Cena da morte de jovem em MT pode ter sido alterada
Do G1 MT
A juíza Luciene Kelly Marciano Roos, da 2ª Vara Cível e Criminal de município de Nova Xavantina, a 651 km de Cuiabá, determinou que a cena da morte do universitário Renan Luna, de 22 anos, no dia 9 deste mês. Ele foi assassinado com um tiro na cabeça ao sair de uma festa universitária naquele município. A decisão foi publicada na terça-feira (11) e divulgada neste sábado (15).
O crime ocorreu por volta das 4h, quando o rapaz estava indo para o carro a fim de deixar o local. A vítima era da cidade de Água Boa, mas estudava engenharia elétrica em Bauru (SP).
O major da Polícia Militar Roosevelth Escolástico é suspeito de ter feito o disparo que matou o jovem. Ele prestou depoimento e foi afastado das funções até a conclusão do processo. Três pessoas foram detidas pela PM sob a alegação de terem atacado o major durante a festa. Os três, no entanto, já foram liberados.
Na decisão, a magistrada determina que o local do crime seja periciado com o intuito de informar como a morte ocorreu e se o local, “em tese, sofrera algum tipo de ação externa até a chegada da polícia técnica”.
Além disso, a investigação deve apontar a distância em que a arma usada no crime estava da vítima. Um exame pericial também deve comparar a bala que matou Renan com as armas supostamente usadas por seguranças no evento.
Na mesma decisão, a juíza proíbe o major da PM de participar das investigações e entregar a arma usada por ele para ser periciada. Ele também está proibido de manter contato com as testemunhas do crime.
Entre as pessoas que devem ser ouvidas estão os bombeiros que foram ao local para prestar socorro à vítima, os seguranças que trabalharam no evento. O secretário de turismo de Nova Xavantina também prestará depoimento. Segundo a juíza, ele deve informar se a festa possuía autorização para ser realizada.
Ao G1, o major Roosevelth Escolástico negou ter sido o autor do disparo que matou o estudante Renan Luna. Ele admitiu ter feito disparos, mas disse que todos foram em direção ao chão. “Tenho certeza que o tiro não saiu da minha arma. A perícia vai provar isso”, disse.