“Temos o 8º melhor ensino e muito que crescer, desafios enormes”

O secretário de Estado de Educação, Alan Porto, afirmou que mesmo com o ensino médio da rede pública de Mato Grosso conquistando o 8º lugar entre os melhores do Brasil, a Pasta ainda tem “enormes desafios” para serem enfrentados no futuro.

 

Agora a meta que era para 2032, estar entre as 5 melhores educações do Brasil, vai para 2026

Em entrevista ao MidiaNews, o secretário detalhou os programas do Estado que foram importantes para essa escalada no ranking do Ideb (Índice de Desenvolvimento da Educação Básica) e detalhou as próximas metas da Educação de Mato Grosso.

 

“Temos muito que crescer ainda, os desafios são enormes, temos ainda deficiências de aprendizagem nos estudantes e que precisamos atuar de forma eficiente. A nossa meta é sair de 8º a chegar entre as 5 melhores educações do Brasil”, disse.

 

Durante a entrevista, o secretário também falou sobre os planos da Pasta para os U$ 100 milhões financiados do Banco Mundial, planos para a cronstrução de novas escolas cívico-militar e rebateu as críticas do Sintep (Sindicato dos Trabalhadores no Ensino Público).

 

“O diálogo tem que existir de uma forma recíproca, com respeito, com ética, com educação. E o que falta ao Sintep é exatamente isso, falta de educação”.

 

Confira os principais trechos da entrevista:

 

MidiaNews – Na última semana, houve a apresentação dos resultados do indicador do Processo de Ensino e Aprendizagem (Ipea/MT) de 2024. Qual a análise desse desempenho? 

 

Alan Porto – Temos esse indicador que é estadual, Ipea, e temos o indicador do Governo Federal que é o Ideb. O Ipea é o indicador que foi criado há três anos, quando implementamos o sistema estruturado de ensino. È um sistema de controle e acompanhamento da aprendizagem inédito no Brasil, porque a gente faz acompanhamento da avaliação diagnóstica, processuais e avaliação somativa. Então, de três anos desse indicador, tínhamos resultado de 4,3, o que era muito ruim para a educação. Levava Mato Grosso à 22ª posição.

 

Então, trabalhamos muito, eu digo que não é só a parte pedagógica, consiste em vários eixos de atuação. Saímos de 22º para o 8º melhor educação. Apresentamos os resultados de 2024, que foi de 6.6. Então, já tivemos um crescimento aí de mais de 30% desde quando a gente acompanha essa série histórica.

 

Comparando os resultados de 2023 para 2024, nós crescendo 19,8%, ou seja, quase 20% de melhoria na aprendizagem dos estudantes. E isso não é um grupo de alunos que são avaliados, são avaliados 320 mil estudantes nas nossas 648 escolas. Isso é um fruto de trabalho, dedicação e esforço dos nossos profissionais, dos nossos estudantes, dos nossos diretores regionais, dos nossos diretores escolares, de todo o time da Secretaria de Estado de Educação, nossos secretários. É o envolvimento é de mais de 40 mil servidores da educação.

 

A gente festejou muitos esses resultados, porque a meta era para bater em 2026 as 10 melhores educações. Agora a meta que era para 2032, estar entre as 5 melhores educações do Brasil, vai para 2026.

 

 

MidiaNews – E quanto ao financiamento de U$ 100 milhões com o Banco Mundial?

 

Alan Porto – A gente assinou um contrato de financiamento com o Banco Mundial. Três anos que a gente vem trabalhando, então você percebe o nível de burocracia dentro do poder público, dentro das instituições.

 

São mais 100 milhões de dólares ou R$ 600 milhões, para investimento na educação e divido por três blocos de atuação. A gente chama de componente.

 

Primeiro componente é o eixo pedagógico, onde a gente vai trabalhar a formação e qualificação do professor. Vamos trabalhar também no sistema de recomposição da aprendizagem, a gente não pode esquecer que os nossos estudantes ainda tem uma defasagem por conta da pandemia. 

 

No eixo de infraestrutura digital, queremos que nas 8 mil salas de aula tenham acesso à internet com alta velocidade e que também tenha segurança digital, no acesso a informações aos dados. Lembrando que essa internet vai ser consumida por estudantes, por profissionais da educação, que tem um viés pedagógico, conteúdos educacionais.

