Quando ela sentou na cadeira, peguei um fio e enforquei por trás

Em depoimento à Polícia, a bombeira civil Nataly Helen Martins Pereira, de 25 anos, confessou ter assassinado sozinha a adolescente E.A.S., de 16 anos, que estava grávida de nove meses. Ela relatou como imobilizou a jovem, enforcando-a por trás.

 

Só quando ela sentou na cadeira, eu peguei um fio e a enforquei por trás com um mata leão

Ela também admitiu que um dia antes planejou cavar a cova onde o corpo da jovem foi encontrado.  

 

“Eu fui para cavar o buraco”, disse Nataly ao delegado Michael Mendes Paes, responsável pelo caso. “Foi quando ela virou e falou que não estava muito legal, que não queria a filha. E eu queria, entendeu? Eu queria ser mãe novamente, e eu não posso.”

  

Como o crime foi planejado  

 

Nataly contou que conheceu a menor através de grupos de doação no WhatsApp. “Ela me chamou via WhatsApp. Eu fazia parte de grupos de doação de roupas de bebê. Quando descobri que estava grávida, comecei a ganhar muita roupinha. Eu escolhia o que queria e doava o restante”, relatou.  

 

As duas mantiveram contato por cerca de três meses. “Nós combinamos várias vezes de nos encontrar pessoalmente, mas nunca deu certo. Até que no dia 12 ela me mandou mensagem perguntando se eu estava em casa. Eu disse que sim e que tinha algumas roupinhas para ela”, disse Nataly.  

 

A autora afirmou que convidou E.A.S. para ir à casa de seu irmão, Cícero Júnior, no bairro Jardim Florianópolis, em Cuiabá. “Eu pedi para minha cunhada deixar a chave, porque seria mais perto. Eu já estava lá, porque fui para cavar o buraco”, confessou.  

 

O dia do crime 

 

No dia 12, a menor chegou à casa por volta do meio-dia, de Uber moto. “Ela parou numa rua acima. Eu mandei a localização em tempo real para ela me encontrar”, disse Nataly.  

 

As duas conversaram por cerca de 40 minutos. “Nós ficamos na sala. Eu dei água e refrigerante para ela. Conversamos sobre a vida, a criança, tudo. Ela se apresentou como Bia e disse que tinha 18 anos”, relatou a suspeita.  

 

Nataly levou a menor para ver as roupas em um dos quartos da casa. “Eu mostrei uma mala com as roupinhas. Ela olhou tudo e pegou duas bolsas para levar”, contou.  

 

Foi no retorno para a sala que o crime aconteceu. “Quando ela estava de costas, eu pensei em fazer algo, mas não tive coragem. Só quando ela sentou na cadeira, eu peguei um fio e a enforquei por trás, mas primeiro dei um mata leão e ela desmaiou, em seguida eu amarrei ela na cadeira e pedi desculpa e falei que iria cuidador do bebe”, confessou Nataly.  

  

A cova 

 

Nataly admitiu ter planejado o crime com antecedência. “Eu cavei o buraco um dia antes, usando uma picareta e uma pá que estavam no banco de ferramentas. Se não tivesse esses materiais, eu não teria feito”, disse.  

 

Victor Ostetti/MidiaNews

Cova EAS

Cova onde a vítima foi enterrada

Ela também revelou que, após cavar a cova, chegou a hesitar. “Depois que eu já tinha cavado o buraco e ela chegou, sentamos e conversamos. Eu já não queria mais fazer. Mas aí pensei: o que eu iria dizer sobre aquele buraco?”  

  

A tentativa de registrar a bebê como filha

 

Após o crime, Nataly e o marido, Cristian Albino Cebalho de Arruda, foram ao Hospital Santa Helena com a recém-nascida, alegando que a criança era fruto de um parto domiciliar. “Eu fui para ser atendida como uma gestante normal que tinha acabado de ganhar o neném”, disse.  

 

No entanto, exames médicos comprovaram que Nataly não tinha sinais de parto recente. “Eu queria ficar com o bebê comigo”, confessou.  

 

A bebê, uma menina, foi deixada no hospital e está sob cuidados médicos. O Conselho Tutelar determinou que a criança permaneça em local seguro até que a Justiça defina sua guarda.  

  

O corpo 

 

O corpo da adolescente foi encontrado na manhã de quinta-feira (13), enterrado no quintal da casa onde o crime ocorreu. A Polícia investiga se o casal agiu sozinho ou teve ajuda de terceiros.  

 

Nataly e Cristian foram presos em flagrante e aguardam interrogatório. O caso chocou a região e segue sob investigação para esclarecer todos os detalhes.  

 

Assista ao vídeo do depoimento:

 

 



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