Número de vítimas de quadrilha que roubava módulos de caminhão pode ser muito maior

As investigações que culminaram na Operação Safe Truck, deflagrada nesta quinta-feira (27) e que desmantelou uma quadrilha especializada em roubo de módulos de caminhão, apurou que o bando fez ao menos 120 vítimas. Contudo, o número pode ser muito maior devido a parcela de vítimas que não procuraram a Polícia.

Em coletiva de imprensa, o delegado Romildo Nogueira da Delegacia de Roubos e Furtos (Derf), declarou que a investigação trabalha para apurar mais vítimas do bando e revelar mais números do que foi chamado pelo delegado de Cifra Negra, ou seja o número de vítimas que ainda é desconhecido pelas autoridades.

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“120 vítimas a partir do cruzamento das investigações, mas a gente sabe que tem a cifra negra, que são pessoas que não produzem o boletim de ocorrência, então pode ser que tenha mais vítimas que não fizeram o boletim de ocorrência”, declarou o delegado.

À imprensa, Romildo explicou que o bando agia na calada da noite, se aproveitando do momento de descanso dos caminhoneiros para furtar os módulos, peças vitais para o funcionamento do veículo e que podem custar cerca de R$ 80 a R$ 100 mil reais, mas que o bando vendia por cerca de R$ 10 a R$ 15 mil, lucrando “astronomicamente” com a venda e chegando a movimentar, ao todo, R$ 60 milhões.

MERCADO DO CRIME

À imprensa, ainda durante a coletiva, foi revelado que uma das vítimas comprou a própria peça do caminhão que havia sido furtada em outra ocasião. Descoberta essa que foi possível graças ao exame de perícia.

Leia mais aqui: Caminhoneiro comprou o próprio módulo que havia sido furtado por quadrilha

A OPERAÇÃO

A Polícia Civil, por meio da Delegacia Especializada de Roubos e Furtos (Derf) de Cuiabá, cumpre, na manhã desta quinta-feira (26.3), 120 ordens judiciais no âmbito da Operação Safe Truck. A ação foi deflagrada com foco na desarticulação de um grupo criminoso envolvido em crimes de roubos, furtos e receptação de módulos e outras peças de veículos pesados, como carretas e caminhões.

As ordens judiciais foram expedidas pelo Núcleo de Inquéritos Policiais (Nipo) da Capital, sendo cumpridos 20 mandados de prisão preventiva, 46 de busca e apreensão, além de outras medidas cautelares como bloqueios de contas bancárias e sequestro de veículos.

O grupo criminoso, com mais de 30 membros identificados, teria movimentado mais de R$ 60 milhões com os crimes praticados.

Entre os alvos identificados nas investigações, estão empresas localizadas em Cuiabá, Várzea Grande, Rondonópolis e Sinop. O grupo criminoso também conta com ramificações nos Estados de Rondônia, Paraíba, Santa Catarina e São Paulo.

As ordens judiciais são cumpridas em Cuiabá, Várzea Grande, Sinop e Rondonópolis, além das cidades de João Pessoa (PB), Vilhena (RO), Araçatuba (SP) e Araranguá (SC).



Estadão MT