Morador de Cuiabá viu homem-bomba e mandou esposa correr

O consultor agrário Roberto Miranda Pita testemunhou o momento em que Francisco Wanderley Luiz, o homem-bomba que se explodiu em frente ao Supremo Tribunal Federal (STF), na noite de quarta-feira (13), chegou ao local. Vindo de Cuiabá, o profissional havia participado de uma sessão na Suprema Corte e, ao sair do prédio, se deparou com Francisco.

Esse rapaz veio com uma bomba na mão. E jogou para o lado da estátua. Ele não acertou. A bomba explodiu para outro lado

 

Ao Metrópoles, Roberto detalhou o momento. “Muito deprimente ver a pessoa tirando a vida dessa forma”.

 

Pita estava acompanhado da esposa. “Primeiro, ouvimos uns foguetórios, para o lado da Câmara Federal. Nós pensamos que era um foguetório, alguém comemorando alguma coisa. Até achamos estranho. Continuamos caminhando. Tinha segurança andando um pouco a nossa frente, parece que ele já tinha percebido o rapaz. E esse rapaz veio com uma bomba na mão. E jogou para o lado da estátua. Ele não acertou. A bomba explodiu para outro lado”, contou Roberto.

 

Ele e a mulher saíram correndo e chegam a aparecer nas imagens das câmeras de segurança, atrás de Francisco, quando ele joga a bomba em si mesmo. “Ele vem em nossa direção e acende outra bomba. Aí, falei para minha esposa: corre. Eu não sabia o que ele poderia fazer. Falei para minha esposa: corre”.

 

O consultor agrário ficou atento a movimentação de Francisco, mas se surpreendeu quando viu o homem parar. “Ele parou com a bomba acesa deitou no chão. Ele deita no chão com a bomba do lado da cabeça dele”, lembrou.

 

 

Candidato a vereador

 

Francisco foi candidato a vereador pelo Partido Liberal (PL), em 2020, na cidade de Rio do Sul (SC), onde morava. Lá, ele era conhecido como Tiü França. Ele morreu no local, no momento da explosão.

 

O homem estava no Distrito Federal havia cerca de três meses, morando em uma casa alugada em Ceilândia.

 

Segurança

 

Pouco antes de Francisco se explodir, um carro registrado no nome dele também explodiu, no estacionamento próximo ao STF. Após o ocorrido, como medida de segurança, os ministros do Supremo foram retirados às pressas, e o perímetro da Praça dos Três Poderes foi isolado pela polícia, devido ao risco de novas explosões.

 

A Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF) realizou perícia no local dos ataques. A Polícia Federal (PF) anunciou que um inquérito será instaurado para apurar as circunstâncias do episódio.

 

Em resposta ao ocorrido, a segurança foi reforçada nos prédios dos palácios do Planalto, da Alvorada e do Jaburu.

 

Na madrugada e manhã desta quinta-feira (14/11), os prédios do STF passam por uma varredura completa para verificação de eventuais artefatos.

 

O expediente foi suspenso até o meio-dia.

 



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