Corpo da motorista que transportava ácido sulfúrico é encontrado pelos bombeiros

Os Bombeiros encontram o corpo da motorista Andreia Maria de Sousa de 45 anos. Ela era motorista de uma das carretas que transportava toneladas de ácido sulfúrico e caiu no Rio Tocantins durante o desabamento da ponte Juscelino Kubitschek de Oliveira entre Tocantins e o Maranhão. Equipes de buscas localizaram outros três mortos até esta terça-feira (24), 13 pessoas estão desaparecidas.

O desabamento aconteceu no último domingo (22), por volta das 14h50, após o vão central da ponte ceder. Vídeos flagraram o momento em que a estrutura cedeu enquanto vários veículos passavam.

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José de Oliveira Fernandes, marido de Andreia, se emocionou durante entrevista à TV Anhanguera enquanto acompanhava as buscas, na esperança de encontrar a mulher nesta segunda-feira (23).

“Companheira de estrada. Uma pessoa maravilhosa, companheira mesmo. Nossa dói muito, perder uma pessoa assim. Não sei nem o que dizer. Para mim ela ainda está viva, não está debaixo d’água não. Passei a noite acordado, vim para cá de madrugada, fiquei olhando para ver se via alguma coisa. E não vi nada. É muito difícil”, disse.

O desabamento aconteceu no domingo (22), por volta das 14h50. O vão da ponte, que fica entre as cidades de Aguiarnópolis (TO) e Estreito (MA), cedeu e vários veículos caíram. Andreia e José estavam trabalhando no domingo e se encontraram horas antes do acidente.

“Eu passei na ponte era umas 9h e antes de chegar em Darcinópolis minha carreta quebrou o eixo. Aí fiquei parado lá, esperando socorro. E nisso minha esposa estava vindo, carregada. Aí na faixa de 13h, quase 14h, ela se encontrou comigo lá e trouxe a marmita. Ficamos um pouco juntos ali, enquanto esperávamos o mecânico”, contou.

Depois que o mecânico chegou, Andreia seguiu viagem. Segundo o marido, ela esperava chegar na divisa do Pará ainda no domingo. “Nos despedimos e ela seguiu viagem. Disse que gostaria de chegar na divisa do Pará, ontem ainda. Mas infelizmente a viagem dela parou aqui”, disse emocionado.

Quatro caminhões caíram durante o desabamento da ponte Juscelino Kubitschek de Oliveira, entre Tocantins e Maranhão. Dois deles carregavam 76 toneladas de ácido sulfúrico e outro 22 mil litros de defensivos agrícolas. Por causa do material tóxico e corrosivo, as buscas dentro da água foram interrompidas.

Entre os veículos estão motos, carros de passeio, caminhonetes e quatro caminhões, sendo que dois deles carregavam 76 toneladas de ácido sulfúrico e outro 22 mil litros de defensivos agrícolas. Outro transportava material de MDF (fibras de madeira e resina sintética para fabricação de móveis).

Como os caminhões submersos continham cargas perigosas, como o ácido sulfúrico e defensivos, no domingo e na segunda-feira não foi possível liberar mergulhadores para fazerem as buscas submersas.

Amostras da água foram recolhidas por órgãos ambientais federais para saber se há risco para a população e mergulhadores da Marinha também vão ajudar nas buscas por vítimas no Rio Tocantins. O Ministério Público Federal (MPF) vai apurar os danos ambientais.

Com relação à estrutura, o DNIT informou que técnicos atuam emergencialmente desde o primeiro momento e já foram enviados ao local para fazer uma avaliação e apontar as possíveis causas do acidente.

O desabamento

Segundo o Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT), do governo federal, o desabamento ocorreu porque o vão central da ponte cedeu. A causa do colapso ainda vai ser investigada, de acordo com o órgão.

O ministro dos Transportes, Renan Filho, sobrevoou a região, com os governadores do Maranhão, Carlos Brandão, do PSB, e do Tocantins, Wanderley Barbosa, do Republicanos. Renan Filho anunciou um decreto emergencial para destinar pelo menos R$ 100 milhões para obras de reconstrução da ponte.

Segundo o ministro, uma nova estrutura será entregue em 2025, juntamente com todas as obras necessárias para sua operação.

“Além do contrato neste ano esperamos nos primeiros dias de 2025 dar ordem de serviço para todas as obras de engenharia que serão feitas aqui, com o compromisso de entregar esta ponte em 2025. Vamos trabalhar dedicadamente para fazer desta nova ponte um case de resolutividade”, disse.

A ponte foi completamente interditada, e os motoristas devem usar rotas alternativas.

“Os usuários devem acessar a estrada que vai de Darcinópolis/TO a Luzinópolis/TO, chegar na BR-230/TO e seguir até o km 101 (cidade de São Bento/TO). Em seguida pegar a direita, sentido Axixá/TO e Imperatriz/MA.Maranhão: Os usuários devem acessar a BR-226/MA em Estreito/MA até Porto Franco/MA. De Porto Franco/MA os usuários devem seguir pela BR-010/MA até Imperatriz/MA”, diz o DNIT, em nota.



Estadão MT