Presidente da OAB rebate chefe do MPE: “Infeliz e inaceitável”

A presidente da Ordem dos Advogados de Mato Grosso (OAB-MT), Gisela Cardoso, classificou como “infeliz” e “inaceitável” a fala do procurador-geral de Justiça, Deosdete Cruz, que defendeu a gravação de conversas entre advogados e clientes faccionados nos presídios do Estado.

 

Quero repudiar a infeliz e inaceitável fala do procurador-geral de Justiça e dizer que a advocacia exige respeito

Para ela, a fala criminaliza o exercício da advocacia, pois sugere que a profissão está a serviço da criminalidade.

 

“Quero repudiar a infeliz e inaceitável fala do procurador-geral de Justiça de Mato Grosso. Dizer que a advocacia mato-grossense exige respeito”, disse.

 

“A advocacia é indispensável à administração da Justiça, nos termos da Constituição Federal e que entre advogados, magistrados e membros do Ministério Público não existe hierarquia, nos termos da Lei 8.906/1994″, acrescentou.

 

Deosdete defendeu as gravações de conversas durante evento de lançamento do Tolerância Zero ao Crime Organizado, do Governo do Estado, nesta segunda (25).

 

Gisela destacou ainda em nota que o sigilo advogado/cliente é direito absoluto que em hipótese alguma pode ser relativizado.

 

“Além de uma prerrogativa da advocacia, representa a garantia dos direitos fundamentais, as garantias constitucionais do cidadão”, disse ela.

 

O procurador-geral de Defesa das Prerrogativas da OAB, Pedro Henrique Marques também rebateu Deosdete. Apontou que as declarações não foram feitas por meio da apresentação de nomes ou provas que sustentem a acusação e afirmou que advocacia é fundamental à preservação do Estado Democrático de Direito.

 

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