Vereadora teme ataque de apoiadores de Paccola e cogita pedir proteção
Rafael Machado
Repórter | Estadão Mato Grosso
Tarley Carvalho
Editor Online | Estadão Mato Grosso
Autora do processo que culminou na cassação do vereador Tenente Coronel Paccola (Republicanos), a vereadora Edna Sampaio (PT) afirmou nesta quarta-feira, 5 de outubro, que teme por sua segurança, principalmente após um dos apoiadores do vereador supostamente fazer gestos intimidadores contra ela.
A Câmara Municipal de Cuiabá cassou o mandato de Paccola nesta quarta, em uma sessão que durou cerca de cinco horas.
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“Eu me sinto ameaçada pelas frases de ódio que eu recebi nas redes sociais durante a sessão e havia um senhor em cima, do lado dos que defendiam o Paccola, fazendo gestos intimidatórios pra mim, inclusive indiquei isso à Mesa”, afirmou a vereadora.
Edna disse que conversará com seu advogado, sua equipe e com o presidente da Casa, vereador Juca do Guaraná Filho (MDB), sobre a possibilidade de pedir segurança para si.
A vereadora também pontuou que é um dia triste para Casa, uma vez que Paccola recebeu votos para representar a sociedade no Legislativo. Apesar disso, Edna afirmou se tratar de uma medida necessária diante do ocorrido.
Edna também disse não acreditar que o vereador conseguirá reverter o quadro na Justiça, uma vez que – segundo ela – o processo tramitou de acordo com as regras e os relatórios estão bem fundamentados. Além disso, ela pontuou que o vereador se recusou a apresentar defesa nas oportunidades que lhe foram dadas.
CACHORRO MORTO
O presidente da Casa, Juca do Guaraná, também conversou com a imprensa após a sessão. Juca confirmou que mandou revisar as imagens para averiguar a suposta ameaça contra a vereadora e, se necessário, conceder proteção a ela.
O parlamentar também destacou que Paccola recebeu o direito de se defender, mas, por opção própria, não o fez.
Juca também afirmou que não se sente ameaçado pelo vereador e usou de um ditado popular para debochar da fala do parlamentar. Isso porque, quando Juca leu o resultado da votação, Paccola pediu a palavra e disse que todos que votaram favoráveis fazem parte de uma organização criminosa, afirmando ainda que provaria um a um, inclusive o presidente.
“Eu acho que foi no calor [a fala de Paccola]… Como dizia meu saudoso pai ‘Tá morrendo afogado, você se segura até em cachorro morto’”, disse.
Juca ainda afirmou que a cassação de mais um vereador não enfraquece a Câmara Municipal e destacou que, no último domingo, dois parlamentares foram eleitos deputados estaduais, ele mesmo e Diego Guimarães (Republicanos).
Paccola foi cassado nesta quarta-feira por quebra de decoro parlamentar. Ele é autor dos três tiros que tiraram a vida do agente socioeducativo Alexandre Miyagawa, no dia 1º de julho deste ano, no bairro Quilombo, em Cuiabá. Ele foi indiciado por homicídio duplamente qualificado, por motivo torpe e recurso que dificultou a defesa da vítima.
Alexandre teve os dois pulmões e o fígado perfurados e morreu por hemorragia.