Comediante brasileiro vai aos EUA e expõe tensão em aeroporto

A frase da funcionária de uma companhia aérea ainda ecoa no ouvido do humorista Igor Guimarães.

 

Em julho de 2023, na volta ao Brasil, ele e outros três artistas passaram por diversos transtornos em aeroportos dos Estados Unidos.

 

A história foi lembrada, após a atriz Ingrid Guimarães expor situação semelhante, vivenciada em uma aeronave em Nova York, no último dia 7.

 

“De Nova Jersey para o Brasil, o voo foi cancelado por mau tempo. Dormimos lá. No outro dia, o voo atrasou horas e mudaram de avião, agora com escala em Fort Lauderdale (o voo também atrasou sem dar satisfação). Chegando lá, sem nenhuma informação, e com o atraso do voo, perdemos a conexão para o Brasil. Ai que a funcionária brasileira me questionou várias vezes sobre meu inglês, dizendo: ‘Como viaja sem saber falar?’, conta Igor, que foi aos EUA para a realização de shows.

 

O grupo de humoristas dormiu em Fort Lauderdale, na Flórida, com recursos próprios. No dia seguinte, outro transtorno.

 

Os humoristas conseguiram chegar ao aeroporto de Chicago, no estado de Illinois, e, lá, embarcaram para o Brasil. Igor destaca o tratamento que o grupo recebeu nos aeroportos de três estados norte-americanos.

 

Sobre a frase que ouviu da funcionária brasileira, Igor, que não fala inglês, disse que respondeu com ‘lágrimas e tristeza’, e desabafa: “Que mais pessoas se motivem a expor, sempre, qualquer tipo de constrangimento que uma pessoa possa fazer por qualquer que seja sua limitação ou desconhecimento”, ressalta.

 

Ação judicial

 

A Nossa, o advogado Roustan Magno da Silva Amarilla Filho explicou que o nome da companhia aérea não pode ser citado na reportagem, pois há ação judicial a ser iniciada em breve.

 

Segundo o advogado, em casos como o de Igor, é aplicado o Código de Defesa do Consumidor, uma vez estabelecida a relação de consumo entre passageiro e companhia aérea.

 

“A responsabilidade dessas empresas, a rigor, é objetiva (isto é, prescinde de prova de sua culpa), e, acionada judicialmente pelo consumidor, a companhia poderia vir a ser condenada a indenizar danos materiais e, a depender do caso, também os danos morais”, destaca Filho.

 

Se o passageiro decidir ajuizar a ação, é importante reunir provas.

 

“Bilhetes emitidos, e-mails ou mensagens trocadas com a companhia aérea, recibos ou notas fiscais de despesas, ou de quaisquer outros prejuízos que tenha experimentado em decorrência do serviço mal prestado. Caso seja submetido a situação de constrangimento ou humilhação por funcionários da empresa, recomenda-se que o passageiro também documente o ato por meio de gravações com o celular, além de coletar dados de outras pessoas que tenham presenciado para que, se necessário, possam testemunhar em Juízo”, conclui.

 

Caso Ingrid Guimarães

 

No último domingo (9), a atriz Ingrid Guimarães relatou ter sido coagida e ameaçada por funcionários da American Airlines durante um voo de Nova York para o Rio de Janeiro.

 

Em publicações no Instagram e no X (antigo Twitter) a artista classificou a situação como “absurda” e “abusiva”, detalhando o constrangimento que sofreu a bordo.

 

A atriz realizaria o voo na classe econômica premium, mas, segundo ela, teve de ser reacomodada na econômica convencional.

 

A atriz também contou que sua família tentou intervir, mas foi repreendida por uma funcionária.

 

“Eu fiquei constrangida porque alguns brasileiros que não sabiam da situação começaram a gritar comigo. E é claro que, diante desse constrangimento público, acabei indo para a classe econômica”, desabafou. Como compensação, recebeu apenas um voucher sem explicações.

 

A denúncia gerou grande repercussão entre os seguidores de Ingrid, que declarou que tomará medidas jurídicas contra a companhia aérea.

 

Fonte: https://www.uol.com.br/nossa/noticias/redacao/2025/03/14/comediante-brasileiro-vai-aos-eua-e-expoe-tensao-em-aeroporto-maltratado.htm

 



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