 

Não é que a gente é contra o uso da tecnologia, até porque o Estado de Mato Grosso entregou 180 mil Chromebooks para todas as escolas

Além disso, o maior investimento que a gente tem desses 100 milhões de dólares é na parte da infraestrutura. Quase 60 milhões vão ser investidos na construção de CEI, serão mais 30 colégios estaduais integrados, esses cinco que nós já entregamos, quatro em Cuiabá, e um em Várzea Grande, que é uma escola completamente moderna, inovadora, acolhedora.

 

Tenho certeza que é mais uma iniciativa super importante para fazer com que Mato Grosso alcance os resultados e melhore a sua eficiência, melhore o ensino na nossa rede estadual.

 

MidiaNews – O Ensino Médio de Mato Grosso saltou de 19º em 2019 para 8º em 2023, conforme o Ideb. A que deve esse avanço?

 

Alan Porto – Foi a segunda rede do país que mais avançou e que mais cresceu no Brasil. Isso é fruto de muito trabalho, de muita dedicação, de todos os profissionais da educação, em especial aos professores, aos diretores de escola, aos estudantes que realizaram essa avaliação e as políticas acertadas do Governo de Mato Grosso.

 

A “Educação 10 anos” vem com a proposta de 30 políticas, 120 projetos, que investe em todas as áreas, na parte tecnológica, na parte de infraestrutura e modernização dos espaços escolares, mas principalmente na parte pedagógica, que é ali na qualificação do professor.

 

É o sistema de avaliação que permite a gente saber exatamente o que o aluno está aprendendo, o que ele não está aprendendo, fazer um processo de intervenção pedagógica mais assertivo, que consigo fazer as avaliações processuais, bimestrais. Investir em língua portuguesa, em matemática, aqueles componentes curriculares que os nossos estudantes têm mais dificuldade e preparar o professor.

 

A gratificação por resultado foi um grande incentivo dado pelo Governo do Estado de Mato Grosso aos profissionais, que não mede só a avaliação de aprendizagem, mas também a questão da evasão escolar. Então, são muitas estratégias que estão dentro desse planejamento, que fez com que o ensino médio melhorasse significativamente saltando de 19º para 8º melhor ensino médio do Brasil.

 

Temos muito que crescer ainda, os desafios são enormes, temos ainda deficiências de aprendizagem nos estudantes e que precisamos atuar de forma eficiente.. A nossa meta é sair de 8º a chegar entre as 5 melhores educações do Brasil.

 

MidiaNews – O senhor mencionou uma tratativa de três anos para conseguir esse financiamento do Banco Mundial e também citou a burocracia. Acha que essa burocracia dificulta boas medidas do poder público?

 

Alan Porto – É um processo complexo, porque você começa ali com uma carta consulta… Me lembro, em 2021, quando a gente fez o primeiro projeto e apresentamos, defendemos no Banco Mundial, houve a necessidade de fazer ajustes, ajustamos, depois apresentamos isso para o banco, depois foi apresentado para o STN [Secretaria do Tesouro Nacional], depois na Procuradoria Geral. Ainda tivemos que ter autorização da Assembleia Legislativa, do Senado… Então foi um percurso extenso e passou por várias instituições, não só instituições do Governo do Estado, mas do Governo Federal.

 

Essa burocracia excessiva faz com que bons projetos demorem para sair do papel, mas o mais importante de tudo isso é que nós conseguimos avançar.

 

MidiaNews – O governador Mauro Mendes sancionou o projeto que proíbe celulares em escolas. A Seduc já sabe como vai operacionalizar essa proibição?

 

Alan Porto – É mais uma medida super importante, porque uma das queixas que a gente sempre conversava com os professores é exatamente o uso excessivo de celular dentro de sala de aula. Não tinha um instrumento para cobrar que aquele estudante não utilizasse, não tinha nenhum regulamento.

 

Nós levamos ao conhecimento do governador a necessidade de uma lei que seja mais rigorosa para combater o uso de celular dentro de sala de aula. E isso foi baseado em dados, não foi da minha cabeça. Alguns estados brasileiros já tomaram também essas iniciativas para proibir o uso de celular, porque a gente sabe que aquilo ali dispersa o aluno, não consegue focar.

 

Também é ruim o professor estar explicando em uma turma de 30, 35 alunos e o estudante estar com fone, com celular, não é legal. Levei a iniciativa ao governador, que pediu que a gente fizesse uma pesquisa com os pais e professores. Identificamos que 86% concordam com essa iniciativa.

