“Antes de monitorar policiais, Estado tem que monitorar as ruas”, diz PGJ

O procurador-geral de Justiça Rodrigo Fonseca, do Ministério Público do Estado (MPMT), afirmou que antes de pedir câmeras nas fardas dos polícias, o Estado deve monitorar as ruas. Isto porque, com os monitoramentos nas ruas, é possível acompanhar a ação dos militares e dos infratores. Na última sexta-feira, 7 de março, Fonseca foi questionado sobre monitorar seguranças do Estado, após Wailson Alesandro Medeiros Ramos, ex-segurança da Casa Civil, ser preso na “Operação Office Crimes – A Outra Face”, que apura o assassinato do advogado Renato Nery.

“No fundo, eu já falei isso muito, eu acho que a gente tem que monitorar as ruas. A partir da hora que a gente monitora as ruas, a gente monitora não só a polícia, como também os infratores. Se você tem monitoramento nas ruas, todo policial tá na rua”, disse.

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Ele explicou que o Estado parte da boa-fé dos servidores ao contratá-los, e diz que o militar não tinha antecedentes ruins e por isso foi contratado para fazer a segurança das autoridades do Governo.

“Toda boa-fé é presumida. Quando você traz, seja para o Ministério Público, seja para o Executivo, seja para o Judiciário, você traz uma quantidade de policiais e presume-se que eles são bons policiais. Ele não tem nada contra ele. Você não tem como prever o que uma pessoa vai fazer no futuro, né?!”, disse.

Já em relação aos policiais investigados em outra operação, e que continuaram trabalhando na corporação, Fonseca relembra que na justiça há a presunção da inocência e por isso eles continuavam exercendo a função.

“Qualquer Estado Democrático de Direito você tem um devido processo legal. Enquanto a pessoa ainda não é condenada, ela tem a presunção de inocência. Enquanto isso, se não há um afastamento cautelar ou se aquele afastamento cautelar não perdura durante todo o processo, a pessoa volta a exercer suas funções, né?”, explicou.

FARDA MANCHADA

Na última quinta-feira, 06 de março, cinco militares da Rotam e o caseiro de uma propriedade rural foram presos no âmbito da operação “Office Crime – A Outra Face”. Os alvos teriam participado de toda a operação para executar o advogado e foi o caseiro quem teria ceifado a vida de Renato Nery, morto na porta do seu escritório na Avenida Fernando Corrêa da Costa, em julho de 2024, em Cuiabá. 

– Alex Roberto de Queiroz Silva – Caseiro
– Heron Teixeira Pena Vieira – Terceiro-sargento do batalhão da Rotam
– Jorge Rodrigo Martins – Segundo-sargento da Rotam
– Leandro Cardoso – Terceiro-sargento da Rotam
– Wailson Alesandro Medeiros Ramos – ex-segurança de proteção de dignitários da Casa Civil
– Wekcerlley Benevides de Oliveira – Soldado, lotado no Comando-geral-adjunto da PMMT

EXECUÇÃO BRUTAL

Renato Nery tinha 72 anos quando foi morto em 5 de julho de 2024. Ele chegava em seu escritório, localizado na Avenida Fernando Corrêa da Costa, quando foi atingido por disparos.

Nery foi socorrido e submetido a uma cirurgia em um hospital privado de Cuiabá, mas não resistiu e morreu após o procedimento médico. 



Estadão MT