Psiquiatra: assassina de grávida é “louca moral” e irrecuperável
O psiquiatra forense Guido Palomba, referência nacional na especialidade, classificou a bombeira civil Nataly Helen Martins Pereira, de 25 anos, assassina confessa da adolescente gestante E.A.S., de 16 anos, como uma “personalidade anormal, dotada de egoísmo extremo, sem valores éticos e uma criminosa irrecuperável”.
Esse é um crime chocante, de uma personalidade já bem conhecida da literatura médica, da criminologia
Nataly foi presa na noite da última quarta-feira (12), no Hospital Santa Helena, em Cuiabá, para onde levou a filha recém-nascida da adolescente para o registro de nascido-vivo. Na DHPP (Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa), ela confessou que matou E.A.S. e forçou o parto, cortando a barriga da vítima, pois queria a criança para si.
“Esse é um crime chocante, de uma personalidade já bem conhecida da literatura médica, da criminologia. É uma personalidade anormal, descrita por loucura moral, loucura lúcida, psicopatia, condutopatia. Por quê? Ela tem todas as características de ser uma criminosa desse tipo”, disse Guido em entrevista ao Primeira Página.
“Quais são as características? Primeiro: extremo egoísmo. É um egoísmo extremo. O que ela queria era roubar a criança. Então, essa é uma característica desses condutopatas, psicopatas, loucos morais”.
O médico ainda analisou que o fato de Nataly ter realizado a cesária na adolescente ainda viva demonstra total ausência de sentimentos, valores éticos, morais e extrema frieza. O psiquiatra também identificou “estreitamento de consciência”, que é um estado em que a pessoa perde a noção da gravidade de suas ações.
“Segunda característica: ausência completa de sentimentos superiores, de piedade, de compaixão, de altruísmo. Ela amarrou, ela cortou… a vítima ainda estava viva. Então, essa ausência completa de sentimento de piedade, paixão e de altruísmo, leva a esse tipo de personalidade anormal”, continuou.
“Terceiro: frieza. Extrema frieza. Para fazer tudo o que ela fez, tem que ter uma frieza afetiva, absoluta. E outra, ausência completa de valores éticos e morais. E mais, um certo estreitamento de consciência. Ela queria aquilo, então, tudo valia, tudo era possível. Então, ela teve uma premeditação mórbida, doentia. E quando ela viu que ela poderia fazer, ela fez”.
Palomba afirmou, ainda, que a personalidade criminosa de Nataly é uma idiossincrasia, uma característica nascida e desenvolvida com ela e, segundo ele, é algo que não há possibilidade de recuperação.
Reprodução/MidiaNews
A assassina confessa Nataly Helen Martins Pereira
“São pessoas absolutamente irrecuperáveis. Ela nasceu assim, se desenvolveu dessa maneira, e assim ela será por quanto tempo viver. Não há saída, não há recuperação, e também não há tipo de tratamento. Quem disser que não, que leve para casa para ser babá da sua filha. Em suma: irrecuperável. Uma personalidade anormal”.
O caso
O crime aconteceu na noite de quarta-feira (12) no Jardim Florianópolis, em Cuiabá.
Conforme as investigações revelaram até o momento, a adolescente foi atraída pela assassina, que ofereceu doações de roupas para a bebê. Assim, a mulher convenceu a menor a fazer uma corrida por aplicativo até sua casa, e quando ele via as roupas, pegou a menor por trás com um mata-leão.
Em seguida, a criminosa colocou um saco plástico na cabeça da menina, enrolou fios em seu pescoço e realizou a cesária com a vítima ainda viva. Depois, Nataly, que já tinha cavado uma cova no quintal da casa, enterrou o corpo da menor.
Além de Nataly, que segue presa, a Polícia chegou a prende três homens pelo caso, mas eles foram soltos.