MPE denuncia PM por matar rapaz de 26 anos e pede indenização de R$ 500 mil à familia
O Ministério Público do Estado denunciou, nesta quinta-feira (3), o subtenente aposentado da Polícia Militar Elias Ribeiro da Silva, de 54 anos, pelo homicídio de Claudemir Sá Ribeiro, de 26 anos. O crime aconteceu na noite de 23 de março de 2025, em um bar de Colniza.
O Ministério Público pediu, ainda, a fixação de valor mínimo de reparação dos danos materiais e morais causados aos familiares da vítima no valor de R$ 500 mil.
Elias era diretor do Colégio Militar Tiradentes e foi exonerado após o crime. Conforme a denúncia, minutos antes do homicídio, Elias confidenciou a uma testemunha que estava “com vontade de matar alguém” naquela noite.
Após passar o dia ingerindo bebida alcoólica, ele demonstrou irritação quando algumas mulheres decidiram sentar-se à mesa da vítima. Em tom agressivo, afirmou que poderia matar todos ali.
Elias, então, se aproximou da mesa de Claudemir, iniciou uma breve conversa e, sem provocação, disparou à queima-roupa, matando Claudemir. A vítima estava distraída com o celular e não teve chance de defesa.
As imagens do circuito de segurança confirmaram a execução deliberada e sem chance de defesa.
De acordo com o MPE, o crime foi cometido por motivo fútil (ciúmes), uma vez que Elias estava frustrado pelo fato de as mulheres terem se afastado para ficar próximo a Claudemir.
O denunciado tentou justificar a ação alegando que Claudemir pertencia a uma facção criminosa e que teria ameaçado a vida dele, mas as investigações não apontaram qualquer ligação da vítima com o crime organizado.
O caso
Elias foi preso em flagrante na noite de domingo (23) após atirar e matar o jovem Claudemir.
Em depoimento, o policial informou que atirou contra o jovem após acreditar que ele pertencia a uma facção criminosa.
Câmeras de segurança flagraram o momento da ação do militar. Nas imagens, ele senta à mesa onde a vítima estava e, logo em seguida, dispara contra ela. O jovem não resiste aos ferimentos e morre no local.
Elias foi preso momentos após o crime, em sua casa, e a arma de fogo utilizada no homicídio foi apreendida com 15 munições no carregador.
Ele foi autuado em flagrante por homicídio duplamente qualificado, por motivo fútil e recurso que impossibilitou a defesa da vítima.
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