Michelly: pressa em votação era forma de “privilegiar” Chico 2000
A vereadora Michelly Alencar (União) avalia que uma votação “a toque de caixa” do projeto de resolução estabelecendo voto secreto na eleição para nova Mesa Diretora iria privilegiar o presidente da Casa, Chico 2000 (PL), que tenta reeleição.
Se vem da presidência e se tem esse interesse de colocar a toque de caixa em uma sessão extraordinária, pode privilegiá-lo
O projeto, proposto pela Mesa atual, foi adicionado de última hora na sessão desta segunda-feira (23) e gerou discussão entre opositores e Chico 2000. Após pressão de vereadores, o texto foi retirado da pauta e será reanalisado na próxima sexta-feira (27).
“É porque vem da presidência esse projeto. Então se vem da presidência e se tem esse interesse de colocar a toque de caixa em uma sessão extraordinária, pode privilegiá-lo”, afirmou após a sessão.
Ao criticar o projeto, Michelly reiterou que a tentativa de votação não respeitou o Regimento Interno da Casa, por ter sido colocada na ordem do dia sem conhecimento prévio dos vereadores.
No entanto, segundo a vereadora, o maior problema da proposta é o fato de tirar a transparência da votação da nova Mesa Diretora, que ocorre no dia 1º de janeiro.
“A gente espera fazer uma votação que preze por essa transparência. Pode até ser que em outras instâncias, em outros parlamentos, como na própria Assembleia Legislativa, a votação lá acontece de forma secreta, só que aqui isso nunca aconteceu dessa forma”, disse.
“E fazer isso em uma sessão extraordinária, oito dias antes da votação, mostra que a gente não está prezando pela imparcialidade, pela transparência. E sim que a gente está prezando por um grupo que pode ou não se eleger”, acrescentou.
Chico 2000 disputa a reeleição com a novata Paula Calil (PL), que quer formar uma Mesa100% feminina. Michelly é uma das vereadoras que está no grupo de Paula e compõe a chapa junto com a eleita.
Opositores acreditam que Chico seria favorecido devido ao “voto envergonhado” de alguns vereadores, que não gostariam de manifestar apoio público à reeleição do presidente.
Apesar do receio, Michelly afirmou que a chapa encabeçada por Paula já tem a maioria da Câmara. Ela espera que os apoios sejam mantidos mesmo com a aprovação do voto secreto.
“Quero acreditar que todos aqueles que já declararam seu voto terão esse bom caráter de permanecer com essa palavra no dia da votação”.
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