Gaeco prende ex-deputado Riva pela terceira vez

O Grupo de Ação e Combate ao Crime Organizado (Gaeco) prendeu nesta terça-feira (13), na avenida Lavapés, em Cuiabá, o ex-presidente da Assembleia Legislativa de Mato Grosso e ex-deputado estadual José Geraldo Riva (sem partido). Ao todo, a juíza da 7ª Vara Criminal de Cuiabá, Selma Rosane Santos Arruda, decretou cinco prisões preventivas, sendo que outros quatro mandados ainda estão sendo cumpridos contra servidores e também ex-funcionários do Legislativo ligados a Riva.

FOLHAMAX apurou que os ex-chefes de gabinete do ex-presidente, Maria Helena Caramello e Geraldo Lauro, também tiveram suas prisões expedidas novamente. Eles já haviam sido presos por suspeita de fraudes no Legislativo.
A prisão é decorrente de um desdobramento da “Operação Metástase”, que apura desvio da verba de suprimentos destinada aos gabinetes dos deputados estaduais. Em setembro, 22 servidores ligados ao gabinete do ex-parlamentar foram detidos na primeira fase da operação.

O grupo é suspeito de desviar cerca de R$ 10 milhões dos cofres públicos através de “notas frias e clonadas”. Riva foi preso por supostamente estar atrapalhando as investigações do Gaeco, além de ter sido citado como líder do esquema por alguns dos funcionários detidos no mês passado.

Riva foi preso às vésperas do aniversário do seu neto, José Geraldo Riva Neto. A festa seria nesta quarta-feira.

TERCEIRA VEZ

Após deixar o comando do Legislativo, esta é a terceira vez no ano que o social democrata é detido. Inicialmente, ele foi preso em fevereiro na “Operação Imperador” sob acusação de comandar um esquema de desvio de verbas através da compra simulada de materiais de escritório tendo ficado cerca de 100 dias preso.
Nesta operação, Riva acabou sendo solto por decisão do STF (Supremo Tribunal Federal). A época, houve empate de dois a dois na opinião dos ministros, mas ele ganhou a soltura por causa do “in dubio por reu”.

Em 1º de julho, o ex-deputado retornou a prisão na “Operação Ventríloquo” sob a acusação de desviar R$ 10 milhões através do pagamento de uma dívida do banco HSBC. Neste caso, ele ficou cerca de 13 horas e foi solto por determinação do ministro do STF, Gilmar Mendes.

Ex-presidente da Assembleia por 20 anos, Riva responde a mais de 100 processos por fraudes no legislativo. Ele deve ser encaminhado ainda nesta segunda-feira para o centro de custódia, onde ficará na mesma unidade em que o ex-governador Silval Barbosa (PMDB) e os ex-secretários Pedro Nadaf (Casa Civil) e Marcel Souza Cursi (Fazenda).

OUTRO LADO

A defesa de José Riva evitou tecer comentários sobre os motivos da prisão dele, uma vez que ainda não tem conhecimento do processo. Porém, o advogado Rodrigo Mudrovitsch considerou exagerada a nova detenção, uma vez que ele já estava cumprindo medidas cautelares impostas por conta das prisões anteriores.
Veja íntegra da nota emitida pela defesa:

A defesa do ex-Deputado José Geraldo Riva, preso na tarde desta terça-feira (13.10) em Cuiabá, afirma que por enquanto ainda não irá se manifestar sobre o caso até que tenha pleno conhecimento dos motivos que levaram à esta nova prisão uma vez que ele já cumpria medidas restritivas e não oferecia risco algum de fuga ou à sociedade. “Por enquanto não há o que declarar uma vez que ainda não tivemos acesso ao processo”, finalizou o advogado Rodrigo Mudrovisch. (Folhamax)