 

O projeto de lei foi aprovado e o próximo passo agora no início do ano letivo que acontece no dia 3 de fevereiro já estará proibido o uso de celular. A gente tem orientado as escolas como proceder.

 

Ele não pode levar o celular? Claro que pode levar o celular, mas na hora da sala de aula esse telefone vai estar dentro da bolsa ou alguma escola pode adotar a iniciativa de recolher esse celular dentro de uma caixa como já vi algumas fazendo isso, então isso fica na autonomia de cada unidade escolar.

 

A gente escreve orientações gerais e a escola atua, vai depender de cada comunidade escolar.

 

MidiaNews – Essa medida também reforça a cultura da disciplina nas escolas?

 

Alan Porto – É mais uma iniciativa, porque a gente fala que disciplina são vários conjuntos. Você tem aquele aluno que é bem disciplinado, aquele aluno que tem mais dificuldade, aquele professor que consegue liderar melhor a sua turma, mas quando a gente proíbe o uso de celular, o professor consegue garantir que a aula dele de 50 minutos seja mais eficaz.

 

Não é que a gente é contra o uso da tecnologia, até porque o Estado de Mato Grosso entregou 180 mil Chromebooks para todas as escolas. Hoje, telas, TVs estão à disposição dos professores para ter uma aula mais interativa.

 

As plataformas que temos de matemática, de língua portuguesa, cursos de inglês, também estão à disposição dos estudantes, dos profissionais. O que a gente leva é uma tecnologia dentro de sala de aula, que faz com que tenha uma prática pedagógica.

 

MidiaNew – O senhor mencionou um dado importante, 86% dos pais e professores concordaram com essa proibição. Isso mostra que os alunos estavam numa crescente de indisciplina e isso de alguma forma teve que ser remediado pelo Governo?

 

Alan Porto – Eu não falo na questão de desrespeito como professor, mas comprovadamente o uso de celular, da forma como estava acontecendo, estava atrapalhando a concentração, o foco do aluno, dentro de sala de aula, dispersando, até mesmo dificultando a sua comunicação entre os colegas de sala de aula.

 

Então, o uso de celular não era adequado, não era um uso eficiente. Era um muito mais de assuntos que não cabia à área pedagógica. 

 

Esse projeto já foi sancionado pelo governador e no início de 2025 está proibido em todas as unidades, a gente vai monitorar, acompanhar. 

 

MidiaNews – Uma coisa que a gente percebe é o crescente número de casos envolvendo violência nas escolas. Qual a explicação para isso?

 

Alan Porto – A cada semestre a gente realiza uma pesquisa na nossa rede com o mapa da violência. Um dos grandes problemas que a gente identifica ali dentro das comunidades escolares o bullying, o cyberbullying, a questão da ansiedade, alguns casos de depressão, alguns problemas de convívio familiar, alguns problemas financeiros, problemas de racismo. Então, são as principais violências que a gente identifica dentro da nossa rede.

 

Com base nesse mapa de violência, a gente consegue atuar com os órgãos de controle. A gente tem apoio do Tribunal de Justiça, do Tribunal de Contos, do Ministério Público. Temos uma ficha de acompanhamento do estudante, onde mostra se ele teve algum problema de indisciplina dentro da sala de aula, se teve algum cometimento de algum tipo de abuso, algum tipo de prática discriminatória.

 

E a gente tem as nossas equipes psicossociais dentro das escolas, que é uma equipe de psicólogo e assistente social que quando identificado qualquer tipo de prática de violência, já atua corretivamente, já chama o pai. Em alguns casos tem que chamar o Conselho Tutelar e tem casos que é até de polícia mesmo, que você tem que atuar ali de forma mais incisiva.

  

São várias iniciativas que o Estado tem adotando. Criamos o Nise, que é um Núcleo de Inteligência e Segurança Escolar depois de casos em São Paulo, no Espírito Santo e Natal, que tiveram violência, invasões de escola, brigas dentro do ambiente escolar, inclusive até mortes. Esse tipo de coisa nunca aconteceu aqui, mas a gente tem equipado as nossas escolas e atuado para reprimir qualquer tipo de violência nesse sentido.

 

MidiaNews – O senhor mencionou que, às vezes, é necessário até acionar o conselho tutelar. Esse é um dos principais desafios da Secretaria de Educação, crianças se encontrarem em uma situação familiar de vulnerabilidade? Como que está esse cenário?

