Polícia apreende R$ 420 mil em cheques e joias com empresária
A Polícia Civil apreendeu R$ 420 mil em cheques na casa da empresária Taiza Tosatt Eleoterio da Silva, de 28 anos, presa na Operação Cleópatra, que apura um esquema de pirâmide financeira que causou prejuízo a dezenas de vítimas em Mato Grosso.
Pirâmide financeira é um esquema criminoso baseado no recrutamento de participantes com a promessa de retornos elevados e relativamente fáceis.
Proprietária da empresa DT Investimentos e apontada como líder do esquema, ela foi presa na quinta-feira (31) quando desembarcava no aeroporto de Sinop.
Além dos cheques, os agentes também apreenderam na residência, localizada em um condomínio de luxo da cidade, munições, joias, relógios, anabolizantes de venda proibida no Brasil, celulares, notebook, cartões de créditos e documentos de uma moto BMW e de um Jeep Renegade.
De acordo com os autos, as munições de calibre restrito (.357) foram encontradas no quarto de Taiza e o atual marido, Wander Aguilera Almeida. Questionada, ela respondeu que as munições eram de Wander.
“No entanto, quando o casal se reuniu na sala, Taiza mudou sua versão, e disse que as munições seriam do seu ex-marido, o qual era policial federal”, consta no documento.
O ex-marido da empresária, o ex-policial federal Ricardo Mancinelli Souto Ratola, de 45 anos, também foi alvo da operação, assim como o cirurgião geral Diego Rodrigues Flores, de 32.
Os mandados contra eles foram de busca e apreensão e resultaram na apreensão de uma caminhonete Ford Ranger e de diversos documentos que serão analisados na continuidade das investigações.
O esquema
De acordo com a investigação, a empresária usava as redes sociais para atrair as vítimas, se mostrando uma pessoa jovem, bonita, bem-sucedida, articulada e especialista em investimentos financeiros.
Com argumentos envolventes e com promessas de lucros de 2% a 6% por dia, dependendo do valor investido, a empresária convencia as vítimas a fazerem investimentos de altos valores, superiores a R$ 100 mil iniciais, em ações, entrando em um verdadeiro esquema de pirâmide financeira.
As vítimas recebiam o retorno financeiro nos primeiros meses, sendo incentivados a fazer novos investimentos, porém, após algum tempo, a empresa deixou de pagar os lucros para as vítimas. Ao solicitarem a devolução dos valores investidos, a empresária inventou desculpas até deixar de responder completamente às vítimas.
Segundo a investigação, o ex-policial federal era o gestor de negócios da empresa e o médico atuava como diretor administrativo.
Ainda conforme a investigação, até o momento os prejuízos às vítimas chegam a casa dos R$ 2,5 milhões, porém pode ser muito superior a esse valor, uma vez que certamente há outras vítimas que não registraram a ocorrência.
Os três investigados devem responder por associação criminosa, crime contra a economia popular, crime contra as relações de consumo e lavagem de dinheiro.
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