Empresária alega ter asma e alergias, mas juiz nega domiciliar
A Justiça negou prisão domiciliar para a empresária Taiza Tosatt Eleoterio da Silva, acusada de um esquema de pirâmide financeira que teria lesado diversas vítimas em Mato Grosso.
O pedido de concessão de prisão domiciliar deve ser indeferido
Taiza está presa desde o dia 31 de outubro do ano passado, quando foi alvo da Operação Cleópatra, deflagrada pela Delegacia Especializada de Defesa do Consumidor (Decon).
A decisão é assinada pelo juiz Jean Garcia de Freitas Bezerra, da 7ª Vara Criminal de Cuiabá, e foi publicada nesta sexta-feira (10).
A defesa de Taiza alegou que ela sofre de asma e alergias e apontou precaridade da unidade prisional onde se encontra, em Colíder, para o seu tratamento.
Na decisão, o magistrado afirmou, porém, que embora existam indícios de que a ré apresente condição de saúde que exige atenção especial, a unidade prisional é capaz de oferecer o tratamento necessário.
Conforme o juiz, todas as vezes em que ela apresentou agravamento da sua saúde foi prontamente encaminhada para atendimento médico.
“Dessa forma, à míngua de comprovação da ausência de assistência necessária no estabelecimento prisional e da modificação das razões que fundamentaram a prisão preventiva, o pedido de concessão de prisão domiciliar deve ser indeferido”, decidiu.
A Operação Cleópatra
Também foram alvos da operação o ex-marido da empresária, o ex-policial federal Ricardo Mancinelli Souto Ratola, e o cirurgião geral Diego Rodrigues Flores.
De acordo com a investigação, ela usava as redes sociais para atrair as vítimas, se mostrando uma pessoa jovem, bonita, bem-sucedida, articulada e especialista em investimentos financeiros.
Com argumentos envolventes e com promessas de lucros de 2% a 6% por dia, dependendo do valor investido, a empresária convencia as vítimas a fazerem investimentos de altos valores, alguns deles superiores a R$ 100 mil iniciais. Para a Polícia, o investimento na verdade é uma pirâmide financeira.
As vítimas recebiam o retorno financeiro nos primeiros meses, sendo incentivados a fazer novos investimentos, porém, após algum tempo, a empresa deixava de pagar os lucros para as vítimas. Ao solicitarem a devolução dos valores investidos, a empresária inventava desculpas até deixar de responder completamente às vítimas.
Segundo a investigação, o ex-policial federal era o gestor de negócios da empresa e o médico atuava como diretor administrativo.
Ainda conforme a investigação, até o momento os prejuízos às vítimas chegam a casa dos R$ 4,9 milhões, porém pode ser muito superior a esse valor, uma vez que certamente há outras vítimas que não registraram a ocorrência.
Os três investigados devem responder por associação criminosa, crime contra a economia popular, crime contra as relações de consumo e lavagem de dinheiro.