 

Alan Porto – O papel da família é super importante no desenvolvimento cognitivo e de aprendizagem. Eu sou pai, tenho três filhos, acompanho a vida escolar das minhas filhas, sei o quanto é importante atuar no acompanhamento da aprendizagem, ajudando, monitorando. Então, o papel da família é fundamental.

 

Infelizmente, temos algumas situações que, às vezes, não têm esse apoio familiar. A criança tem algum problema de família, não mora com os pais, tem outros responsáveis. E a gente sempre faz esse alerta, o papel da família no acompanhamento da vida escolar é super importante. O resultado é significativo quando a gente tem o acompanhamento dos pais e quando não tem.

 

Em alguns casos há necessidade de chamar o Conselho do Tutelar, principalmente àqueles alunos que estão evadidos, que abandonaram, que não comparece mais às escolas.

  

MidiaNews – O Governo está preparando mais um concurso da Educação. Pode nos dar detalhes sobre o certame, como data das provas, número de vagas e salários?

 

Alan Porto – Esse concurso inicial é para 1.500 vagas de professores da educação básica. Estamos trabalhando agora na contratação de uma empresa que vai realizar o concurso.

 

Os detalhes do edital tem que aguardar, a equipe está trabalhando. É criada uma comissão dentro da Educação que vai desenhar esse termo de referência que vão estar todas as regras de contratação desses profissionais.

 

A gente está em um esforço grande para que o concurso seja publicado o quanto antes.

 

MidiaNews – Até quando o edital deve ser publicado?

 

Alan Porto – A gente tem uma previsão para que seja publicado em janeiro de 2025. Estamos aguardando, a equipe está trabalhando…

 

MidiaNews- Tem estimativa de valor salarial?

 

Alan Porto – Hoje, Mato Grosso tem o terceiro melhor salário do Brasil. Um profissional de 30 horas tem um salário de R$ 5.100, bem acima do piso. E um professor hoje de 40 horas chega a quase R$ 7 mil. Então são esses valores que vão ser praticados.

 

MidiaNews – O Governo do Estado está investindo muito na militarização das escolas. Que análise faz desse modelo de educação?

 

Alan Porto – Até falo que não é uma militarização, porque quando a gente fala militarização seria mais ou menos induzir os estudantes a práticas militares e não é isso. Fazemos uma transformação de escola regular para escola militar. Me lembro que em 2019, quando o governador assumiu, tínhamos 8 escolas militares no Estado, hoje temos 29, aumentamos 21 escolas.

 

Avançamos agora, foi elaborado um projeto de lei, aprovado pela Assembleia, das escolas cívico-militares. O governador autorizou ampliar 100 unidades novas. Então, estamos no processo de transformação. A primeira etapa foram 30 escolas em vários municípios e a próxima etapa, para 2025, serão mais 70 escolas cívico-militares, que é um modelo misto.

 

É um diretor civil, um professor da nossa rede, mais um diretor militar. E esse diretor militar pode ser da força da PM, do Corpo de Bombeiro ou do próprio Exército.

 

Então é uma escola que a gente prima muito pela parte da disciplina e da organização e hierarquia. Foram 30 escolas que transformamos entre novembro e dezembro. E a partir de fevereiro serão mais 70 novas escolas, totalizando 100 escolas cívico-militar no Estado de Mato Grosso.

 

MidiaNews – E de que maneira isso afeta o resultado?

 

Alan Porto – A gente consegue acompanhar os resultados dessa escola, como no caso de Cáceres. Lá temos uma escola Tiradentes e temos uma escola cívico-militar. Essa escola de Cáceres era a pior da cidade, uma evasão escolar grande, os alunos abandonando, ninguém queria estudar. Então, foi feito um trabalho na comunidade escolar e hoje temos praticamente zero de evasão escolar. Temos os profissionais, os professores, comprometidos com aquela unidade.

 

Temos resultados de aprendizagem que aumentaram na ordem de 20% em um único ano. Então, mudou a realidade daquela comunidade.

 

Quando a gente coloca disciplina, ética, hierarquia para se seguir, as coisas mudam. O nosso desafio é levar uma educação de qualidade para todos os 320 mil estudantes.

 

MidiaNews – Um dos principais problemas enfrentados ao longos dos últimos anos é o fato de que o Governo e o Sintep têm muita dificuldade em dialogar. Por que isso ocorre?

 

Alan Porto – Da nossa parte nunca existiu dificuldade do diálogo. O que sempre venho falando e o governador já falou isso também é a forma desse diálogo.

