Sem pistas, família espalha cartazes em pontos de ônibus
Quase três meses após o desaparecimento do aposentado Alziro Gonçalves Neto, de 78 anos, a família segue sem notícias do seu paradeiro. Para tentar encontrá-lo, foram impressos e espalhados cartazes ao longo de toda a linha de ônibus do Pedra 90.
Tivemos uma reunião na semana passada com a Polícia. Eles dizem que aguardam novas pistas
O idoso está desaparecido desde o dia 11 de setembro, quando saiu de casa, no Bairro Tijucal, para buscar atendimento médico após machucar o braço em uma queda.
“Tivemos uma reunião na semana passada com a Polícia. Eles dizem que aguardam novas pistas”, afirmou a jornalista Silvana Tomazzoni Gonçalves, de 51 anos, filha de Alziro.
“Nós, a família, mandamos fazer cartazes na esperança de algo. Foi colocado em toda linha de ônibus do Pedra 90”, disse.
A cada dia que passa, a família perde as esperanças de encontrar o idoso com vida. “Não tenho mais esperança. Sinceramente, eu não. Quanto mais o tempo passa, mais vai perdendo a esperança”, disse.
Imagens feitas por amigos da família mostram os cartazes colados em diferentes pontos ao longo da linha e também na Policlínica do Pedra 90.
Um dos vídeos mostra o cartaz colado em um ponto de ônibus na Avenida das Torres: “Mais um pregado”, diz a mulher.
“Praça do Pedra 90 é uma das maiores praças que tem na região, preguei em todos os pontos que tem no Pedra 90”, mostra ela em outro ponto.
Novas pistas
O investigador Rafael Mello, da Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa, relatou que nada foi encontrado durante as buscas pelo idoso.
“Foram realizadas três buscas em três dias diferentes e em áreas distintas, com auxílio do Corpo de Bombeiros e cães farejadores. Nada foi localizado até a presente data. Ainda segue em aberto o desaparecimento da vítima”, disse ele ao MidiaNews.
Segundo o investigador, o desaparecimento demorou a ser notificado e, até o momento, a principal linha de investigação segue sendo a de que o idoso pegou um ônibus errado e se perdeu.
“Foi constatado que ele pegou uma linha de ônibus que não é a de costume. A câmera do ônibus não estava gravando e o cartão não acusa onde ele subiu ou desceu. Essa é a nossa principal tese”.
Conforme o investigador, segue não havendo indícios de crime. Uma das possibilidades é de que o idoso tenha entrado na mata para se proteger do sol ou para cortar caminho até sua casa.
Desde 2001
Alziro deixou a família no Rio Grande do Sul e se mudou para Cuiabá em 2001. Na época, ele morou no Tijucal, bairro onde sua irmã, hoje falecida, vivia.
Ele se estabeleceu no bairro e foi proprietário de um bar até 2010. Com a saúde debilitada, voltou ao Rio Grande do Sul, onde morou até 2019. Depois de muitas idas e vindas, Alziro decidiu voltar para Mato Grosso.
Apaixonado por Cuiabá, ele só ficava sem manter contato frequente com os filhos quando era pressionado para retornar ao Sul.
“Ele gostava muito de morar aqui e não queria de jeito nenhum voltar. Há tempo estamos em uma campanha para que ele voltasse, para que pudéssemos cuidar dele. Quando falávamos sobre ele voltar, ele parava de ligar”.
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