Alvos de operação integravam grupo de extermínio com mais de 80 policiais

Heron Teixeira Pena Vieira e Leandro Cardoso, ambos ocupando a patente de terceiro sargento do Batalhão das Rondas Ostensivas Táticas Metropolitanas (Rotam) e alvos da operação “Office Crime – a Outra Face”, que investiga a morte do advogado Renato Gomes Nery, já foram alvos de outra operação, isso anos atrás. Em 2022, Heron e Leandro eram alvos da operação Simulacrum.

Deflagrada há quase três anos, no dia 31 de março, a Operação Simulacrum investigou a existência de um grupo de extermínio dentro das forças de segurança do Estado. À época, oitenta policiais militares foram presos e entre eles estavam Heron e Leandro, que foram liberados dias depois.

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Conforme informado pela reportagem do Estadão Mato Grosso, à época, o desembargador Sebastião Barbosa Farias, do Tribunal de Justiça de Mato Grosso (TJMT), acolheu o pedido formulado pela Associação de Cabos e Soldados da Polícia Militar e Bombeiro Militar (ACSPMBM-MT) e mandou soltar os 81 policiais militares presos na Operação Simulacrum, deflagrada no dia  31 de março de 2022. O magistrado ponderou que as prisões não tinham respaldo legal e, portanto, deveriam ser suspensas.

“As alegações do impetrante, a meu visto, são suficientes para que os decretos de prisões sejam revogados, é que, certamente é legítima a investigação de práticas tidas por criminosas, ainda que sejam os agentes policiais militares. Todavia, as prisões, ainda que para justificar complemento de investigações de crime, não podem ser utilizadas de forma desmedida, desproporcional; decorrente de testemunhos de pessoas “supostamente envolvidas” e de laudos que podem ser contestados, com possibilidade de apontamento futuro de inexistência de caracterização criminosa”, justificou.

SIMULACRUM

A Operação Simulacrum foi deflagrada pela Polícia Civil, junto com o Ministério Público do Estado (MP-MT), e cumpriu a prisão de 81 policiais militares, supostamente envolvidos na execução de 24 pessoas. As ordens judiciais foram decretadas pela 12ª Vara Criminal da Comarca de Cuiabá.

Segundo as investigações, os policiais teriam envolvimento com uma pessoa, responsável por atrair criminosos para cometer delitos. Esses suspeitos eram atraídos para um lugar e, quando lá chegavam, se deparavam com os policiais.

A operação diz que os confrontos entre bandidos e policiais, que culminavam nas mortes dos primeiros, não existiam e eram forjados para justificar a eliminação dos criminosos. O objetivo seria promover os nomes dos policiais envolvidos e de seus batalhões.

OFFICE CRIME – A OUTRA FACE

A operação prendeu quatro militares da Rotam e um caseiro de uma propriedade rural localizada no bairro Capão Grande, em Várzea Grande. A propriedade pertence ao único alvo que permanece foragido, o 3° sargento da Rotam Heron Teixeira Pena Vieira, que segundo as investigações, havia sido escalado para matar o advogado, mas que “terceirizou” a execução ao caseiro, identificado como Alex Roberto de Queiroz Silva.

Além dos mandados de prisão, foram cumpridos dois mandados de busca e apreensão.

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Estadão MT