PM alvo da Polícia pediu demissão da Casa Militar ainda em fevereiro, diz Roveri
Preso pela Polícia Civil no âmbito da “Operação Office Crime – a Outra Face”, o policial militar Wailson Alesandro Medeiros Ramos pediu para ser exonerado da Casa Militar ainda em fevereiro, dias antes de a operação ser deflagrada, no dia 6 de março. Além disso, a sua exoneração só foi publicada em março por conta do carnaval. A declaração foi dada pelo secretário de Segurança Pública César Augusto Roveri em entrevista à imprensa no Palácio Paiaguás, nesta terça-feira, 11.
“O policial que é suspeito, que foi preso, ele não trabalhava na Casa Militar no ato de cometimento de crime ao ex-presidente da OAB Nery. (Morto em julho do ano passado). Ele veio para o governo em janeiro e saiu em fevereiro a pedido.”, explicou Roveri.
– FIQUE ATUALIZADO: Entre em nosso grupo do WhatsApp e receba informações em tempo real (clique aqui)
– FIQUE ATUALIZADO: Participe do nosso grupo no Telegram e fique sempre informado (clique aqui)
O secretário também relatou que é comum alguns policiais não se adaptarem ao serviço na Casa Militar, que consiste em fazer a segurança de autoridades.
“Eu já fui secretário da Casa Militar. Existem transferências, idas e vindas porque alguns policiais se adaptam e outros não se adaptam ao trabalho. Eu acredito que esse policial veio em janeiro, não adaptou e pediu para sair em fevereiro. “Ah publicou um dia antes”, ele saiu em fevereiro, teve o carnaval e foi publicado (o ato de exoneração) próximo”, declarou.
Ainda em sua fala, Roveri reiterou que o vazamento de informações tem como objetivo prejudicar algo, mas que no caso dos policiais presos não houve prejuízo já que todos os alvos estão presos.
“A investigação não foi prejudicada. Os mandados judiciais foram cumpridos. Os suspeitos foram presos. As investigações continuam e o processo judicial, ele vai ocorrer normalmente. Nada foi prejudicado, tudo foi cumprido”, finalizou o secretário.
Office Crime a Outra Face
A operação prendeu quatro militares da Rotam e um caseiro de uma propriedade rural localizada no bairro Capão Grande, em Várzea Grande. A propriedade pertence a Heron Teixeira Pena Vieira, que segundo as investigações, havia sido escalado para matar o advogado, mas que “terceirizou” a execução ao caseiro, identificado como Alex Roberto de Queiroz Silva.
Além dos mandados de prisão, foram cumpridos dois mandados de busca e apreensão.
Assassinato de Renato Nery
Renato foi baleado quando chegava no escritório dele, em julho de 2024. Segundo a Polícia Civil, o atirador já estava esperando pelo advogado e, após atirar, fugiu do local em uma moto. Uma câmera de segurança registrou o momento em que Renato caminha até a porta do escritório, é atingido pelos disparos e cai no chão.
O delegado Bruno Abreu Magalhães disse que a perícia colheu informações no escritório da vítima e analisou imagens para tentar identificar o atirador. O celular de Renato também foi apreendido.
“É um caso de execução. Esse executor já estava esperando a vítima. Ele [advogado] sai do carro e quando chega próximo ao escritório é atingido”, disse o delegado
O advogado morreu um dia após ser baleado. O corpo dele foi sepultado em Cuiabá, na manhã do dia 7 de julho. Familiares e amigos prestaram as últimas homenagens.
Ele foi presidente da Ordem dos Advogados do Brasil – Seccional Mato Grosso (OAB-MT) e conselheiro Federal da OAB, na gestão 1989 – 1991.