Mãe e padrasto são condenados a 43 anos por estupro de menina de 4 anos
Araguaia Notícia
Um dos crimes de mais repercussão na região do Vale do Araguaia, nos últimos anos, já tem sentença proferida. Sandro Ferreira e Lívia Nery dos Anjos foram condenados a 43 anos de reclusão somada as penas de 24 anos e 9 meses de Sandro; e de 18 anos e 9 meses da mãe.
Eles foram responsabilizados pelo estupro e posteriormente a morte da menina Lívia Raquel Nery dos Anjos. O crime acontece em abril de 2016 no município de Bom Jardim-GO e repercutiu em toda a região.
A menina teria sido, de acordo com o processo, abusada pelo padrasto e depois foi levada ao hospital já enferma vindo a falecer dias depois. A polícia entendeu na época que Sandro teria sido o autor do estupro e a mãe da menina, Lívia, teria se omitido do fato.
O resultado do julgamento foi proferido pelo juiz Jorge Horts Pereira. Os advogados de defesa já informaram que irão recorrer da decisão. Um fato chamou atenção no final do ano passado foi que o laudo com relação ao estupro da criança seria sido inclusivo pelo fato de conseguir confirmar se foi encontrado ou não esperma na criança. Baseado nisso a defesa tenta pelo menos amenizar a pena para Sandro.
Relembre o caso
Um jovem, de 28 anos, foi preso suspeito de estuprar e matar a enteada de 4 anos de idade em Bom Jardim de Goiás, no noroeste goiano. Segundo a Polícia Civil, a criança morreu por causa de complicações causadas por uma compressão no pulmão. O delegado responsável pelo caso, Ricardo Galvão, disse que a polícia apura se a lesão foi causada durante o abuso.
O investigador contou ao G1 por telefone que a criança estava passando mal na segunda-feira (18), quando foi hospitalizada e acabou morrendo.
“Ela estava sentindo dores no corpo, teve febre e vômitos. Foi atendida e liberada no pronto socorro da cidade. Ao final da noite, voltou a se sentir mal e foi levada novamente para a unidade de saúde, que constatou que ela estava com insuficiência respiratória e a transferiu para um hospital em Barra do Garças (MT), mas não resistiu e morreu”, disse.
Segundo o delegado, as enfermeiras do hospital estranharam a presença de hematomas no corpo da vítima e acionaram a polícia. O corpo dela foi levado para o Instituto Médico Legal (IML) que constatou que ela havia sofrido abusos e classificou a morte dela como “violenta”. Galvão afirmou que o padrasto é o principal suspeito porque foi o único a ficar com a garota antes dela ir ao hospital pela segunda vez.
“Depois que ela voltou do pronto socorro o padrasto ficou cuidando dela até ela ser hospitalizada novamente. O IML constatou que ela havia sofrido abuso 12 horas antes da necropsia. Ela já estava passando mal por causa da lesão que ele pode ter causado e ainda é possível que ela tenha piorado depois de sofrer novo abuso”, pontuou.
O delegado afirmou que não foi possível determinar se ela sofria abusos há muito tempo. “Os vizinhos notaram que ela começou a ficar mais quieta, mais retraída, e costumava ser uma garota mais agitada, mas não sabem dizer há quanto tempo”, relatou.
A mãe da garota também está sendo investigada pela polícia, pois, segundo o delegado, pode ter sido conivente com a ação. “Ela não percebeu nenhuma diferença no comportamento da criança e disse que não desconfiava de nada e não sabia sobre os abusos”, contou. Ainda conforme o delegado, a mulher tem dois outros filhos, um de 2 anos de idade e outro de 2 meses, que vão passar por exames para constatar se também sofreram algum abuso.
O suspeito foi preso na terça-feira (19) e negou ter cometido o crime. Segundo o delgado, ele vai responder por estupro de vulnerável seguido de morte. A pena para este crime varia entre 12 e 30 anos.
Mãe chorou durante depoimento
A moradora Lívia Nery dos Anjos, mãe da garotinha Lívia Raquel de 4 anos que faleceu após ser estuprada, foi ouvida na delegacia de Aragarças-GO nesta segunda-feira (25/4) após ter sido conduzida coercitivamente pela Polícia Civil. O crime aconteceu na cidade de Bom Jardim-GO.
Esse novo depoimento da mãe de Lívia foi no sentido de esclarecer se ela tinha ou não conhecimento sobre as supostas violências praticadas pelo padrasto de 28 anos, que se encontra preso, contra a menina que morreu em função de hemorragia no pulmão.
De acordo com legistas, essa hemorragia foi causada por alguma compressão no peito da criança provavelmente durante o ato sexual. “Nós decidimos ouvir novamente a mãe porque ela estava agindo com muita indiferença diante da forma brutal que a filha morreu e ela até demonstrando uma intenção de proteger o esposo desta acusação”, destacou Galvão.
Durante esse novo interrogatório, a mãe chorou e voltou afirmar que nunca viu nenhum ato de violência do esposo contra a filha e por isso não tinha motivo para desconfiar dele. Após ser ouvida, o delegado achou por bem liberá-la. Colaboração: Chocolate News e Eurides Filho, Rádio Aruanã.