Autor de homenagens, Jeferson diz que não conhecia passado de faccionado morto em confronto

Após policiais encontrarem duas moções de aplausos na casa do faccionado Gilmar Machado da Costa, morto em confronto na manhã desta quinta-feira, 20 de março, o vereador Jeferson Siqueira (PSD) disse que não sabia sobre o passado do homem. Autor das moções de aplausos, Jeferson afirmou que a Câmara de Cuiabá não tem ferramentas para verificar o histórico criminal dos homenageados.

Gilmar foi morto ao reagir ao cumprimento de um mandado de prisão durante a operação Acqua Ilicita, do Grupo de Atuação Especial e Combate ao Crime Organizado (Gaeco), que investiga um esquema de extorsão de comerciantes de água mineral.

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“Então, primeiramente quero dizer que uma coisa não tem nada a ver com a outra. Nós fizemos, acho que nesse momento aí, foram mais de 400 moções de aplausos, era aniversário do bairro 1º de Março e nós demos para os seis líderes comunitários dos bairros que eram vizinhos (1º de Março, Santa Fé, Jonas Pinheiro, Aroeira, Nova Conquista). Eu não tive acesso a quem eram, de fato, todos os 400 que receberam as moções”, disse.

Em conversa com jornalistas, Jeferson explicou que sua equipe de gabinete fez uma pesquisa com os moradores dos seis bairros para saber quem eram os líderes comunitários e quais as contribuições que fizeram para o bairro. Com isso, ele atendeu o pedido dos moradores e deu as moções.

Jeferson também comparou o erro dele com os cometidos pelo ex-presidente Jair Bolsonaro e seus filhos, senador Flávio Bolsonaro e vereador Carlos Bolsonaro (todos do PL). A família Bolsonaro deu moções de aplausos para 16 policiais envolvidos com organizações criminosas.

“Jair Messias Bolsonaro, seus filhos Flávio Bolsonaro e Carlos Bolsonaro fizeram moção de aplausos para 16 policiais envolvidos com o crime organizado no Rio de Janeiro, erraram também. Não pega essa pecha para cima de mim. É uma tentativa de desqualificar a oposição, mas isso não me abaixo”, comparou.

Jeferson lembrou também que já sugeriu a criação de um projeto para obrigar que seja feita uma análise sobre o passado das pessoas que são indicadas para homenagens, com objetivo de evitar esse tipo de problema para a Casa.

SOBRE GILMAR

Gilmar Machado da Costa, que morreu na manhã desta quinta-feira, 20 de março, já recebeu duas Moções de Aplausos da Câmara Municipal de Cuiabá, por meio do vereador Jeferson Siqueira (PSD). Gilmar é apontado como uma das lideranças do Comando Vermelho na região e morreu em um confronto com a polícia no bairro Nova Conquista, na capital. Ele morreu durante o cumprimento de uma ação da operação Acqua Ilícita. 

Ele foi homenageado como líder comunitário por “importantes serviços prestados”, com pedido protocolado pelo vereador Jeferson em fevereiro de 2024. Em consulta ao sistema do Poder Judiciário é possível verificar os processos relacionados a Gilmar. Em um deles, ele é apontado como “dono” do bairro Nova Conquista.

“De acordo com os policiais da Inteligência, o denunciado Gilmar faz parte do Comando Vermelho e tem a função de “dono do bairro”, ou seja, é o responsável pela distribuição da droga no bairro Nova Conquista e adjacências, abastecendo as “bocas ou biqueiras” daquela região, possuindo assim o monopólio da venda de drogas na localidade em que comanda, inclusive ele já foi preso anteriormente pela prática do tráfico de drogas”, diz trecho da decisão.

 

 

 



Estadão MT