Vítima de atentado perdeu metade do rosto e marido cobra investigação
No fim de setembro deste ano, um casal foi alvo de um atentado a tiros em uma estrada que sai da fazenda Pousada do Guaporé e segue rumo a cidade e Vila Bela da Santíssima Trindade (522 km de Cuiabá), quase na fronteira do estado. O atentado foi mais um de diversos episódios de violência envolvendo os residentes da propriedade rural e grileiros, que tentam a todo custo invadir a propriedade. À época dos fatos, o casal, que estava em uma caminhonete, foi alvo de seis tiros de escopeta. Um dos disparos acertou a cabeça da mulher e o outro o estômago do seu marido.
Hoje, quase três meses após os fatos, o casal sofre com as consequências desse crime bárbaro. Em entrevista exclusiva ao Estadão Mato Grosso, uma das vítimas dos atiradores conta que sua esposa perdeu metade do rosto e que não consegue mais falar, se alimenta por uma sonda e permanece deitada em uma cama. Ele, por sua vez, perdeu 30 centímetros de estômago e permanece tomando constantes medicações.
– FIQUE ATUALIZADO: Entre em nosso grupo do WhatsApp e receba informações em tempo real (clique aqui)
– FIQUE ATUALIZADO: Participe do nosso grupo no Telegram e fique sempre informado (clique aqui)
À reportagem, o homem, que preferiu não ter sua identidade revelada, contou que os atiradores são parte de um grupo organizado de grileiros e que a Polícia Civil, responsável por investigar os crimes no município, não está progredindo nas investigações sob a alegação que falta efetivo na delegacia.
“A gente sai de manhã e não sabe se vai voltar para casa”, afirmou a vítima em entrevista.
À época do ataque, a reportagem do Estadão Mato Grosso revelou que a emboscada foi armada enquanto as vítimas iam até a cidade de Vila Bela para fazer compras. O atirador estava contando com o apoio de um comparsa de moto, que o ajudou a fugir do local após o crime.
NO PASSADO
A propriedade enfrenta, há vários meses, um conflito na justiça e um conflito armado, pois a propriedade está em processo de reintegração de posse. Em outro episódio, em junho deste ano, os vigilantes particulares da propriedade quase foram explodidos por uma bomba armada no meio da estrada e que por sorte, foi evitada antes que uma tragédia acontecesse.
O conflito não resume a fatos ocorridos este ano. À reportagem, uma fonte detalhou que a “guerra” é travada há mais de um ano, com conflitos que causaram prejuízos milionários à propriedade e até a uma morte de um pedreiro.
“Quantas pessoas ainda vão morrer por causa desses caras?”, questionou a vítima.
NO PRESENTE
No dia 16 deste mês, quatro seguranças foram alvos de criminosos armados enquanto estavam na estrada. Os atiradores, fortemente armados, atingiram o pescoço de um dos seguranças, que segue hospitalizado, mas está bem.
Até o momento, nenhum dos atiradores foi preso.