 

O diálogo tem que existir de uma forma recíproca, com respeito, com ética, com educação. E o que falta ao Sintep é exatamente isso, falta de educação.

 

Não sei se você acompanhou a última reunião que tivemos na Assembleia para falar do processo de atribuição. O Sintep estava lá, não respeitava a fala, não respeitava os profissionais, não respeitava as sugestões, as soluções que foram encontradas, sempre naquele jeito truculento na fala, só falando de problemas sem solução.

 

Então, a sociedade está cansada disso. A gente sabe dos desafios, sabe dos problemas, sabe que precisa melhorar, mas também estamos interessados em ter um diálogo propositivo, um diálogo de ideias, de solução. Infelizmente, por parte do Sintep não tem esse diálogo.

 

Vejo hoje o Sintep como principal inimigo da educação, porque não tem nenhum diálogo propositivo da parte deles. Muito pelo contrário, só tem falta de respeito, falta de educação e falta de diálogo.

  

MidiaNews – Acha que há radicalismo do lado de lá?

 

Alan Porto – Sim. São atitudes que não combinam com o cenário da educação do século XXI. O que a gente quer é um diálogo propositivo, de ideias, é um diálogo que venha a construir juntos, não que para denegrir imagens, desrespeitar.

 

Por diversas vezes, vários momentos, vários eventos da Secretaria de Educação, semanas pedagógicas, não só eu como secretário, mas o governador, membros da minha equipe, diretores, professores foram desrespeitados pelo sindicato. Então, esse tipo de coisa a gente não vai permitir.

 

MidiaNews – Uma das grandes queixas do Sintep em relação ao Governo do Estado é que foram retirados direitos dos professores, como a lei da dobra do salário? Como recebe essa reclamação?

 

Quando a gente coloca disciplina, ética, hierarquia para se seguir, as coisas mudam. O nosso desafio é levar uma educação de qualidade para todos os 320 mil estudantes

Alan Porto – Não sei que direito é esse que foi retirado, muito pelo contrário, sempre falo que a valorização dos profissionais da educação na gestão do governador Mauro Mendes tem ocorrido de forma inédita. Muitos dos professores, quando eu assumi a Secretaria, falavam que não tinha uma ferramenta de trabalho, computador para trabalhar, não tinha acesso a internet.

 

Tivemos uma lei que foi aprovada lá atrás, que encaminhamos para a Assembleia, onde mandamos para cada professor R$ 6.200 na conta para comprar um computador e para apoiar durante três anos um pacote de internet para que o professor possa fazer o seu planejamento de aula, possa utilizar as ferramentas das plataformas. Entregamos isso para todos os professores da rede estadual.

 

Além disso, práticas de formação continuada, gratificação por resultado, coisas que não aconteciam e nunca aconteceram em gestões anteriores. Não estou criticando as gestões anteriores, o que estou falando é que várias iniciativas que trabalhamos dentro do ambiente escolar e dentro das nossas escolas dão resultados inéditos que nunca aconteceram na educação.

 

MidiaNews – Outra queixa dos professores é que os salários deles estão aquém do que se paga a outros servidores no Estado. Essa queixa tem fundamento?

 

Alan Porto – Não sei qual é a fonte dessas informações do sindicato. As nossas fontes trazem um retrato diferente. Hoje, um professor, 30 horas da educação básica, tem um salário inicial de R$ 5.100. O professor, 40 horas, tem um salário inicial de R$ 6.700.

 

Comparado com outros estados do Brasil, temos o terceiro melhor salário do país. Mas isso significa que a gente deve ficar parado nesse patamar? Claro que não. O Governo tem incentivado também de acordo com o desempenho. A gratificação de resultado, o 14º e 15º salário, tem alguns critérios básicos, que é a parte da melhoria da aprendizagem do aluno, a diminuição da evasão escolar, a questão da diminuição do absenteísmo.

 

Um 14º e um 15º salário dá mais de R$ 10 mil para cada professor de bônus ao final do ano. Então, isso é valorização profissional.

 

Me lembro que os contratados temporários brigavam muito pela questão do terço de férias, 40 anos que todo ano o professor temporário chegava final do ano para receber o terço de férias e tinha que ir na Justiça cobrar. Corrigimos esse problema de anos.

  

Então, o Estado vem incentivando e vem valorizando cada vez mais o profissional da educação. Esses dados do Sintep eu desconheço.

 

Assista a entrevista:

 

 



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