“Mostra a lama onde se encontrava essa Casa”, diz Ranalli sobre faccionado homenageado pela Câmara
O vereador por Cuiabá, policial federal Rafael Ranalli (PL), criticou duas moções de aplausos concedidas pelo vereador Jeferson Siqueira (PSD) ao faccionado que foi morto em operação nesta manhã de quinta-feira, 20 de março. Ele disse que qualquer possível ligação entre parlamentares e facções criminosas deve ser investigada pela Casa. As falas se referem a Gilmar Machado da Costa, morto em confronto com a polícia nesta manhã e que recebeu homenagens da Casa de Leis.
“Essa vinculação, acho que ela tem que ser esclarecida através de investigações. O que a gente fica feliz é a mudança de paradigma e da cara dessa Casa aqui”, disse o vereador.
– FIQUE ATUALIZADO: Entre em nosso grupo do WhatsApp e receba informações em tempo real (clique aqui)
– FIQUE ATUALIZADO: Participe do nosso grupo no Telegram e fique sempre informado (clique aqui)
Ranalli declarou que é uma grande negligência por parte dos vereadores concederem homenagens a pessoas sem antes conhecerem de fato seu histórico. Ele enfatizou que, ao oferecer uma moção de aplauso, é essencial admirar ou, no mínimo, conhecer a pessoa. E explicou que o homenageado morto no confronte de hoje, é bastante conhecido no meio do crime em determinadas regiões da capital.
“[…] então esses policiais de hoje aí que participaram da operação vão ser homenageados por mim e mostra a lama onde se encontrava essa Casa. Porque um faccionado ser homenageado, receber moção de aplauso e o vereador ou a vereadora dizer que não conhecia o histórico do cara, você só mostra, só dá uma homenagem a alguém que você admira ou considera, ou conhece minimamente o histórico. E, esse Gilmar é figurinha carimbada ali da região do Primeiro de Março, Jardim União”, finalizou o vereador.
Sobre as moções de aplausos
Gilmar Machado da Costa, que morreu na manhã desta quinta-feira, 20 de março, já recebeu duas Moções de Aplausos da Câmara Municipal de Cuiabá, por meio do vereador Jeferson Siqueira (PSD). Gilmar é apontado como uma das lideranças do Comando Vermelho na região e morreu em um confronto com a polícia no bairro Nova Conquista, na capital. Ele morreu durante o cumprimento da operação Acqua Ilícita.
Gilmar foi homenageado como líder comunitário por “importantes serviços prestados”, com pedido protocolado pelo vereador Jeferson em fevereiro de 2024. Em consulta ao sistema do Poder Judiciário, é possível verificar os processos relacionados a Gilmar. Em um deles, ele é apontado como “dono” do bairro Nova Conquista.
Veja vídeo: