorno financeiro nos primeiros meses, sendo incentivados a fazer novos investimentos, porém, após algum tempo, a empresa deixou de pagar os lucros para as vítimas. Ao solicitarem a devolução dos valores investidos, a empresária inventou desculpas até deixar de responder completamente às vítimas.

 

Segundo a investigação, o ex-policial federal era o gestor de negócios da empresa e o médico atuava como diretor administrativo.

 

Ainda conforme a investigação, até o momento os prejuízos às vítimas chegam a casa dos R$ 2,5 milhões, porém pode ser muito superior a esse valor, uma vez que certamente há outras vítimas que não registraram a ocorrência.

 

Os três investigados devem responder por associação criminosa, crime contra a economia popular, crime contra as relações de consumo e lavagem de dinheiro.

 

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