Pivetta é contra deposição de Lula: “melhor impeachment é fazer isso na urna”
Considerado um dos expoentes da direita em Mato Grosso, o vice-governador Otaviano Pivetta (Republicanos) disse não ser favorável ao impeachment do presidente Lula (PT), apesar do crescente descontentamento popular. Em conversa com jornalistas nesta terça-feira, 18 de fevereiro, no Encontro Mato-grossense de Municípios, Pivetta afirmou que a discussão sobre o impeachment nesse momento é “contraproducente”.
“Eu acho desnecessário, contraproducente, neste momento, entrar numa briga dessa”, afirmou brevemente.
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Pivetta segue o tom dos principais líderes de direita do país, que apesar de criticarem o governo atual, são contrários a um processo de impeachment. Em entrevistas recentes, o pastor Silas Malafaia criticou o debate sobre o impedimento de Lula e até o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) se esquiva de falar sobre o assunto.
Por outro lado, apoiadores de Bolsonaro já se organizam para uma onda de protestos pedindo a saída imediata de Lula, inclusive em Mato Grosso. Bolsonaro, no entanto, desautorizou o mote do impeachment nos protestos agendados para o dia 16 de março.
Para Pivetta, há certo radicalismo em torno dessa pauta, o que acaba comprometendo a legitimidade do pedido. Ele lembra que as eleições presidenciais estão próximas e, por isso, a melhor resposta será dada nas urnas.
“Eu não saberia avaliar se é legítimo ou não, porque nada que seja extremo, que seja oriundo de radicalismo, para mim, é plausível. Nós precisamos ter racionalidade. Então, ano que vem tem eleição. O melhor impeachment que tem é o povo fazer isso na urna. O povo sempre tem razão”, argumentou.
O governo Lula tem enfrentado desgaste até mesmo entre seus apoiadores, em meio à crescente inflação, especialmente em itens do cotidiano, como a alimentação. Na última sexta-feira, 14, o Instituto Datafolha divulgou pesquisa apontado que Lula chegou à pior avaliação de seu mandato até o momento, com apenas 24% dos eleitores considerando seu governo bom ou ótimo, enquanto 41% reprovam sua gestão.
Apesar disso, a avaliação no Congresso Nacional é de que as chances de abertura de um processo de impeachment contra Lula são próximas de zero.
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