Duas jovens de 21 e 25 anos, amigas de influencer foragida são presas em apê em MT

 

A Delegacia specializada de Estelionato e Outras Fraudes de Cuiabá prendeu, na terça-feira (8) duas amigas da influencer Emilly Souza, que está foragida desde a Operação Quéfren, deflagrada este mês pela Polícia Civil do Ceará, contra um esquema envolvendo o “Jogo do Tigrinho”.

As duas mulheres, de 21 e 25 anos, são investigadas pelos crimes de favorecimento real, quando uma pessoa assegura o proveito de um delito cometido por outra, e favorecimento pessoal, que consiste em ajudar intencionalmente outra pessoa a escapar de ação da Justiça, após ela ter cometido um crime.

Após receberem informações sobre o possível esconderijo de Emilly, um apartamento no bairro Porto, na Capital, os investigadores foram até o endereço e encontraram apenas as mulheres, que disseram não saber do paradeiro da procurada.

Entretando, durante buscas, os policiais encontraram na garagem do apartamento um Toyota Corolla Cross, de propriedade da influenciadora. O veículo tinha em aberto mandado de sequestro e foi apreendido.

As mulheres detidas foram conduzidas à Delegacia de Estelionato, ouvidas e autuadas em TCO (Termo Circunstanciado de Ocorrência). Já Emilly continua sendo procurada pela Polícia.

A Operação

A investigação da Polícia Civil do Ceará teve início em abril de 2024, e apura a existência de uma organização criminosa articulada de caráter transnacional que movimentou R$ 300 milhões em um período de dois anos. Até o momento, nove mandados de prisão foram cumpridos. Além de Mato Grosso e Ceará, as ações ainda são cumpridas em São Paulo e no Pará.

Foram expedidos 13 mandados de prisão, 17 mandados de busca e apreensão, 23 mandados de busca de veículos e 15 mandados de bloqueio de bens e valores pelo juízo do 1º Núcleo de Custódia/Garantias da Comarca de Juazeiro do Norte (CE).

Com milhares de seguidores, os influenciadores gravavam vídeos e imagens com ganhos fictícios em plataformas de cassino online e postavam em suas redes sociais para captar maior número de apostadores.

Os investigados também utilizavam conta “demo/teste”, que permite testar a experiência de uma plataforma de negociação sem arriscar dinheiro real, para iludir os seguidores.

Segundo a Polícia, o grupo integra uma rede que negociava e indicava outros influenciadores, diretamente com chefes das plataformas, que têm como proprietários pessoas que residem no exterior, em sua maioria na China.

Os influenciadores digitais eram remunerados de diversas maneiras, desde o pagamento pela simples colaboração com divulgação da plataforma, pela quantidade de novos usuários cadastrados, ou receberiam comissão pelos valores depositados pelas vítimas nas plataformas.

Além do pagamento de valores, os chefes das plataformas também pagavam viagens para o exterior para os agentes e influenciadores cujas viagens eram ostentadas em suas redes sociais como sinônimo de prosperidade com o jogo. Já os agentes de plataformas eram os responsáveis pela contratação dos influenciadores, além de realizarem festas de lançamento de plataformas.

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